Autoconhecimento Psicoterapia

A síndrome do ninho vazio

As férias chegaram e os filhos aproveitam para viajar, deixando em casa os pais e um grande vazio.

Esta situação sendo temporária, a harmonia volta assim que chegam de férias. Mas geralmente, a tendência, com o passar do tempo, não é essa. Na nossa cultura educamos, criamos e preparamos nossos filhos para conquistar a independência, buscar seus próprios caminhos. No entanto, um grande número de pais não se prepara para os filhos “baterem suas próprias asas”: surge então a síndrome do ninho vazio. Os sintomas são vários: desânimo, tristeza, raiva, mágoa, distúrbios alimentares (a pessoa come demais ou muito pouco), depressão, diminuição da libido, distúrbios do sono, melancolia, etc.

Filha adulta consolando a mãe idosa, colocando as mãos no ombro dela
BearFotos / Shutterstock.com

Frequentemente, ocorre com pessoas que quase exclusivamente dedicaram suas vidas aos filhos, não conduzindo seu próprio destino para um desenvolvimento pessoal. No momento difícil em que os filhos saem de casa, é que os pais começam a perceber, enquanto casal, que pouca vida a dois tiveram, que enquanto indivíduos não descobriram outros papéis a não ser o de pais.

Mesmo sendo um processo natural da vida, para os filhos fica tudo mais pesado. Muitas vezes se sentem responsáveis pelo sofrimento dos pais, às vezes até gerando culpa.

Neste contexto, podem surgir conflitos entre o casal, pois inconscientemente, criam um “pacto” de vínculo para educar os filhos. Quando estes amadurecem, os pais sentem que sua função foi cumprida e muitas separações podem ocorrer.

Uma transformação positiva nessa dinâmica familiar pode ser alcançada com um movimento interno dos pais, em busca de novos objetivos.Um contato mais verdadeiro com seus próprios desejos, através de uma vida interna mais intensa, permite que saiam da postura de “abandonados”.

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A psicoterapia pode auxiliar no resgate de seus próprios caminhos. Mas o mais importante é perceberem que no momento em que os filhos saem de casa, abre-se então uma grande possibilidade de desenvolver outros papéis que não só os de pais. Afinal, de que valeu tantas experiências de vida se não for para ser feliz.

Sobre o autor

Márcia Gonçalves Ferreira

Especialista em psicologia junguiana com abordagem corporal, pelo Sedes Sapientes, e especialista em obesidade e transtornos alimentares, pela FMUSP, inclusive com experiência em pacientes com bariátrica.

Atendimentos presenciais e online. Larga experiência em expatriados no Brasil e em diversos países. Atendimento de adultos e adolescentes.

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