Cultura

Solstício de Verão: Conheça o Festival de Stonehenge

Várias pessoas reunidas em uma das edições do Festival de Stonehenge.
John Kotlowski / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

O fato de a Terra ficar mais perto do Sol vai além da Física ou da Astronomia, é um tipo de fenômeno natural que é ressignificado e celebrado como o solstício de verão. Não importa em qual eixo do planeta esteja a inclinação, cada região tem uma maneira de comemorar esse evento e agregar seus significados místicos. O Festival de Stonehenge é uma delas.

Quer saber como comemorar o solstício de verão, quando e onde acontecem as celebrações em sua homenagem? Acompanhe o artigo e conheça mais sobre esse fenômeno e a festa nórdica em torno do famoso monumento megalítico.

O que é solstício de verão?

É considerado um solstício o momento em que um dos eixos do planeta Terra se inclina para mais perto do Sol, fenômeno que marca o auge do verão e torna o dia ainda mais longo. De acordo com cada eixo da Terra, há celebrações específicas em duas datas diferentes: 21 de dezembro, para o Hemisfério Sul, e 21 de junho, para o Hemisfério Norte.

Nesse evento, é como se o auge do verão estivesse ocorrendo em cada um desses eixos terrestres, mas o fenômeno vai além disso e envolve misticismo, tradições e práticas que servem para celebrar o Sol.

Paisagem das pedras de Stonehenge com o Sol brilhando ao fundo.
Andrew Roland / Unsplash

Como comemorar o solstício de verão?

Na América Latina, que recebe o solstício em dezembro, há culturas originárias que se dedicam à celebração desse fenômeno. A interpretação desses povos é que o solstício é o momento do equilíbrio e harmonia em relação à natureza. No Chile, por exemplo, é comemorada a Festa do Sol do Império Inca. Na Bolívia, esse dia é dedicado aos debates e cerimônias sobre a cultura e as heranças indígenas.

Uma forma popular de celebrar o fenômeno é por meio da meditação do solstício de verão, um momento em que o ser conecta o seu eu interior com a potência da natureza, da Terra e do Sol, entrando nessa corrente energética que se abre junto ao astro.

No norte europeu – por exemplo, na Inglaterra, Alemanha, nos países escandinavos e estados bálticos (como Noruega, Suécia, Finlândia, entre outros) –, é comum reservarem esse dia para acender fogueiras ou dançar ao redor de um mastro. Na fria Islândia, ocorre o Festival de Música do Solstício, que tira partido nos três dias consecutivos do sol da meia-noite.

A confraternização europeia (e global, já que atrai muitos turistas) acerca do solstício de verão é o famoso Festival de Stonehenge, na Inglaterra.

O Festival de Stonehenge

A música acústica e as danças se iniciam assim que o Sol nasce, e, a partir daí, o dia mais longo do ano dá continuidade à celebração entre culturas, subculturas, religiões e demais pluralidades culturais que se unem em torno das pedras mais famosas do planeta e muito importantes para a cultura pagã. Esse é o Festival de Stonehenge, o tal “Woodstock” do solstício de verão.

Do início dos anos 1970 até meados dos anos 1980, Stonehenge atraiu muitos viajantes hippies e de outras comunidades alternativas para dançar entre as pedras em um evento que era chamado de Stonehenge Free Festival. No entanto, foi fechado pelas autoridades em 1985 e terminou com a Batalha de Beanfield, em que 537 pessoas foram presas e quase uma dezena foi hospitalizada. Stonehenge reabriu o seu espaço para esse novo modelo de confraternização em 1999, e hoje o evento atrai mais de 10.000 pessoas por ano.

Trata-se de uma celebração para relaxar e se conectar com a natureza de acordo com as suas particularidades e necessidades. O cenário musical é, na verdade, um pano de fundo para as várias atividades e rituais de confraternização entre as diferentes culturas.

Durante a celebração, ocorrem práticas de Yoga, meditações, shows e apresentações artísticas, e o público também pode desfrutar um menu gastronômico bem diverso.

Um grupo de pessoas praticando yoga sobre a grama, perto das pedras, durante o Festival de Stonehenge. Ao redor, outras pessoas sentadas ou em pé.
Marcin Rogozinski / Shutterstock

Na última edição, em junho de 2022, um repórter do jornal The Guardian, Steven Morris, descreveu o cenário que encontrou durante o evento: “Três monges budistas passaram enquanto um grupo de homens tirava suas camisetas sob o sol quente e bebia cerveja, prometendo continuar festejando até o sol se pôr e nascer novamente”.

“Mas por que em Stonehenge?”, você pode estar se perguntando. O monumento Stonehenge, tem uma famosa relação com o fenômeno, pois a Pedra do Calcanhar, encontrada do lado de fora do círculo principal de Stonehenge, alinha-se com o Sol nascente durante um solstício de verão no Hemisfério Norte, proporcionando uma vista ainda mais ampla do nascer do Sol.

Para participar, basta ir em busca de excursões turísticas que oferecem pacotes itinerários – que normalmente saem de Londres. Normalmente, a entrada no monumento no dia do festival é gratuita. Mas é sempre bom buscar informações em cada edição do evento.

O Stonehenge Brasileiro

Aqui em terras tropicais, também temos um monumento que pode ser comparado ao Stonehenge: o Observatório Astronômico de Calçoene, situado no Parque Arqueológico do Solstício, no interior do Amapá. São pedras em uma área alta, de onde também é possível acompanhar o percurso do Sol.

O monumento, que hoje é um parque aberto a visitação, deu morada a cerimônias de solstício que ocorriam entre povos indígenas. Inclusive é lá que estão enterradas figuras importantes para a tribo que construiu o monumento.

Segundo pesquisadores, há fortes indícios de que a tribo utilizava o monumento como uma espécie de observatório astronômico, já que as pedras apontam para os principais astros do céu amazônico. Além disso, o Sol, ao meio-dia, se posiciona exatamente no centro do monumento.

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A obra era também utilizada para acompanhar períodos de chuva, mudanças climáticas e épocas de colheitas.

O Sol como fonte de conexões

Para alguns, os solstícios de verão são apenas ocasiões em que o dia dura mais tempo, mas algumas culturas têm deixado como herança outras perspectivas para esse fenômeno. Essas crenças, tradições e práticas conectam muitos e promovem um encontro de energias harmônicas entre as pessoas.

Você também pode buscar suas conexões à sua maneira, seja por meio da meditação, da dança em torno da fogueira ou simplesmente pela pura contemplação solar. O importante é que o seu corpo esteja em sintonia com a natureza.

Confira mais sobre o assunto neste episódio de Podcast Márcia Gomes!

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