Convivendo

Minha melhor amiga

Homem carrega mulher em suas costas, e ambos estão com os braços abertos.
Escrito por Lucas Direito

Bares, tequilas, música alta e às vezes chata, cheiros exóticos (risos), gente suada (argggg), luzes de néon, muitos risos, às vezes para disfarçar o choro.

Assim eram nossas saídas, nem sempre sabíamos para onde estávamos indo.

Era intenso e toda vez diferente, mas uma coisa era certa: “Nós”.

Não tinha tempo ruim, um sempre para o outro.

Uma coisa que o Universo nunca permitiria era que os dois entrassem na “bad” ao mesmo tempo, sempre um de nós se mantinha no limite, quer queira para chamar o Uber ou até mesmo para fazer aquele chá que curava a ressaca das brabas, confesso que você sempre fazia o chá.

Os dias nem sempre eram de glórias, havia dias sombrios que massacravam nosso coração, porém estávamos sempre um para o outro.

As coisas mudaram e senti raiva no início, bem mais que no início no meio também.

Mulher descendo montanha, e atras dela um homem toca violão.

Ninguém me avisou, não me foram entregues coordenadas de que no caminho dessa jornada seria necessário que continuasse sozinho.

Você sempre me avisava para onde ia… por que foi dessa forma sem nem mandar uma mensagem de texto?

Lembra quando você estava a fim daquele menino e concordávamos que ele era um babaca e que você merecia muito mais?

Então por que você não teve a coragem de perguntar o que achava de você me deixar naquela noite de outono?

Dói… tem uma ferida aberta e exposta, pega poeira, água no banho e da chuva, às vezes jogo um vinho daqueles baratos para ver se sana alguma coisa.

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Sinto-me egoísta, se éramos melhores amigos, como posso me comportar dessa forma?

Fui na casa da sua mãe e acho que ela também não concorda com a forma que você nos deixou, e parece que a alma dela sangra, mas calma, sua mãe não vai fazer o que você fez, perdão, sei que não foi culpa sua, mas é tão difícil.

Ela agora tem os olhos fundos e pesados, mas ainda me lembro daquelas férias em Ibiza, em que um rapaz disse que o mar era da cor dos seus olhos. Os olhos da sua mãe também possuem aquela cor e me fazem recordar tanto você, acho que por esse motivo ela chora toda vez que vai ao espelho.

Até o carteiro, o sr. Genário, lembra dele? Ele diz que sente sua falta e que a vida realmente pode ser estúpida às vezes, poderia jurar que os olhos dele também estavam fundos e pesados.

Volta? Não vou mais te forçar a ouvir aquelas músicas bregas, prometo sempre dividir a batata frita com você e faço o chá da ressaca por dois meses seguidos… tá bom… seis meses.

Eu sinto demais a sua falta, e sei muito bem que você nunca vai deixar de ser especial

Mulher sorrindo em um café, olhando para um tablet. Ao seu lado, um amigo também ri.

Ontem aconteceu algo e entendi seu recado. Você estava no meu sonho, tinha muita luz. Eu conseguia me ver dormindo e você me olhando com ternura e ao mesmo tempo com uma cara de “Ei, dá pra deixar que eu descanse?” e em seguida me dava um beijo na testa. Acordei com vontade de rir e chorar, mas consegui entender.

Eu te amo demais e jamais irei te esquecer.

Até breve!

Gratidão!

Eu te amo!

Sinto muito!

Sou grato!


Sobre o autor

Lucas Direito

Lucas Direito, cujo sobrenome dá conversa para inúmeras piadas.

Atualmente moro na Europa, sonho que realizei, e a cada dia que passa percebo o quão é bom correr atrás do que acreditamos.

Adoro viajar, provar novos sabores e estar em contato com pessoas das mais diversas culturas.

Acredito que se soubermos olhar o mundo com o coração somos capazes de alcançar uma compreensão e gratidão por tudo que nos acontece, mas esse pensamento não foi de um dia para o outro, então respeito se você ainda não tem essa perspectiva.

Aliás, muito importante, com o respeito se ganha o mundo.

Sou grato por tantas coisas, mas adoro o poder das palavras e com elas os prazeres desta vida.

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