Autoconhecimento Nutrição

Você já refletiu sobre a sua alimentação?

Escrito por Juliana Ferraro
Todo mundo que me conhece sabe que eu sou super simpatizante do veganismo (ou vegetariano estrito). Na minha casa, não como quase nunca coisas com leite e ovos e sempre procuro alternativas para quando vou cozinhar. Mas quando vou viajar, quando saio de casa, mesmo buscando esse mesmo tipo de alimentação, sinto que é difícil manter a mesma rotina que tenho em casa.

Pode ser uma crença minha, mas para ser vegano tem que cozinhar. Como vou comer trufas, bolos, brownie? Sempre como aqui em casa, quando vou numa padaria normal na cidade? Claro, alguns lugares tem opções, em São Paulo tem muitas, mas você sabe, como eu, que fica difícil.

Talvez seja também minha vontade de não criar assunto, porque só de achar algo vegetariano em alguns lugares já é uma vitória. Fico feliz e resolvo não pedir mais. As pessoas que estão comigo se preocupam com o que vou comer, mas não quero deixar ninguém preocupado.

Aceito o queijo e ovo como prato sem carne, mas no fundo de mim fico descontente por não ter me cuidado mais. Lembro do sofrimento dos animais e procuro agradecer enquanto como, mas mesmo assim é estranho, não é a mesma sensação que tenho quando sei que estou comendo algo que não envolve sofrimento – quando como feliz e leve.

Além disso, tem aquela coisa de querer agradar socialmente. Alguém fez uma comida pensando em mim e colocou um pouco de queijo. Pode? Pode, vou magoar essa pessoa?

Estou escrevendo aqui sobre algo que ainda não cheguei a uma conclusão: a questão de privilegiar o que vou comer com as restrições que tem ou o convívio com pessoas que não tem a mesma opção que eu. Na verdade, eu poderia impor mais minha escolha, ou deixar claro, ou até mesmo pensando melhor, ser mais gentil comigo mesma me fazendo o bem e dizendo a minha opção.

Quando viajei para o Peru, isso deu super certo. Fiquei super vegana e me fez muitíssimo bem.

Dessa vez que viajei, comi queijo, doces, etc. Senti a dor no ombro voltando, o corpo inchado e muito sono. Como tudo é perfeito, essa recaída ao mundo dos lácteos me fez ver com mais clareza o quanto é bom comer bem e diminuir o máximo possível a ingestão desse tipo de alimento. Senti isso no meu corpo e nos processos mentais.

Uma coisa também ficou clara: a culpa não ajuda em nada e pensar em restrição alimentar também não. Jamais quero voltar a ter na mente tudo que não posso comer, sentir um peso por isso e, depois, compulsão. Se tenho vontade, eu como, sei que vou ter as consequências disso. Vou deixar rolar, agradecendo, curtindo e valorizando essa escolha que passa mais por um nível de saúde mental e física, meu e do planeta, do que outra coisa. Nunca penso nisso como dieta, porque senão perde toda a consciência.

Você pensa de onde veio o que come?

 

Isso pode ser assunto pra outro texto…

Namastê!


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Sobre o autor

Juliana Ferraro

Juliana Ferraro é psicóloga por formação e viajante por amor às coisas novas da vida. Seu contato com diferentes línguas e culturas começou quando ela ainda trabalhava no Club Méditerranée. Depois fez um mochilão pelo mundo em busca de autoconhecimento. Em pouco mais de um ano conheceu diversos países asiáticos, em especial a Índia, onde fundou uma paixão profunda pela yoga e pela meditação. No Brasil: morou, deu aulas de yoga e se formou como massoterapeuta, em Paraty, RJ. Foi nessa época que concluiu quatro cursos de dez dias de meditação Vipassana e se aprofundou na prática de Ashtanga Yoga. Hoje, ela está estudando Ashtanga Yoga no KPJAYI, em Mysore, Índia. E dá aulas de Ashtanga Yoga online.

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