Autoconhecimento

A eutanásia e o dilema do livre arbítrio

Escrito por Eu Sem Fronteiras

Praticamente em todas as religiões, o suicídio é algo condenável. Antecipar por vontade própria a morte traz consequências terríveis, de acordo com os ensinamentos cristãos. Mesmo assim, algumas pessoas decidem dar um fim à vida, não se importando com o que pode acontecer a elas depois da morte, muito menos o quão sofrível será o método optado por elas para morrerem. É provável que alguns não recorram ao suicídio justamente pelo medo de se matar. Por mais que possa parecer contraditório, é preciso ter uma certa coragem, mesmo que motivada por uma grande dose de desespero, em cometer esse tipo de ato.

Quando falamos de eutanásia, pelo menos o receio de uma morte dolorosa é minimizado. No caso dos pacientes em estado terminal, a adoção de tal procedimento é discutida nas esferas judiciais.

Afinal, é justo manter viva uma pessoa que já foi desenganada pelos médicos contra a vontade dela?

Caso possa recorrer à eutanásia, ela basicamente tomaria duas injeções que supostamente causariam uma morte indolor: a primeira seria um sedativo, para que a pessoa durma, enquanto a segunda causaria a morte.

As grandes questões que envolvem esse tema são as seguintes:

O governo tem o direito de impedir uma pessoa de se suicidar, mesmo que isso teoricamente invada a sua liberdade? E qual é exatamente o papel da medicina, prolongar a vida da pessoa até o último instante ou oferecer as possibilidades de tratamento e o próprio paciente opte pelos procedimentos a serem adotados?

Se seguirmos pela linha da religião, a resposta é que a eutanásia não pode ser aceita porque é uma interferência direta do homem nos planos de Deus. Mas considerando que o estado é, ou deveria ser, laico, ou seja, sem a interferência da religião nas decisões do governo, então como proceder? Já houve casos de pessoas no exterior que conseguiram o direito na justiça de recorrerem à eutanásia, mas também há registros de médicos que foram processados por assassinato por terem ajudado pacientes a se suicidarem.

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Salvo algumas exceções, o bom senso preza que a proibição não é a melhor forma de resolver os problemas. Geralmente é aconselhável instruir que o indivíduo não faça aquilo que você pensou em proibi-lo de fazer. Afinal, as proibições podem ser ignoradas pelo fato de que a pessoa não comete o ato porque é proibida, não porque não queira.

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Há uma infinidade de casos em que doentes se recuperaram de forma inesperada, mesmo de doenças incuráveis ou com o aviso de que a morte estava próxima. Baseando-se nessas situações, a esperança de que as coisas podem mudar deve sempre existir, até porque milagres acontecem. Mas se realmente essa pessoa desistiu e não puder recorrer à eutanásia, provavelmente ela vai buscar outros modos de antecipar a morte, talvez passando por um sofrimento ainda maior.


  • Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras.

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