Autoconhecimento Comportamento

A Quarta Chave da Caixa Preta | Integridade

Mulher de perfil com olhos fechados e maos unidas em frente ao corpo
Escrito por Celso Costa

Ahey Aho! Chegamos à Quarta Chave da Caixa-preta!

Se você acompanhou as três chaves anteriores, já entendeu que não é possível crescer sem aceitar que os erros do passado são parte dos acertos do presente, portanto não é justo nos cobrarmos por uma versão nossa que não existe mais. Aquela pessoa que agiu como agiu, morreu. Você é uma outra pessoa e não é uma atitude inteligente cobrar dos mortos as atitudes dos vivos. O que define você é o que faz com esses erros. Esse é o motivo de precisarmos ter paciência conosco. Essa atitude cria uma ressonância de autoperdão que o prepara para o novo que se apresenta a cada dia. Acredite, quando nos perdoamos, fazemos o mesmo com o outro. Quando nos amamos, amamos com mais facilidade. E isso só é possível quando focamos nosso Sol Central, nosso Coração, nosso Centro criador da ressonância harmônica da Matriz Divina. É assim que temos um encontro de amor com nós mesmos.

Tudo o que falamos nas três primeiras Chaves parece óbvio. No entanto, nos cobramos, restringimos aquelas partes de nós que não gostamos e não nos aceitamos incondicionalmente. O que ressoa em nossos preconceitos e intolerâncias com o universo externo e seus habitantes, criando os sistemas relacionais falidos que vivemos em nossa sociedade. Acessar a versão evitada, ocultada, jogada sob o tapete nos nossos medos mais profundos, é o objetivo dessa quarta chave. Enquanto não fizermos isso, sempre nos depararemos com a guardiã da caixa-preta chamada Sombra. Só as pessoas íntegras, ou seja, que integraram seus aspectos luz e sombra, terão acesso ao poder infinito da caixa-preta.

Por que temos tanta dificuldade de lidar com nossas sombras?

Mulher apoiada na pedra de olhos fechados
Foto de Marlon Alves no Pexels

Nascemos íntegros e completos, mas vamos nos retalhando ao longo da vida. Tudo aquilo que chamamos de erros, todas as coisas que negamos a nosso respeito são nossas sombras. Elas foram construídas desde a nossa infância quando familiares, educadores, amigos, TV e internet, começaram a compartilhar experiências pessoais sob o nome de princípios sociais. Além disso, fomos aprendendo diferentes formas de conseguir o que desejamos de acordo com o meio. Por exemplo, a infância de uma pessoa com pais que só pensavam em trabalho e não davam a atenção que necessitava, a ensinou que precisava chamar a atenção com agressividades públicas, choros, quebrando objetos, brigando na rua com os amiguinhos, ou se fechando em uma casca de timidez ou amadurecimento precoce. Essa adaptação da criança criará um adulto que não sabe dialogar, que passa por cima de tudo e todos para conseguir algo, que é profundamente egoísta ou que assume a posição de vítima social vivendo relações pessoais e profissionais desastrosas. Em algum momento a pessoa começará a se odiar vestindo máscaras de adaptação que a levará a alguma crise. Mas as sombras também são os nossos maiores trunfos. Elas não são necessariamente negativas. Essas atitudes destrutivas são apenas erros de intensidade de talentos que aprendemos ao longo da nossa história. Negar o que somos é dar poder ao polo negativo desses talentos. É impossível fugir de nós mesmos. Quando fazemos isso nos abrimos para aqueles momentos em que perdemos o controle e todos esses aspectos que tanto fugimos vem à tona na hora errada, com as pessoas erradas e na intensidade errada.

Já aprendemos na segunda chave sobre a responsabilidade do que pensamos e sentimos, porque sempre que isso acontece criamos um campo eletromagnético que ressoa em nosso corpo e em nosso mundo. Em outras palavras, você pode até tentar esconder quem é das outras pessoas, mas acredite, em algum momento todos verão a verdade. Quanto mais evitarmos externar algo, mais poder investiremos em nossos medos. Mais uma vez, não dá para fugir de quem somos. Você pode até tentar, mas isso o adoecerá. Aquilo que tememos nos acontece. Não temos escolha no que diz respeito a plenitude, a completude, a integridade da vida. Só seremos felizes quando abraçarmos nossos aspectos de luz e sombra.

Falei anteriormente que as sombras também são nossos maiores trunfos. Isso acontece porque muitas vezes, e isso é mais comum do que imaginamos, grande parte do nosso potencial de realização assumiu a característica de sombra quando alguém, com sua respectiva sombra, disse que você não conseguiria algo, que não era o certo, que tinha que ser diferente, baseado nas próprias interpretações da vida. Você aceitou, enterrou seu talento, sonho, objetivo, forma de agir, e assumiu a postura dessa outra pessoa, abrindo mão de quem realmente é.

Homem em frente a espelho com mãos apoiadas visto de costas
Foto de Lucas Pezeta no Pexels

Sabe qual é o lugar mais rico do mundo? O cemitério. Centenas de milhares de dons, talentos e sonhos enterrados pelo medo de assumir a própria individualidade. Graças a Deus essa é apenas uma analogia. No universo nada se perde, nada desaparece, nada morre. Tudo se transforma. Isso significa que tudo o que você acreditou até hoje estar morto, que não tem jeito, que não dá mais tempo, pode ser ressignificado. Você pode cavar fundo, retirar todas as camadas que escondem a sua essência, olhar para as suas sombras com carinho e transmutá-las em luz.

Usando a analogia da criança sem o amor e a atenção dos pais, vamos ver como podemos mudar a intensidade dos efeitos transformando essas sombras em luz. O não saber dialogar pode transformar a aspereza em prudência de saber a hora de ser duro, enfático e pontual, da hora de elogiar, se calar ou ter paciência com o outro. O passar por cima de outras pessoas nos mostra que existe uma gana, uma intrepidez que, se for bem equilibrada, pode manifestar um grande potencial de realização. A pessoa só passa por cima das outras por medo de que façam o mesmo com ela. Essa foi a forma que aprendeu a se defender para encontrar seu lugar ao sol, já que os pais não davam a atenção que almejava. Quando ela aprender a equilibrar essa característica, entendendo que a única adversária é ela mesma, não terá mais razão de se sobrepor a ninguém. Se tornou egoísta porque os pais, segundo a sua interpretação, também eram tendo em vista que só pensavam no próprio trabalho. Se ela equilibrar isso, aprendendo que quanto mais egoísta ela for menos atenção e amor receberá, entenderá que a felicidade está muito além do ter. E assim, podemos continuar essas novas formas de olhar para nossos aparentes defeitos, que escondemos como sombras, e que, na verdade, são apenas características pessoais que precisam ser equilibradas. Corrigindo a intensidade, transformamos todas as nossas sombras em luz.

Uma vida sem integridade é uma vida incompleta. Abrace suas sombras como informações preciosas esperando para iluminar aspectos, qualidades e talentos que talvez nem saiba que tem. Mas como fazemos isso? Aprendendo a ressignificar nossos defeitos para equilibrar a intensidade de suas manifestações, até que se tornem ferramentas para uma vida plena e transparente.

Primeiro, precisaremos identificar nossos defeitos para entendermos que não tem nada errado conosco, que temos valor, merecemos ser felizes, temos tudo a favor de novas escolhas. E isso só é possível reconhecendo, assumindo tudo o que negamos, tudo que não queremos mostrar ao mundo nem a nós mesmos. Segundo Bill Spinoza, aquilo com que você não consegue coexistir não o deixará existir. Todos os aspectos ocultos se manifestarão sem o nosso controle se os negarmos. Tudo que fugimos e negamos cria vida própria. Nossas sombras são as detentoras dos segredos da mudança necessária para acessarmos nossa caixa-preta. Ao encarar ficamos livres para assumir tudo o que somos com a leveza de nos aceitar incondicionalmente.

Mas não basta identificar e reconhecer, é necessário aprender o que esse aspecto tem a nos ensinar. Entendemos isso acessando a memória, a causa do efeito sombra. Pergunte-se: quais os benefícios o aspecto negativo traz e por que eu assumi essa postura? Todo comportamento destrutivo é calcado em uma interpretação positiva. Uma pessoa que está sempre doente está pedindo atenção. Uma pessoa agressiva está pedindo socorro. Uma pessoa egoísta está dizendo: me ajudem a acreditar em algo mais que meu próprio umbigo. Mesmo que ela não perceba, existe uma mensagem positiva. Pode parecer absurdo, mas todos nós queremos ser felizes e agimos de forma destrutiva por não abraçar os aspectos individuais. Quando integrados, encontramos clareza para ressignificá-los fazendo as devidas correções de intensidade de manifestação. Lembre-se de que todo extremismo é perigoso. Ser o bonzinho para ser aceito não apaga nossa maldade. E só é maldade porque é coagida a não se manifestar, porque interpretamos aquele aspecto sob a luz da opinião de outras pessoas.

Homem pensativo sentado em areia com mato e céu azul ao fundo
Foto de Nathan Cowley no Pexels

Então nosso exercício é identificar, reconhecer e aprender.

Prepare um caderno porque a cada dia, por meio da auto-observação contínua, preencheremos laudas e laudas de sombras. Depois de identificadas, reconheça que é parte de você. Não negue e nem julgue. Apenas entenda, de uma vez por todas, que todos os seus aspectos são parte da sua individualidade. Quando você para de julgar, se abre para aprender. Anote tudo. Não oculte nada. Chega de mentiras e omissões. Depois que tiver a sombra reconhecida como um aspecto pessoal, com os benefícios que elas geram, pense no motivo delas terem sido enterradas. O que houve? Quem ou o que aconteceu em uma de suas manifestações que o levou a transformar uma qualidade em uma sombra. Com esses quatro pontos claros, ressignifique como fizemos no exemplo da pessoa com os pais ausentes. Perceba como essa característica, aparentemente negativa, pode se tornar uma qualidade evolutiva que o ajude a encontrar a felicidade que tanto almeja. Corrija a intensidade percebendo que toda sombra é uma informação esperando para se tornar luz em sua jornada.

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Resumindo:

Identifique suas sombras.

Reconheça como parte de quem é.

Perceba o que ela tem a te ensinar.

Corrija a intensidade transmutando suas sombras em luz.

Se tiver dificuldade, deixe seu comentário que terei muito prazer em responder. Não tenho todas as respostas, mas posso ajudá-lo a encontrar novas perguntas cujas respostas estão à sua disposição em suas sombras. Esse exercício é apenas para as pessoas que estão prontas para galgar o próximo degrau rumo ao poder infinito da caixa-preta. Se você está lendo é porque está pronto. Não procrastine. Comece agora mesmo. Sem integridade sempre seremos limitados pelos nossos maiores medos. E o maior deles é entender que não fazemos a menor ideia de quem somos. Depois da integridade você estará preparado para a quinta chave e o verdadeiro encontro de amor com sua essência divina.

Nos vemos logo.

Beijos de luz e leveza!

Sobre o autor

Celso Costa

Celso Costa é pesquisador do universo quântico e dedica sua vida a buscar novas formas de transformar teorias em práticas de transmutação emocional.

Depois de quatro anos como proprietário do La Casita Nazaré, o primeiro Spa das Emoções do Brasil, no litoral sul de Pernambuco, decidiu, junto a sua companheira e terapeuta Enaile Lima, fechar o sistema de hospedagem imersiva para se dedicar a compartilhar tudo o que aprendeu nesse ciclo de autoconhecimento.

A partir do mergulho nos mistérios dos conhecimentos milenares, da física quântica e da neurociência, desenvolveu uma formação chamada Soma, com quatro níveis em dezoito módulos. São eles os Florais de Ressonância Sonora, o Terapeuta Arquetípico, o Alquimista Quântico e o Terapeuta de Verbopuntura.

Atualmente, viaja o país realizando palestras, workshops e cursos. Além de fazer parte da família eusemfronteiras, em que seus conhecimentos são compartilhados com textos e práticas de autodesenvolvimento.

Além de terapeuta e coach quântico, Celso também é terapeuta holístico, mestre reiki chama violeta, mestre seichim e ra-sheeba, mestre florais etéricos xamânicos e terapeuta cognitivo comportamental. Em 2018 publicou o livro “Reiki Chama Violeta – A Verdadeira Alquimia e Auriculoterapia sem Mistérios”. Atualmente está em fase de finalização de mais quatro livros, que compartilharemos assim que estiverem disponíveis.

Seus workshops e formações não se limitam às técnicas exclusivas que desenvolveu. Também facilita outros temas e técnicas, como Pranayama Elemental, Universo Holográfico, Neurociência do Som, Inversão Temporal, O Mapa das Emoções, Sigilos Mágicos, Seichem Seichim Reiki (Cura Egípcia), Reiki Chama Violeta, Ra-Sheeba (Cura Faraônica), Entendendo e Transmutando os Medos e as Fobias, Acupuntura Emocional sem Agulhas com Indução Hipnótica, A Magia do Verbo – Criando Palavras de Poder, Intuição Ativada (Básico e Avançado) e A Arte da Leitura Corporal ou Leitura da Mente.

Apesar desse perfil recheado de conteúdo, Celso é desbocado, irreverente e não poupa esforços para ensinar terapeutas a cuidarem de pessoas como pessoas.

Divirta-se com os textos dele e, sobretudo, conheça a si mesmo(a).

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