Saúde Integral

O poder de cura do toque

Escrito por Priscilla Herrerias
Recentemente fui convidada a traduzir uma professora em um curso de educação somática, e logo nos primeiros dias ela propôs uma vivência que muito me marcou.

Aos participantes lhes foi pedido que se lembrassem de um toque, um toque que havia dado a eles segurança. Poderia ser uma memória da infância, de 5 anos atrás ou de cinco minutos antes, não importava. Se não houvesse memória, se fosse difícil de se lembrar, eles podiam imaginar, inventar a memória desse toque. Isso também não importava.

cura do toque

Fotografia: Danilo Erreria

Após anotarem em seus cadernos essas memórias/criações, os participantes deveriam se movimentar a partir da lembrança (ou invenção) desse toque, a partir da sensação que tinham em seus corpos ao se lembrarem ou imaginarem esse toque… Os minutos que se seguiram foram, para mim que via de fora, de puro encantamento. De olhos fechados, de maneira suave e intensa, vi corpos dançando embalados por mãos invisíveis que transmitiam conforto, compaixão e, acima de tudo, uma paz inabalável…

Esse belo exercício me fez sentir e refletir ainda mais sobre o poder de cura do toque – um abraço, um olhar que toca o outro, o toque do vento nos cabelos, da água na pele, do pé no chão mãe-Terra, o toque profundo em um trabalho terapêutico, todos eles têm um poder misterioso de cura, talvez difícil de se explicar, mas fácil de se sentir. 

No âmbito terapêutico, o toque profundo nos proporciona, além da liberação das tensões e dores armazenadas em nossos tecidos e sistema nervoso, a melhoria na circulação sanguínea e linfática, o retorno dos espaços internos, tanto em um sentido físico quanto psicológico. A partir do contato com nosso corpo, ganhamos vitalidade, confiança e harmonia. Ao atingirmos consciência de antigos padrões, ganhamos energia para transformá-los.

cura do toque

Fotografia: Danilo Erreria

Em algumas tradições xamânicas o toque é utilizado não só para curar o corpo, mas também para chamar de volta o espírito, já que também para essas tradições, não há separação entre um e outro. “Chua Ka” é um método ancestral de massagem da Mongólia, usado antigamente pelos guerreiros para remover o medo de seus corpos antes de irem para a batalha. Na Tailândia o uso da massagem data de 300 anos antes de Cristo e ainda é popular nos dias de hoje; na Índia a massagem está presente nas escolas ayurvédicas como parte de um sistema holístico de cura; no Japão desenvolveu-se o Shiatsu; e os chineses usam a acupuntura, estimulando e liberando os meridianos de energia que fluem através do corpo.

cura do toque

Fotografia: Danilo Erreria

Nos dias de hoje, mais e mais pessoas têm procurado as terapias de toque profundo por entenderem seu poder de cura, não somente em termos de saúde física, mas também para o bem estar mental e emocional. Importante ressaltar que a cura se dá não somente pela intervenção do terapeuta, mas principalmente pelo aumento de consciência que o cliente tem de seu próprio corpo, que se torna um caminho de auto-conhecimento. E um belo caminho, único e acessível para cada um de nós, que decidamos, com amor, dar o primeiro passo.


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Sobre o autor

Priscilla Herrerias

Sou formada em artes cênicas, pesquisadora das artes do corpo e do movimento. Seguindo esse caminho, comecei a me aproximar das terapias corporais. Sou formada em Myofascial Energetic Release (Liberação Miofascial Energética), uma terapia de toque profundo e consciente, pelo criador da técnica, Satyarthi Peloquin. Atualmente atendo em São Paulo, na Vila Mariana.

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