Convivendo Saúde Integral

Lições do filme “Meu Pai” sobre o mal de Alzheimer

Um idoso segurando uma bengala. Parte do seu rosto sendo exibido e, no seu ombro, uma mão.
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Escrito por Eu Sem Fronteiras

Receber um diagnóstico de mal de Alzheimer para um familiar querido nunca é fácil. Como lidar com o esquecimento gradual? Como fazê-lo aceitar a presença de um cuidador? Como segurar as lágrimas ao não ser reconhecido? Todas essas perguntas são dilemas comuns na vida de quem convive com alguém com Alzheimer.

E esses questionamentos todos aparecem, é claro, na arte. No filme “Meu Pai” (2020), o veterano Anthony Hopkins, que venceu um Oscar pelo papel, interpreta um idoso que se vê confuso pelo desenvolvimento do Alzheimer, enquanto entra em um combate com a filha por sua autonomia.

É um filme com o qual qualquer pessoa que esteve próximo a alguém com quadro de Alzheimer vai se identificar e também serve para aqueles que vão começar a lidar com alguém passando pela doença.

O que é o mal de Alzheimer?

Um homem idoso colocando sua mão sobre o seu rosto.
Rad Cyrus / Unsplash / Eu Sem Fronteiras

O mal de Alzheimer é uma doença progressiva que destrói, ao longo do tempo, a memória e outras funções mentais essenciais. É um problema de saúde em que as células cerebrais e suas conexões vão degenerando e morrendo.

Os principais sintomas são perda de memória (de curto prazo, no início da doença) e confusão mental de todos os tipos. Ainda não há cura descoberta para o problema, mas há medicamentos que aumentam a qualidade e a expectativa de vida do paciente.

Agora que você já sabe o que é esse problema de saúde, confira abaixo o que podemos aprender com o filme “Meu pai” sobre o Alzheimer. ATENÇÃO: há spoilers sobre o longa neste artigo.

Tenha paciência

Paciência é um pré-requisito essencial para quem vai lidar com um paciente com Alzheimer. Explicar a mesma coisa várias vezes, perdoar os pequenos lapsos da mente, ver a pessoa desaprender funções básicas…

Um homem idoso e uma mulher ruiva colocando as mãos nos seus ombros.
fizke / 123rf / Eu Sem Fronteiras

Tudo isso pode ser muito difícil e esgotar a paciência até mesmo do mais paciente dos pacientes, mas se você quiser ter uma boa relação com a pessoa que sofre com essa doença, ouvi-la, respeitá-la e ser delicado e sensível com ela é fundamental. Lembre-se: muitas vezes, ela confia em você para entender o básico do básico.

Ajude com a memória

Repetir a mesma coisa mil vezes pode ser frustrante, mas é bastante importante para manter ativa e operante a mente do paciente com Alzheimer. Ajude-o a se organizar e a se lembrar das coisas mais simples, como onde deixou um relógio, a situações mais complexas, como sua infância.

Quanto mais estímulos, mais ativo o paciente vai ser manter e mais tranquilamente vai lidar com a sua doença, na medida do possível.

Mudanças graduais podem funcionar

Afastar o paciente da televisão, por exemplo, quando há dificuldades de separar realidade do que acontece na programação, ou inserir um cuidador na rotina podem ser mudanças abruptas. Lembre-se: você está vendo a deterioração do quadro do paciente, mas ele não, porque mal entende o que se passa.

Então fazer mudanças graduais pode ser mais interessante do que uma mudança brusca, como apresentar o cuidador como um amigo, alguém com quem pode ser bom conversar, mas aos poucos tornar aquela presença ali essencial.

Minha casa ou sua casa

Uma foto em preto e branco: um idoso visto de costas sentado numa cadeira de rodas.
Gerd Altmann / Pixabay / Eu Sem Fronteiras

É comum que pacientes com Alzheimer entrem em embates sem fim a respeito do lugar onde estão morando, o que é bastante mostrado no filme “Meu pai”. A maneira como a pessoa responsável pelo paciente vai lidar com isso é determinante.

Se houver conflito e discordância o tempo todo, isso só vai desgastar e estressar alguém, já confuso mentalmente. Se, porém, o diálogo for de compreensão e até mesmo de aceitação do absurdo que o paciente diz, as coisas tendem a fluir melhor. Entenda: é um problema de saúde, não se trata mais de convencer o paciente.

Prepare o coração

É chocante, no filme, a reação da filha do idoso no momento em que ele demonstra não reconhecê-la. Mais cedo ou mais tarde, é provável que isso aconteça com as pessoas responsáveis por pacientes com Alzheimer.

Aos poucos, a memória vai se deteriorando, então é importante que você se prepare para esse momento. Provavelmente vai doer de qualquer forma, mas não se ofenda nem leve a mal, porque o paciente precisa de amor e afeto, não de ainda mais cobranças além daquelas que já tem consigo mesmo.

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Por meio da arte, podemos refletir sobre muitos aspectos da vida e da sociedade, inclusive de uma doença que afeta milhões de pessoas anualmente. Tenha você convivido com alguém com Alzheimer que já se foi ou esteja entrando nesse “universo”, assistir esse filme que “mergulha” na cabeça do paciente é fundamental.

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