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Borderline: o que é, sintomas, causas e tratamento

Um homem segurando duas fotografias que o capturam em diferentes estados de humor. Um desses, eufórico; o outro, sorridente.
FGC / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Muito tem se falado atualmente sobre o transtorno de personalidade de borderline. Mas, afinal, você sabe o que é borderline? O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma psicopatologia caracterizada por instabilidade emocional e hipersensibilidade nas relações interpessoais. Quem tem esse transtorno experimenta emoções devastadoras que se manifestam de maneira marcante.

Neste artigo do Eu Sem Fronteiras, explicamos com mais detalhes em que consiste o transtorno de personalidade borderline, o que é, causas, sintomas e tratamento. Continue lendo para saber mais.

O que é borderline?

O significado de borderline é “caso-limite” ou “estado-limite”. Tem sua origem em hipóteses psicanalíticas em que o termo designa um tipo de fronteira entre a “organização neurótica” e a “organização social” e “psicótico”.

O Transtorno de Personalidade Borderline tem uma natureza diagnóstica muito controversa e, muitas vezes, nem é reconhecido como um transtorno específico, mas usado como um termo em que todos aqueles casos que não podem ser melhor diagnosticados, apesar de apresentarem características específicas.

Uma mulher olhando lateralmente. Ao lado, um espelho  a reflete exibindo um semblante raivoso.
Photographee.eu / Shutterstock

Sendo assim, o sujeito que sofre de transtorno de personalidade limítrofe projeta sua realização nos outros, tem uma instabilidade na autoimagem e tende a se vitimizar. Pode também ter desejos de vingança, paranoia e depressão, às vezes, até graves.

Inclusive há famosos com borderline. Entre eles, estão: Angelina Jolie, Lindsay Lohan, Britney Spears e Monique Evans. E mais, segundo o estudo que saiu na revista científica Rethink Mental Illness, publicado em 2017, 1 em cada 100 pessoas tem Transtorno de Personalidade Borderline.

Causas do borderline

As causas do Transtorno de Personalidade Borderline ainda não estão totalmente elucidadas. Atualmente, entende-se que provavelmente existem fatores genéticos que predispõem ao desenvolvimento da doença.

O fator ambiental poderia ser a causa desencadeante: eventos traumáticos ou altamente estressantes vivenciados na primeira infância — como abuso físico ou sexual, maus-tratos, separação dos pais ou perda de um deles, ou experiências de abandono — estão frequentemente associados ao desenvolvimento de transtornos de personalidade limítrofe.

Outro fator é relacionado às funções regulatórias dos sistemas cerebrais e neuropeptídeos, mas não está presente em todos os pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline.

Sintomas

Para identificar o transtorno de borderline, você precisa se atentar aos seguintes sintomas:

  • Medo intenso de ser abandonado: há uma necessidade de estar acompanhado por outras pessoas;
  • Idealização do outro: é comum que compartilhem detalhes muito íntimos rapidamente e exijam atenção para que estejam ao seu lado;
  • Mudanças dramáticas na opinião dos outros: sentem que serão rejeitadas ou que ninguém se importa com a sua vida;
  • Falta de controle de impulsos e busca intensa de sensações;
  • Baixa autoestima: há uma sensação de inferioridade em relação aos outros;
  • Comportamento de dependência: seja o gerenciamento irresponsável de dinheiro, seja compulsão alimentar ou abuso de substâncias tóxicas;
  • Alteração de humor: pode ser interrompido por períodos de raiva, angústia, desespero, tristeza, culpa, até mesmo explosões verbais;
  • Não aceitam críticas: devido à sua instabilidade emocional, se aborrecem com muita facilidade.

Como esse distúrbio afeta a vida cotidiana?

A pessoa com borderline apresenta conflitos a nível social, familiar, laboral e sentimental em geral. Conforme descrito acima, comportamentos impulsivos, instabilidade emocional e relacionamentos intensos fazem com que a pessoa com TPB apresente problemas constantes em mais de uma de suas áreas de vida. Ou seja, esse comportamento interfere no seu dia a dia.

Uma mulher com raiva.
SHOTPRIME / Canva

É importante ressaltar que os comportamentos nocivos tendem a aumentar em situações estressantes, como conflitos ou rompimentos com o parceiro, dificuldades e perdas familiares, assédio ou abuso físico e sexual, mudanças de moradia ou escola, pressão do trabalho, entre outros.

Como é feito o diagnóstico de borderline?

Diagnosticá-lo envolve a realização de uma avaliação complexa dos sintomas. Muitas vezes, está presente em conjunto com outros fatores, como: ansiedade, depressão, fobias, hábitos alimentares anormais, obsessões e delírio, estilos comportamentais e atitudes emocionais.

Segundo eles, a pessoa pode ser enquadrada ao longo de um continuum: dos limites do não diagnóstico à patologia óbvia. É muito difícil diagnosticar o Transtorno de Personalidade Borderline, pois, muitas vezes, é difícil discriminá-lo de outros transtornos, já que compartilha certos critérios, como espectro impulsivo e depressivo, raiva e uso de substâncias.

Sendo assim, o diagnóstico é feito por critérios clínicos, relatados pelo paciente e observados por um psicólogo ou psiquiatra.

Borderline tem cura?

Através da terapia, a maioria dos pacientes com borderline pode encontrar alívio dos sintomas e experimentar a remissão da condição, definida como alívio constante dos sintomas por pelo menos dois anos consecutivos. Sendo assim, não há uma cura, mas fazendo o tratamento adequado, é possível levar uma vida com menos oscilações.

Tratamento

Atualmente o tratamento para borderline envolve principalmente a psicoterapia com o auxílio da farmacoterapia. Em geral, o objetivo do tratamento é ajudar o paciente com raiva, controle de impulsos e sensibilidade à rejeição/crítica.

Uma mulher numa sessão de terapia.
Polina Zimmerman de Pexels / Canva

No caso, a terapia psicológica ensina habilidades e estratégias para produzir mudanças comportamentais na pessoa diante de emoções intensas. Ocorrem mudanças como a regulação das emoções, tolerância ao desconforto, controle de comportamentos impulsivos, tomada de decisão, resolução de conflitos, relações interpessoais estáveis.

Isso é produzido por meio do trabalho constante nas sessões, do comprometimento da pessoa com TPB, do suporte familiar adequado e do trabalho em equipe com o terapeuta, a fim de atingir os objetivos terapêuticos.

A importância do estilo de vida

Embora possa levar tempo, o tratamento pode levar a melhorias. Para ajudá-lo, confira algumas dicas que ajudam.

1 – Revise as opções de tratamento com seu médico e siga a terapia.

2 – Tente manter horários estáveis para refeições e descanso.

3 – Envolva-se em atividades físicas leves ou exercícios que ajudam a reduzir o estresse.

4 – Estabeleça metas realistas.

5 – Divida tarefas pesadas em pequenas atividades, dê a si mesmo algumas prioridades e faça o que puder, como puder.

6 – Tente passar tempo com outras pessoas e obter apoio de um amigo ou familiar de confiança.

7 – Explique aos outros quais eventos ou situações podem desencadear os sintomas.

8 – Esteja ciente que seus sintomas melhorarão gradualmente, não imediatamente.

9 – Seja paciente.

10 – Identifique e pesquise situações, lugares e pessoas tranquilizadoras.

11 – Não consuma álcool ou drogas; provavelmente, eles só vão piorar a situação.

Como superar o transtorno de personalidade borderline?

Se você acha que um amigo ou membro da família pode ter Transtorno de Personalidade Borderline, tente dar-lhes seu apoio e confiança. Não o julgue, para que ele tenha a oportunidade de se comunicar com você honestamente. Sugira que procure ajuda especializada, para avaliar as dificuldades que apresenta, determinar o tratamento complementar psicológico e psiquiátrico.

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Muitos dos problemas que o atormentam podem desaparecer, e você pode desfrutar de uma vida plena e pacífica. Por isso, a terapia psicológica profissional e abrangente irá ajudá-lo a encontrar a vida harmoniosa que procura e dar-lhe o significado que deseja.

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