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Visão espírita da Páscoa

Ovos de páscoa coloridos na grama com um coelho escondido atrás deles
Engdaowichitpunya / Canva
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Apesar de ser uma vertente do cristianismo, o espiritismo interpreta os eventos bíblicos de forma diferente. A Páscoa é um deles, já que a religião não crê na ressurreição do corpo físico, apenas do espiritual. Ainda assim, a época é vista pelos espíritas como uma forma de celebrar. Entenda a relação entre Páscoa e espiritismo.

Uma das mais antigas e importantes comemorações religiosas, a Páscoa é uma data amplamente conhecida ao redor do mundo, que reúne tradições de diversas culturas e religiões. Para os fiéis católicos, a Páscoa significa a ressurreição de Jesus Cristo após sua morte na cruz. Para o Judaísmo, a data celebra a libertação dos povos judeus que foram escravizados no Egito, conduzida por Moisés. Ainda além e até mesmo fora do cristianismo, as culturas pagãs mediterrâneas também comemoravam a Páscoa, por meio do culto a Ostera, deusa da primavera e fertilidade.

Mas e quanto ao Espiritismo? O que essa religião tem a dizer sobre a celebração da Páscoa?

Inicialmente, é importante salientar que a religião espírita, apesar de ser uma vertente do cristianismo, possui algumas diferenças quanto à interpretação de certos acontecimentos bíblicos. Um desses acontecimentos é o momento da ressurreição de Cristo: para o Espiritismo, uma vez que o corpo é desconectado do espírito, sua decomposição se inicia imediatamente e, portanto, é impossível que aconteça uma ressurreição corporal, física. Desse modo, Jesus teria aparecido a Maria de Magdala e aos discípulos em seu corpo espiritual, que é chamado “perispírito”.

Por esse motivo, a Doutrina Espírita não comemora a Páscoa como o catolicismo, uma vez que não reconhece a ressurreição física de Cristo. Contudo, os espíritas defendem a ideia de que a vida imaterial é inexaurível, e que a morte não existe senão no campo material. Por isso, Jesus sempre esteve presente como prometera: ele nunca havia morrido. Independentemente da escolha de uma data – como a Páscoa -, Cristo e seus ensinamentos devem ser relembrados e praticados em todos os dias de nossas vidas, porque Ele permanece vivo entre nós.

Coelhinho na grama ao lado de ovos de páscoa
Kzenon / Canva

Todavia, apesar de não acatarem à interpretação da ressurreição carnal de Jesus Cristo, os espíritas não invalidam a celebração da Páscoa. Além de respeitarem todas as manifestações religiosas das diversas igrejas, essa vertente do cristianismo encara a Páscoa como uma oportunidade para celebrar a liberdade, tanto dos judeus no Egito quanto de qualquer outro povo. Além disso, os Dez Mandamentos devem ser lembrados nesse dia como o primeiro código que incorporou a moral e o amor a Deus às nossas bases sociais. Até mesmo a ressurreição de Cristo é tida, enfim, como um momento para homenagear a imortalidade do espírito.

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Portanto, é fato dizer que os espíritas não comemoram a Páscoa como os católicos ou judeus. Mas a Doutrina reconhece essa data como um momento de reflexão, de manifestar nosso amor a Deus e ao próximo e de praticar os ensinamentos de Cristo. Para o Espiritismo, a Páscoa deve acontecer dentro de nós a cada dia de nossas vidas. Então, nessa data, reflita. Ame, medite, tome consciência de seus atos e de seu valor; vivencie a compaixão e a caridade que Ele nos ensinou. Permita essa renovação para que ela se repita a cada dia. No fim, vale lembrar que a Páscoa representa a vitória da vida, e, no Espiritismo, a vida é definida pelo amor!

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