Há muitas formas de ser violento, mas talvez a mais simples, fundamental e cotidiana seja ser depreciativo. Desvalorizar, menosprezar, formas de criticar que não priorizam as pessoas, os modelos são múltiplos, incluindo aí as violências baseadas em preconceitos e generalizações. Depreciar é uma violência com o outro, mas também é uma violência com si próprio. O império do negativo também ataca aquele que negativa.
Está certo que não temos que gostar de tudo. Todavia há um manejo possível e saudável entre aquilo que me afeta negativamente e como demonstro os meus afetos negativos. E este manejo só é possível através daquele contato íntimo que é peculiar das atividades terapêuticas: conversas empáticas, insights profundos e atividades criativas.
Estas artes e estas técnicas são a pauta do dia caso queiramos viver em uma sociedade menos violenta. Não basta desejar, é preciso aprimorar-se. Está em nossas mãos que flores sobrepujem armas e que bandeiras atropelem tanques. Talvez não pareça, mas o amor muda mais o mundo do que o conflito. E o que é mais importante: muda na direção certa! Afinal, nenhum de nós estaria aqui sem milênios de atração mútua, cuidados e afetos positivos, ainda que vez ou outra estes nos façam falta.