Nos últimos anos, o Instagram tem passado por uma série de atualizações que, em um primeiro momento, parecem inofensivas — até mesmo práticas. Mas quando a gente observa com mais profundidade, o impacto vai muito além de uma nova ferramenta ou funcionalidade: ele atinge diretamente a nossa saúde mental e o modo como nos relacionamos com a nossa própria imagem.
Recentemente, por exemplo, a plataforma lançou uma atualização que permite exibir a localização exata de quem posta “Stories”. Pode parecer só mais um detalhe, mas isso abre um leque perigoso de questões: segurança, exposição desnecessária e, principalmente, o aumento da ansiedade por “estar sempre disponível”, sempre localizável, sempre presente.
No fundo, o que era para ser conexão vira vigilância.
O que era para ser liberdade vira cobrança.
O que era para ser leveza vira pressão.
Desativando a localização exata (e a ansiedade também):
Uma atitude simples que já pode devolver um pouco da sua paz é desativar o acesso à sua localização no aplicativo. Isso impede que o Instagram mostre exatamente onde você está. Aqui vai o passo a passo:
📍 Vá em:
Configurações > Aplicativos > Instagram > Permissões > Localização
➡️ E desative a opção de acesso à localização.
Além de proteger sua privacidade, isso também simboliza um passo importante: você não precisa ser rastreável o tempo todo. Você tem o direito de estar onde quiser, sem se explicar.
Por trás de toda atualização, existe uma máquina que opera silenciosamente: o algoritmo. Ele aprende seus hábitos, testa suas reações e te oferece exatamente aquilo que te mantém mais tempo rolando na tela.
O problema? Esse ciclo nos força, muitas vezes, a produzir conteúdo como se nossa vida fosse um espetáculo constante. Uma competição por atenção.
É aí que nasce o esgotamento. A comparação. A crise de identidade.
A cada nova funcionalidade, a plataforma se torna mais sedutora — mas também mais exigente. E essa exigência não vem com um contrato explícito… ela vem sutil, por dentro, se transformando em culpa por não postar, em medo de sumir, em ansiedade por não ser visto.
Escolha onde você quer estar! O convite aqui não é para você deletar o Instagram, nem para virar um monge digital.
É para você escolher, conscientemente, até onde vai sua exposição.
É para você se perguntar:
– O que eu estou compartilhando e por quê?
– Isso me representa ou só alimenta o algoritmo?
– Eu tô vivendo ou só registrando?
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Autoconhecimento também é isso: perceber o quanto de você está se perdendo em troca de curtidas.
Você não precisa estar em todos os lugares, nem disponível o tempo todo.
Você só precisa estar bem.
E isso já é revolucionário.