Muitas pessoas deixam de absorver informações importantes porque, ao invés de ouvir a mensagem, elas somente escutam. Apesar dos dois verbos soarem como sinônimos, a funcionalidade deles é bastante distinta. Enquanto escutar é simplesmente reconhecer o som, ouvir está ligado a compreender, entender e absorver o que significa o conteúdo do som. Por exemplo: uma pessoa que apenas escuta a frase: “Não mexe aí, pois é perigo” provavelmente, caso precise, vai mexer naquilo que foi solicitado manter a distância. Seja por desdém ou por um momento de distração, a mensagem de perigo não foi compreendida, portanto, ela apenas escutou o que foi dito. Se tivesse ouvido, compreendido o real perigo de não seguir a orientação, certamente agiria diferente.
Num mundo recheado de mensagens a todo o momento, em casa, no trabalho, na rua, na internet etc., a quantidade de informações que chega a nós nem sempre permite filtrar de forma adequada o que realmente merece ser ouvido. Geralmente, pessoas que sofrem de ansiedade ou passam por uma rotina extremamente atribulada sofrem com essa dificuldade em compreender adequadamente as informações. Quando esquecem de fazer algo, não é porque houve um desprezo ou estejam com problemas de audição, mas porque estão com dificuldade para filtrar o que é mais importante. Uma peneira consegue peneirar areia, mas, se forem feijões, por exemplo, ela perde a eficácia. O mesmo ocorre com nossos pensamentos.
Quando percebemos que estamos com dificuldade em filtrar o que é dito, talvez seja momento de diminuirmos a nossa rotina. O primeiro passo para que uma ação seja tomada de forma sensata é que ela seja absorvida em nossa mente. Se o ouvido é a porta de entrada para isso e está funcionando de maneira desregulada, a busca por um psicólogo pode ajudar para que a gente volte aos trilhos.
Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras