Autoconhecimento

Controlar ou se entregar para a vida?

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Houve um tempo na minha vida que eu acreditava que tinha que controlar todas as coisas, planejava tudo e queria que tudo desse certo. Bom, é claro que sofria muito e estava sempre frustrada porque nada nunca acontecia como eu tinha planejado.

Quando me casei imaginei todo um futuro programado à minha frente, que não aconteceu porque me separei. Depois disso, simplesmente, desisti. Desisti de planejar, de controlar, de tentar fazer com que as coisas “dessem certo”. Foi então que comecei a perceber que as coisas, na verdade, dão certo o tempo todo, mesmo quando dão errado… que, na realidade, a gente não controla nada, temos a ilusão que controlamos e que escolhemos.

Temos a ilusão de que escolhemos, porque como expliquei em alguns textos anteriores, ou seguimos os nossos padrões mentais, o nosso Ego, ou seguimos o nosso coração e a nossa intuição, ou seja, a Consciência. De uma forma ou de outra, não escolhemos como em geral acreditamos….

Um dia estava observando o trânsito na Índia, quando você olha, pensa: como isso pode funcionar? Como os carros, tuk tuks e pessoas não se batem o tempo todo? Me dei conta, então, que existe uma ordem, uma ordem que eu não posso ver, nem perceber, porque não é óbvia, mas ela está lá. A mesma coisa é com a vida, existe um fluxo que não podemos perceber, que não é certo, nem organizado, mas ele está lá nos levando para as experiências que precisamos ter.

Um dia conversando com uma amiga ela me perguntou se eu acreditava em destino ou em livre arbítrio. Eu disse que não acreditava em nenhum dos dois… que acreditava na Vida e no fluxo do Universo…que quando precisamos fazer algo, ou ir em algum lugar, sentimos uma urgência interna em fazê-lo. Se não seguimos esse sentimento, de alguma forma a vida se encarrega para que tenhamos a experiência que necessitamos, de uma maneira ou de outra.

Muitas vezes, faço coisas que racionalmente não quero fazer, mas de alguma forma estou ali fazendo e vivendo aquela experiência. Dou muita risada de mim mesma quando me dou conta que estou em um lugar ou fazendo alguma coisa que se pensasse 5 minutos não estaria fazendo. Dou risada porque sei que segui a minha intuição para estar ali e que aquela é exatamente a experiência que necessito naquele momento.

Quando pensamos demais, damos muita atenção para a  mente  e para essa ilusão de controle. Quando nos entregamos para a vida e seguimos nossa intuição, abrimos um espaço para estarmos efetivamente no momento presente, vivendo cada experiência de fato.

Faz 2 anos que não moro em um lugar fixo, no máximo 2 meses em cada local. Nos últimos meses, comecei a me sentir cansada e com vontade de parar um pouco, ao mesmo tempo um projeto apareceu e resolvi investir nele. Me dei conta, então, que até o que a gente sente no momento acompanha o fluxo da vida. Comecei a sentir que tinha que parar, foi aí que um projeto apareceu. Se tivesse aparecido antes, talvez eu não ficasse, porque dentro de mim ainda sentia a urgência de viajar.

Por isso, sempre digo que não existe jeito certo ou errado, sentimento certo ou errado, experiência certa ou errada, as coisas são sempre como tem que ser e quanto mais a gente se entrega para o fluxo da vida, mais a gente percebe que o Universo se encarrega de colocar tudo no seu lugar. A única coisa é que esse lugar não é o que a gente imagina ou gostaria, ele é o que tem que ser para que a gente expanda a nossa Consciência. 

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O mundo é igual o trânsito na Índia, cheio de gente, de carros, de tuk tuks, de caminhos diferentes. Como pode a gente achar que a nossa mente vai controlar os caminhos que temos que seguir, ou as pessoas que temos que conhecer, ou as experiências que precisamos ter? 

A vida não é organizada igual o trânsito na Alemanha, ela é bonita igual o trânsito na Índia.

Sobre o autor

Juliana Izabel Polydoro

Sou psicóloga, fiz mestrado em psicologia da saúde e há um ano e meio trabalho com terapia EMDR (Eyes Movement Desensitization and Reprocessing).

Sou fascinada pelos resultados dessa terapia. O tratamento consiste em estimulação neurológica por meio dos movimentos bilaterais, para o processamento de situações traumáticas, e os resultados são excelentes. Todos nós temos traumas, em especial de infância, uns mais e outros menos, mas todos temos. E agora temos como curá-los, e é com isso que eu trabalho. Já morei muitos anos fora do Brasil, a maior parte do tempo na Irlanda, e por quatro anos viajei pelo mundo, cada hora em um lugar, e estive em lugares fantásticos, como Índia, Egito, Nepal, Tailândia e na maior parte da Europa. Fiz o Caminho de Santiago três vezes, na última vez caminhei por dois meses e meio. Tudo isso me trouxe muitos ensinamentos e conhecimento de mim mesma e espiritual. Por tudo isso meu foco é atender principalmente brasileiros que moram fora do Brasil e escrever. Adoro praia, dança, vida e calor! Por isso voltei para o Brasil, para a Bahia, vim ser feliz aqui!

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