Há uma linguagem que não é falada, mas sentida.
Uma linguagem que antecede as palavras e que sobrevive em imagens, gestos, sonhos e símbolos.
É com essa linguagem que a alma tenta, incansavelmente, nos dizer algo.
Mas a maioria de nós esqueceu como escutar.
É por isso que a Psicanálise Simbólica emerge — não como uma técnica, mas como um modo de escuta. Um chamado para quem deseja acompanhar a alma não apenas com teorias, mas com poesia, arte, silêncio e corpo.
O que é Psicanálise Simbólica?
A Psicanálise Simbólica é um olhar que atravessa as camadas do inconsciente usando imagens, mitos e narrativas como instrumentos vivos.
É o território onde se encontram Jung e os arquétipos, Clarissa e os contos de fadas, Sechehaye e os símbolos espontâneos dos psicóticos, os xamãs e suas histórias de origem.
É onde a psique pode finalmente deixar de ser analisada como máquina e voltar a ser compreendida como alma em travessia.
Esse olhar simbólico não busca “curar”, “ajustar” ou “normalizar”. Ele deseja apenas escutar com profundidade. E, ao escutar, permitir que a alma retome sua narrativa esquecida.
O símbolo como ponte entre mundos
Na prática terapêutica, vejo mulheres que não sabem nomear suas dores. Mas elas sabem o que sentem ao ouvir o conto da Donzela Sem Mãos. Ou quando, numa constelação, se deparam com a figura de uma loba guardando o feminino ferido.
É ali que o símbolo age: como ponte entre a dor sem forma e a possibilidade de reencontro com a inteireza.
Na minha metodologia de trabalho com a Contoterapia Sistêmica, os símbolos não são metáforas distantes. Eles são ferramentas arquetípicas vivas que tocam corpo, história e alma ao mesmo tempo.
Cada conto que usamos, cada mito que invocamos, cada imagem que surge no campo terapêutico é tratada como um oráculo que não explica, mas revela.
O feminino e o retorno ao simbólico
A linguagem do feminino é simbólica por natureza. O feminino dança, circula, sente, intui. Ele fala com o útero, com o ventre, com o olhar. Mas por séculos, o feminino foi colonizado por linguagens duras, métricas, objetivas — linguagens que o enfraqueceram.
Resgatar a escuta simbólica é também reparar uma ferida ancestral.
É permitir que a mulher possa se reencontrar com sua sabedoria interna — não como conceito, mas como vivência.
A Psicanálise Simbólica, neste contexto, é um chamado para uma escuta mais orgânica, mítica, sensível.
É o convite para lembrar o que a alma nunca esqueceu.
Uma escuta que transforma
Trabalho com mulheres. Mulheres que buscam reencontrar-se.
Elas vêm com perguntas — mas às vezes saem com imagens.
Imagens que falam por si: uma mulher-cervo, um cordão de fogo, uma floresta adormecida, uma velha anciã que não julga, apenas acolhe.
Essas imagens curam.
Porque o símbolo não obriga. Ele liberta.
Se você chegou até aqui, talvez essa linguagem também esteja pedindo passagem dentro de você.
E talvez o que você busca não seja uma nova resposta, mas uma nova escuta.
A escuta simbólica.
A escuta da alma.
Você também pode gostar
Você pode me encontrar também em minha escola de formação para mulheres, onde unimos contos, mitos, constelações e psicologia simbólica para uma jornada de reconexão com o feminino profundo. Estamos formando uma nova geração de terapeutas que escutam a alma com imagens, e não apenas com diagnósticos.
Se quiser seguir comigo, me acompanhe por aqui ou no Instagram @tatiborsoipsi.