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Dia nacional de luta dos povos indígenas: entenda a importância desta data

Mulher indígena
filipefrazao de Getty Images Signature / Canva
Escrito por Eu Sem Fronteiras

O Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, comemorado em 7 de fevereiro, é uma celebração de resistência e preservação cultural do povo originário do Brasil. Junte-se a nós neste dia significativo, explore os significados profundos que a data carrega e entenda toda a sua história, diversidade, desafios e cultura.

A história dos povos indígenas no Brasil é marcada por desafios, desigualdades e muita luta. Desde a chegada dos colonizadores europeus até os dias atuais, esses povos lutam pela sobrevivência e por direitos. A colonização trouxe consigo grandes impactos e devastadores. Com a chegada dos portugueses em terras brasileiras, os povos originários do país se viram, então, sem terras, doentes e sem poder exercer a sua cultura. Que tal conhecer mais sobre a história desses povos?

O descobrimento do Brasil e os povos indígenas

Muito do que aprendemos na aula de história foi contada pelos olhos dos colonizadores. Hoje, sabe-se que o Brasil não foi descoberto, mas, sim, invadido. Os então moradores desta terra desconhecida foram obrigados a abandonar tudo o que conheciam para se render aos colonizadores, o que afetou não somente a cultura de todo um povo mas também a flora e fauna em que estavam inseridos.

Os indígenas que habitavam o Brasil eram considerados selvagens para os portugueses. Eles foram exterminados pelas mãos dos portugueses e também pelas doenças que os portugueses traziam, entre elas gripe, tuberculose e sífilis.

Neste tempo, surgiram muitos líderes indígenas que tinham a coragem e o conhecimento para lutar contra os colonizadores. Entre eles, está Sepé Tiaraju, o grande nome que dá a data para este dia de luta.

Quando a data é comemorada?

O cacique Sepé Tiaraju liderou o povo guarani contra espanhóis e portugueses que lutavam pelas terras que seriam mais tarde conhecidas como Brasil e Uruguai. Sepé morava nas terras mais ao sul do país, mais especificamente no Rio Grande do Sul. Ele foi morto em 7 de fevereiro de 1756, depois de ser atingido com uma lança, torturado e decepado em um dos conflitos por disputa de terras. Antes de falecer, Sepé criou um dos bordões mais fortes da luta indígena, “Esta terra tem dono”.

Murau em homenagem a Sepé.
Danúbio Gonçalves de Wikimedia Commons

Depois que Sepé foi morto, os portugueses e espanhóis viram um território livre da autoridade indígena. Mesmo tentando lutar sem seu líder, os guaranis pereceram. A guerra custou a vida de aproximadamente 1,5 mil guaranis.

Hoje, essa data, conhecida como data do falecimento de Sepé, se tornou grande símbolo da luta de todos os indígenas que resistem e persistem em um país como o Brasil, e o dia 7 de fevereiro virou um marco para a luta indígena no país, tornando-se o Dia nacional de Luta dos Povos Indígenas.

Desafios que a comunidade indígena enfrenta

Mulher indígena brasileira segurando criança no colo
FG Trade de Getty Images Signature / Canva

Por mais que anos tenham se passado desde a morte deste incrível líder indígena, seu povo e outros povos indígenas continuam lutando por seus territórios, numa guerra silenciosa e mortal.

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A demarcação de terras é um ponto crucial, pois a relação intrínseca entre os povos indígenas e suas terras é vital para a preservação de suas culturas e formas de vida. A expansão de atividades econômicas, como a agricultura e a mineração, muitas vezes ameaça essas áreas, resultando em conflitos e impactos negativos para as comunidades indígenas. A luta pela saúde e educação também é fundamental, pois muitas comunidades indígenas enfrentam condições precárias nesses aspectos. O acesso a serviços básicos é essencial para garantir a qualidade de vida e o desenvolvimento dessas comunidades, respeitando suas especificidades culturais e tradicionais.

Neste Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, é importante que a sociedade reflita sobre a importância de apoiar essas comunidades em suas demandas por direitos básicos e reconhecimento. Somente através do respeito à diversidade étnica e cultural do Brasil poderemos construir um país mais justo e igualitário, onde os povos indígenas possam viver com dignidade e em harmonia com suas tradições ancestrais.


Texto escrito por Beatriz Mutton da Equipe Eu Sem Fronteiras.

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