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Nelson Mandela: conheça o protetor da igualdade e dignidade

Escrito por Eu Sem Fronteiras

Nelson Mandela foi um homem muito importante na história da luta pelos direitos dos negros. Advogado e líder rebelde de diversos movimentos em prol da defesa da comunidade negra, Mandela foi presidente da África do Sul do ano 1994 até 1999. Ainda foi considerado o líder mais importante da África e venceu o Prêmio Nobel da Paz em 1993. Veja a biografia desse grande nome na luta contra o racismo e a favor da igualdade!

Infância e adolescência

Nelson Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918 na cidade de Mvezo, África do Sul. Seu real nome é Rolihiahia Dalibhunga Mandela, pois seus pais eram de uma etnia nominada Xhosa. No ano de 1925, entrou para a escola primária, quando uma professora passou a lhe chamar de Nelson, homenageando o Almirante Horatio Nelson – nessa época, existia um costume de nomear as crianças que ingressavam na escola com nomes ingleses.

Após o falecimento do seu pai, quando tinha apenas nove anos de idade, Mandela se mudou para a vila real, onde passou a ser cuidado pelo povo Tambu. Após formar-se no ensino básico, ingressou em uma escola exclusiva para negros, a Clarkebury Boarding Institute – onde aprofundou-se na cultura ocidental. Um tempo depois, entrou como interno no Colégio Healdtown.

No ano de 1939, Mandela iniciou o curso Direito, na Universidade de Fort Hare, que foi a primeira Universidade da África do Sul a aplicar cursos para pessoas negras. Nesta época, na sua juventude, Mandela começou a fazer parte de protestos juntamente dos seus colegas de classe, contra a desigualdade racial que existia na instituição e, por isso, foi expulso, obrigado a deixar o curso. Após esse ocorrido, mudou-se para a cidade de Joanesburgo, onde presenciou um cenário aterrorizante contra os negros. Em 1943, formou-se como Bacharel em Artes pela Universidade da África do Sul. Permaneceu estudando Direito por correspondência, na Universidade de Witwatersrand.

Imagem da estátua de Nelson Mandela instalada em uma praça pública.
Direitos autorais : coward_lion

A luta de Mandela contra ao regime apartheid

Entre a sucessão de coisas herdadas pelos colonizadores na África, a herança mais cruel foi o racismo evidente da África do sul. Muitas pessoas, e principalmente o governo, acreditavam que os brancos eram superiores aos negros, mestiços e indianos.

Apoiado nessa ideia, o homem logicamente branco e europeu instituiu diversas leis que sustentavam e ressaltavam o regime intitulado como “apartheid”, que significa “separação” durante muitos anos.

Com esse sistema, casamentos inter-raciais eram proibidos, era obrigatório registrar a raça na certidão de nascimento e os negros tinham que viver em áreas separadas dos brancos – situação que fazia com que hospitais, praças e escolas tivessem que estabelecer locais específicos para as duas raças habitarem separadamente.

A falta de direitos civis e políticos, a forte segregação racial e o confinamento do povo negro, que era determinado pelo povo branco, foram fatores que provocaram uma série brutal de mortes e massacres de grande parte da população negra.

Entre os diversos homens e mulheres que faziam parte do povo negro sul-africano e dedicaram as suas vidas inteiramente para dar fim ao apartheid, o que mais ganhou ênfase pelos seus feitos em prol dos movimentos negros foi Nelson Mandela.

Como um bom jovem interessado pelas causas do seu povo, Mandela se envolveu em um movimento que se opunha ao regime do apartheid – que negava os direitos sociais, econômicos e políticos principalmente aos negros, mas também aos indianos e mestiços.

A partir dessa decisão de se opor, no ano de 1942, Mandela firmou união com o Congresso Nacional Africano e em 1944 fundou, ao lado de Oliver Tambo, Walter Sisulu e outros companheiros, a Liga Jovem do CNA.

Após a vitória do Partido Nacional (afrikaners) que eram a favor da desigualdade e da proibição dos direitos a determinados povos, em 1948, Mandela se tornou mais voraz e presente no CNA, que acabou virando o mais importante instrumento de atuação política da comunidade negra.

Mandela sempre se comprometeu em não partir para a violência, mas, junto de seus colegas, teve que recorrer às armas em 1960, depois do massacre de Sharpeville, que foi quando a polícia do sul da África usou armas de fogo contra manifestantes negros.

Nesse acontecimento, 69 pessoas foram mortas e 180 ficaram feridas. No ano de 1961, Mandela virou comandante do Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), que era o braço armado do CNA. Em seguida, organizou uma campanha para sabotar os alvos militares e foi para a Etiópia e Marrocos fazer um treinamento militar.

Imagem de uma estátua gigante de Nelson Mandela instalada em uma das praças da África. Ao lado da estátua duas árvores de Natal iluminadas.
Direitos autorais : Grobler Du Preez

Prisão de Nelson Mandela

No ano de 1960, muitos líderes negros de diversos movimentos foram perseguidos, acoados, presos, torturados, alguns assassinados e outros condenados.

Mandela estava entre eles e, em 1964, foi condenado a passar o resto da vida na cadeia: prisão perpétua! Nos anos 80, a condenação internacional ao regime apartheid foi intensificada e, por conseguinte, um plebiscito findou a aprovação do fim dele.

Após 27 anos de prisão, no dia 11 de fevereiro de 1990 Mandela foi solto por Frederik de Klerk, presidente da África do Sul na época. É válido ressaltar que, durante o período em que ficou preso, o clamor “Libertem Nelson Mandela” acabou virando um lema das campanhas contra o regime apartheid em diversos países.

Quando saiu da prisão, Nelson Mandela discursou para o povo convidando a todos para uma reconciliação no país: “Eu sempre lutei contra o domínio dos brancos e sempre lutei contra o domínio dos negros.

Eu tenho defendido o ideal de uma sociedade livre e democrática, onde todas as pessoas vivam juntas com os mesmos direitos e oportunidades. Esse é um ideal pelo que quero viver e que desejo alcançar. Mas, se for necessário, também é um ideal pelo qual me disponho a morrer”.

No ano de 1993, Mandela e o presidente Frederik de Klerk colocaram fim aos mais de 300 anos em que o povo foi dominado pela política de uma minoria branca, ao assinarem a nova Constituição da África do Sul, preparando o país finalmente para um regime democrático multirracial. Ainda em 1993, Mandela recebe juntamente ao presidente o Prêmio Nobel da Paz, como consequência da luta pelos direitos humanos e civis no país.

Imagem da estátua de Nelson Mandela em uma praça na cidade de Londres.
Direitos autorais : claudiodivizia

Mandela como presidente da África do Sul

Depois de inúmeras negociações, Mandela conseguiu realizar, no mês de abril de 1994, as eleições multirraciais, quando o seu partido venceu e ele foi escolhido como presidente da África do Sul.

Em seguida, o seu governo findou aquele extenso período opressor ao aprovar diversas leis que beneficiavam e eram a favor dos negros. O governo de Nelson Mandela durou até o ano de 1999, onde o seu sucessor foi eleito.

Em 2006, ele ainda foi premiado mais uma vez pela luta em prol dos direitos humanos, pela Anistia Internacional.

Família de Mandela

Nelson Mandela se casou com uma enfermeira chamada Evelyn Mase no ano de 1944 e teve quatro filhos, duas meninas e dois meninos.

O casal se divorciou em 1958, e neste mesmo ano, Mandela casou-se com uma militante que também se opunha ao apartheid, Winnie Madikizela, e teve mais duas filhas.

Em 1995, Mandela se separou de Winnie e em 1998, casou com Graça Machel. No ano de 1999, ao deixar o cargo de presidente, se mudou para Qunu com a esposa, onde criam juntos uma fundação para defender os direitos humanos.

Imagem da estátua de Nelson Mandela sob a copa de uma linda árvore. Ao fundo um prédio antigo branco.
Direitos autorais : coward_lion

O defensor do povo

Nelson Mandela ficou conhecido como o protetor da igualdade e dignidade humana por ter sido líder de tantos movimentos nos quais o intuito era simplesmente oferecer boas condições de vida a todos os povos, independentemente de raça ou qualquer outro fator externo.

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Mandela dedicou a sua vida e não se calou nem durante as suas quase três décadas de prisão. Sempre na luta pelo povo, tornou-se símbolo de persistência e provou o seu amor por cada pessoa em cada batalha que lutou e em cada palavra que disse.

Pode-se dizer que esse líder rebelde viveu para mudar uma geração e defender os seus ideais, partindo do ponto em que nunca desistiu de defender os seus e de promover a igualdade entre todos.

Mandela faleceu aos 95 anos, no dia 5 de dezembro de 2013 em Joanesburgo.

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