Comportamento Convivendo

Vamos olhar para aqueles que praticam o Bullying?

Menina em pé na sala de aula fazendo bullying com sua colega de classe, que chora no chão, sentada.
Wang Tom / 123RF
Escrito por Eu Sem Fronteiras

“Bullying” é um termo da língua inglesa que caracteriza práticas que têm como objetivo intimidar, machucar, humilhar ou ameaçar, de forma repetida, outra pessoa. Na língua portuguesa, a tradução para “bullies”, aqueles que praticam bullying, seria “valentões”. São as pessoas que xingam, batem ou agridem outras na escola ou no trabalho.

Muitas vezes, o bullying é entendido como uma brincadeira ou como uma provocação, sendo muitas vezes ignorado nas escolas e no ambiente de trabalho. Um aluno que faz constantes agressões verbais sobre o corpo ou sobre a personalidade de outro aluno, por exemplo, está praticando bullying. Fofocas com o objetivo de difamar um empregado, frases como “você não serve para nada” ou insultos a um trabalhador também se enquadram nesse problema.

Em outros casos, o racismo, a misoginia, a LGBTfobia, a gordofobia e a discriminação contra pessoas com deficiência podem culminar em casos de bullying. Esse é o cenário mais comum no ambiente de trabalho. Comentários sobre a aparência de uma pessoa, sobre a nacionalidade ou a etnia dela, sobre o gênero ou sobre a condição física não devem ser interpretados como algo sem importância. São essas falas que permitem a permanência e a propagação da intolerância.

Menina andando pelo corredor da escola enquanto sofre bullying de seus colegas.
Wavebreak Media Ltd / 123RF

Sendo assim, é preciso primeiramente identificar casos de bullying e reconhecer que eles existem e que são prejudiciais. Além de repreendê-los e de proibi-los, as vítimas devem ser ouvidas e acolhidas, para que possam passar por acompanhamento psicológico. Outra parte fundamental do processo de cura contra o bullying é olhar também para os agressores. Os comportamentos agressivos não irão parar se somente as vítimas forem acompanhadas. É necessário entender o que motiva o valentão a praticar atos violentos e outras formas de humilhação e intimidação.

Pensando no caso de uma criança ou de um adolescente que pratica violência com outros da sua idade, é provável que essa pessoa esteja reproduzindo o que vê em casa. É comum que famílias usem a violência física ou verbal como forma de punir os filhos, ensinando para a criança ou para o adolescente que esse é o meio para resolver qualquer tipo de incômodo ou conflito. Nesse caso, o acompanhamento psicológico deve ser do agressor e da família dele, para que seja possível entender como se constrói a dinâmica dessa família.

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Também é comum que famílias amorosas prejudiquem seus filhos e formem agressores. Uma criança muito mimada e infantilizada, que não é capaz de compreender que o mundo não deve ceder às suas vontades, pode responder com violência a qualquer pessoa que tente contrariá-la. Ainda que os familiares não tenham uma intenção ruim ao dar tudo o que os filhos querem, esse comportamento deve ser amadurecido e tratado com acompanhamento psicológico do agressor e da família.

No ambiente de trabalho, as questões com a família, aprendidas desde a infância, podem ser reproduzidas. Os problemas que um adolescente tinha no colégio, de querer que tudo fosse do seu jeito ou de acreditar que problemas se resolvem com violência, podem permanecer até a vida adulta, caso não sejam solucionados. Além disso, o ambiente de trabalho também traz o problema da discriminação e do preconceito.

Homem com roupas sociais gritando enquanto bate com o punho na mesa de escritório.
Andrea Piacquadio / Pexels

No caso de uma pessoa adulta que profere palavras de intolerância contra outra que trabalha com ela, o problema está na recusa de desconstruir os conceitos que aprendemos durante a infância. Muitas vezes, a educação de uma pessoa não é inclusiva e respeitosa com a diferença. Aprender que mulheres, negros, LGBTs, pessoas com deficiência ou com as mais diversas aparências são pessoas que devem ser ouvidas e compreendidas é um processo essencial em uma sociedade que tem como base a exclusão.

Palestras no ambiente de trabalho sobre diversidade podem começar a resolver o problema. Ainda assim, é preciso que haja, por parte dos agressores, um esforço para reconhecer os seus privilégios na sociedade e aprender que não existe nada que os faça melhores do que outra pessoa. O acompanhamento psicológico também é indicado para adultos, visto que a repetição de preconceito e intolerância pode ser, de alguma forma, o resultado de um trauma.

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