Convivendo Educação

Até parece, mas não é tão simples

Escrito por Rogério Prado
A Língua Portuguesa já foi chamada de “mistério” por ninguém mais, ninguém menos do que o eterno poeta Carlos Drummond de Andrade. E, até hoje, os conhecimentos básicos de bom uso da nossa língua materna se constituem num complexo mistério para a maioria das pessoas.

Mas por que algo que usamos diariamente em todas as nossas relações e práticas sociais consegue permanecer desconhecido pela maioria das pessoas? Na verdade a realidade não é bem essa. Todos dominam o básico da Língua Portuguesa, em síntese, o mínimo necessário para estabelecerem comunicação e interação com o grupo social no qual está inserido. Entretanto, em tais relações predomina a oralidade, enquanto a escrita torna-se uma prática limitada a poucos espaços e situações.

O que acaba existindo é um enorme abismo entre a oralidade (Língua Portuguesa falada) e a escrita (Língua Portuguesa Escrita). E, se por um lado, a oralidade predomina e se faz suficiente à grande maioria de nossas práticas sociais, por outro lado é a escrita a grande responsável pelo sucesso (ou insucesso) acadêmico e profissional das pessoas em uma sociedade essencialmente grafocêntrica (onde tudo que for oficial precisa estar devidamente registrado pela escrita).

Assim, não se trata de aprender a falar bonito, ou ficar corrigindo as variantes de fala das pessoas ao seu redor. Quem pensa em ingressar no Ensino Superior, ou no serviço público, sabe (ou pelo menos deveria saber) que a Língua Portuguesa (escrita) é uma exigência que vai além dos vestibulares e concursos.

O Ensino Superior é mestre em exigir o domínio da norma padrão culta da Língua Portuguesa, pois sua missão de formar profissionais competentes para a sociedade inclui diplomar pessoas que saibam se comunicar de maneira escrita com clareza e precisão, respeitando a maioria das regras ortográficas e gramaticais.

E mesmo que você já tenha passado num concurso público, ou já tenha recebido o tão sonhado diploma universitário, cuidado. Falar e, principalmente, escrever bem, é um diferencial importante em toda e qualquer área profissional, principalmente no atual momento de decadência da cultura letrada pelo qual estamos passando, onde as músicas estão cada vez mais cheias de incitações a crimes e violências e mais vazias do bom uso da Língua Portuguesa.

Certamente, se fossem vivos, Camões, Machado de Assis, João Cabral de Mello Neto, Drummond, Bandeira e tantos outros gênios das palavras, cairiam aos prantos só de ouvir uns 5 minutos das músicas atuais.


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Sobre o autor

Rogério Prado

Professor Rogério Prado é graduado em Letras, coach sentimental, escritor, poeta, especialista em comportamento, palestrante e produtor do canal do Youtube Vida em Abundância - palavras que transformam tua alma.

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