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Bullying: a violência está entre nós

Escrito por Leticia Vidigal

Muito se tem dito sobre o bullying nos dias de hoje, principalmente por se tratar de uma das formas de violências que mais crescem no mundo.

E como conseguimos identificá-lo? 

De acordo com Telma Vinha, doutora em Psicologia Educacional e professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), apenas podemos chamar de bullying uma agressão que possua as seguintes características:

1. A repetição da agressão – discussões e desentendimentos não são necessariamente bullying. Portanto, todo bullying é uma agressão, mas nem toda agressão é bullying. 

2. A presença de um público espectador – o bullying normalmente ocorre para que aquele que o pratica se mostre superior ao que sofre. Para que isso aconteça, é necessário que haja uma plateia, ou seja, aqueles que “confirmarão” a superioridade de um sobre o outro. 

3. A intenção do autor em ferir o alvo – quando há bullying, aquele que o pratica age de forma intencional: ele sabe o que dizer e como machucar o outro, física ou psicologicamente. 

4. Há a concordância do alvo em relação à ofensa – de acordo com sociólogos, temos a tendência de agir com as pessoas de acordo com a forma que elas agem conosco. Aquele que sofre o bullying aceita a ofensa porque ele não consegue reagir de outra forma, pois ele responde à forma que foi tratado. 

Como, portanto, podemos lidar com o bullying?

Ao invés de pensarmos em como lidar com situações que já ocorreram, o ideal é trabalhar com a sua prevenção.

Para Brooks Gibbs, premiado educador de jovens no desenvolvimento de habilidades sociais, a forma de se fazer isso é ensinando resiliência aos jovens (todos eles, tanto os que podem vir a praticar quanto sofrer o bullying).

Quando se é resiliente, as críticas podem ser rebatidas com atitudes gentis e amorosas, o que impede aquele que pratica o bullying de se sentir superior. Além disso, a mesma lógica do tratar ao outro como se é tratado vale aqui: ao receber palavras gentis em resposta, aquele que pratica o bullying acaba por responder também de forma gentil. Ou fica sem graça e vai embora.

Em suas palestras, Gibbs responde de duas formas aos jovens que fazem papel de bullying. Na primeira vez, ele responde da mesma forma do agressor: com muita raiva e “atacando”, o que faz o jovem desejar “vencê-lo” e ser ainda mais agressivo. O mesmo não ocorre quando Gibbs responde de forma gentil. Os jovens que fazem o papel de agressor ficam sem graça e não conseguem mais agir como tinham agido anteriormente, o que demonstra que é uma prática que pode funcionar.

Apesar de parecer simples, desenvolver a resiliência não é fácil. A família precisa estar envolvida, buscando fortalecer seus filhos, sendo sinceros quanto às suas qualidades, conversando abertamente sobre suas dificuldades e auxiliando-os quanto às suas opções de diálogo.

A escola deve ser consultada para que se estabeleça uma parceria entre família, escola e as ações estabelecidas pela instituição. E devemos ficar atentos! Se os pais questionam a escola, o jovem passa a duvidar da segurança do ambiente em que ele está. E insegurança não fortalece a resiliência.

O trabalho deve ser em conjunto para que o jovem se perceba em ambientes seguros, tanto na escola quanto em casa. 

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Podemos sempre colaborar para evitar o bullying mantendo uma relação de diálogo com os jovens que temos em casa e uma relação próxima com a escola. Quando todos estão envolvidos, fortalecemos os nossos jovens, aumentamos sua resiliência e reduzimos a possibilidade de sofrerem o bullying ou, pelo menos, aumentamos a sua capacidade de enfrentá-lo de uma forma mais saudável.

Sobre o autor

Leticia Vidigal

Letícia Vidigal é educadora, com mais de 20 anos de experiência em diversas áreas da educação.

Seu primeiro contato com o Ho'oponopono foi através das frases "sinto muito, me perdoe, te amo e sou grata".

Por algum motivo, elas a levaram a pesquisar mais sobre esse assunto, na época, muito pouco conhecido no Brasil.

O primeiro livro lido foi Limite Zero de Joe Vitale em pdf. computador, pois era impossível encontrá-lo nas livrarias.

Depois dessa leitura, vieram muitas outras e o 1o curso de Ho'oponopono, Zero Limits (online), com Joe Vitale e o Dr. Hew Len aconteceu em 2015.

A partir daí, Letícia realizou mais 3 cursos internacionais de Ho'oponopono: Ho'oponopono Básico pelo IZI LLC, Básico e Avançado pela Pacifica Seminars e Avançado pela Global Science Foundation.

Ela é autora do Oráculo Ho'oponopono (hoje esgotado), ilustrado pela sua sobrinha Marie Amorim, escreve e-books, dá cursos online e presenciais, oferece jornadas e promove vivências de Ho'oponopono e de rituais xamânicos.

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