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Conheça 10 doenças que afetam a mente

Homem com um livro em frente ao seu rosto
Karolina Grabowska / Pexels
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Há uma famosa frase sem autoria definida que diz o seguinte: “Ainda que conheça o centro do Universo ou o fundo do mar, o homem não conhecerá o que há de mais próximo de si: ele mesmo”. De certa forma, a frase está certa, porque muito já avançamos na exploração espacial, por exemplo, mas ainda há incontáveis mistérios relacionados com a mente humana.

Com o avanço da ciência e o desenvolvimento da Psicologia e da Psiquiatria, passamos a compreender cada vez mais os transtornos problemas de saúde relacionados com a mente e o cérebro, que são centenas, talvez centenas de milhares. Conhecer esses transtornos é essencial para estarmos atentos à nossa saúde e também para sabermos como lidar com pessoas que sofram com eles.

Depressão

Chamado clinicamente de transtorno depressivo maior (TDM), mas popularmente conhecido somente como depressão, é um dos problemas mais graves das sociedades modernas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são mais de 350 milhões de pessoas no mundo com esse mal.

Mais de 1 milhão de pessoas tiram a própria vida por ano no mundo (dados da OMS). E, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 97% dos casos de suicídio estavam associados a transtornos mentais – sendo o primeiro lugar ocupado pela depressão. O suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, conforme relatório divulgado pela OMS em setembro de 2019.

Mulher se sentindo solitária sentada em um cais
Keenan Constance / Pexels

A depressão se caracteriza principalmente por um período de duas ou mais semanas com predominância de sentimentos depressivos/tristes/melancólicos, bem como baixa autoestima, perda de interesse em atividades que antes eram interessantes, pouca disposição e dores sem causas definidas.

Depressão tem cura! A psicoterapia e o tratamento psiquiátrico são essenciais para promover a cura. Se você está com sintomas de depressão ou conhece alguém que esteja, marque uma consulta com um psiquiatra e procure um psicólogo para iniciar o tratamento.

Ansiedade

Ao lado da depressão, o transtorno de ansiedade generalizado (TAG), mais conhecido apenas como ansiedade, tem sido considerado por especialistas em saúde mental o mal do nosso século, visto que são milhões de casos desses dois problemas em nossa sociedade moderna.

Mulher sentada em frente ao seu laptop com suas mãos na cabeça
Yan Krukov / Pexels

O TAG é caracterizado por um estado de ansiedade excessiva e persistente, que acontece até mesmo sem contexto, ou seja, sem situações que despertem ansiedade. Se esse tipo de quadro persiste por mais de seis meses, é provável que seja TAG. Além disso, os sintomas incluem crises em que são frequentes insônia, suor excessivo, mãos e pés úmidos, enjoos, dificuldade de se comunicar, de se alimentar e facilidade de se assustar e se impressionar.

Assim como a depressão, a ansiedade tem cura, e o acompanhamento é feito por um psiquiatra e um psicólogo.

Síndrome do pânico

Muitas vezes um desdobramento do TAG, a síndrome do pânico se caracteriza por ataques recorrentes e inesperados, normalmente desencadeados por situações de medo intenso. Os sintomas mais comuns são suor, tremores, falta de ar, palpitações, entorpecimento e sensação de que algo terrível vai acontecer. A própria sensação de que um ataque está na iminência de acontecer pode desencadear uma crise.

Ainda que algumas pessoas desenvolvam o problema por se exporem com intensidade a situações de medo e ansiedade, a Medicina ainda não sabe as causas exatas dos ataques de pânico, mas há evidências de que o histórico familiar influencia. Fumo, estresse psicológico e vícios podem causar essa condição.

O tratamento inclui psicoterapia e psiquiatria, mas também exercícios de respiração e de tranquilização, como a meditação, que pode evitar crises

Síndrome de burnout

Vivemos numa sociedade em que as nossas profissões estão cada vez mais no centro de nossas vidas, bem como as exigências em relação a elas, que são muitas e “pesadas”. Por isso é que a síndrome de burnout tem sido cada vez mais discutida.

Médico segurando uma lousa escrito Burnout
convisum / 123RF

Conhecida também como síndrome do esgotamento profissional, é um problema relacionado exclusivamente com o trabalho. É um estado de estresse crônico se caracteriza pelo esgotamento físico e emocional, em especial entre profissionais que trabalham constantemente sob pressão.

Os principais sintomas são exaustão física e mental, descaso com as necessidades pessoais e com o lazer, aversão a encontros sociais, tristeza ou insatisfação intensa, colapso físico e mental, entre outros. O tratamento inclui psicoterapia e medicamentos para tratar os sintomas.

Bipolaridade

Transtorno afetivo bipolar (TAB), conhecido também como bipolaridade, é uma perturbação mental caracterizada por uma alternância frequente entre dois tipos de humor: períodos de depressão e períodos de ânimo intenso, também conhecidos como mania, em que a pessoa se sente enérgica, contente e irritável.

É um transtorno que exige acompanhamento psicológico e psiquiátrico, porque o risco de suicídio é elevado – pelo menos 20 a 30 vezes maior que na população geral (segundo estudo publicado na National Library of Medicine em 2013). Além disso, estima-se que 30% das pessoas que sofrem desse mal praticam automutilação.

Suas causas ainda não são plenamente compreendidas, mas sabe-se que ansiedade, depressão, abusos na infância e estresses de longa duração podem causá-lo.

Borderline

O transtorno da personalidade borderline (TPB), conhecido popularmente apenas como borderline, é um transtorno com sintomas menos “exatos”, como os da depressão e da ansiedade. Ele é caracterizado, principalmente, por instabilidades e dificuldades nas relações com outras pessoas, instabilidade de autoimagem e autoestima e instabilidade emotiva. Comportamentos de risco e automutilação são comuns nesses casos. Sensação de vazio e medo intenso de abandono emocional também são frequentes.

Mulher De frente ao espelho não se reconhecendo
bialasiewicz / 123RF

Abusos de substâncias, depressão e perturbações alimentares estão entre os fatores que causam o problema. Apesar de apenas 1,6% da população mundial sofrer com esse problema, segundo relatório publicado pela OMS em 2015, a taxa de suicídio entre as pessoas que sofrem com esse mal é altíssima, chegando a 10%.

Psicoterapia e tratamento psiquiátrico com medicamentos promovem uma melhoria gradual no quadro.

Esquizofrenia

Antigamente conhecida como loucura, a esquizofrenia é uma perturbação mental que causa episódios recorrentes ou mesmo ininterruptos de psicose, incluindo alucinações, delírios e desorganização do pensamento. As consequências são, entre outras, reclusão social, dificuldade de expressar emoções, falta de motivação e outros transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão.

A OMS estima que 0,5% da população mundial sofra desse mal. Quando a doença é desencadeada, a expectativa de vida gira em torno de 8 a 20 anos, devido ao risco de suicídio, doenças cardiovasculares e excessos ou faltas causadas pelo estilo de vida imprudente.

O tratamento paliativo é feito com medicamentos, e a psicoterapia é indicada.

Homem andando sozinho
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Prosopagnosia

Considerada uma doença rara em seus graus mais avançados, a prosopagnosia é uma desordem que faz com que a pessoa acometida tenha dificuldade de reter, assimilar e reconhecer rostos, Então apresenta de reconhecer pessoas, mesmo que sejam próximas e conhecidas.

Suas causas geralmente envolvem lesões cerebrais ou doenças neurológicas que afetam áreas específicas do cérebro.

Não há tratamento para esse problema, a não ser a psicoterapia, que ajuda a lidar com ele de maneira saudável.

Autismo

O transtorno do espectro do autismo (TEA), popularmente conhecido como autismo, é um transtorno caracterizado por dificuldade de interação social e comunicação, seja verbal ou não, além de comportamentos restritivos e repetitivos.

O autismo é altamente hereditário, e a doença é muito variada, portanto cada pessoa acometida apresenta sintomas e características diferentes. É uma doença que se manifesta cedo e, seu diagnóstico geralmente é feito quando a criança tem entre três e quatro anos de idade, período em que as dificuldades de interação costumam ser percebidas pelos pais.

Mãos de um adulto e de uma criança segurando o símbolo do autismo - um coração com um quebra-cabeça dentro
vetre / 123RF

O tratamento inclui psicoterapia e outros cuidados adicionais, além de possibilitar que a pessoa que sofre com esse mal viva em condições estáveis e saudáveis.

Sua variedade é tão grande que se fala de “espectro de autismo”, já que muitas perturbações diferentes podem ser consideradas autismo, como a que descreveremos a seguir.

Síndrome de Asperger

A Síndrome de Asperger é uma das perturbações mais comuns do espectro de autismo. É caracterizada por dificuldades de estabelecer relacionamentos sociais e de se comunicar, bem como padrões de comportamento e interesses muito específicos e intensos a respeito de determinados tópicos.

A pessoa acometida geralmente apresenta bons graus de inteligência e desenvolvimento relativamente normal da linguagem, diferentemente de outros transtornos do espectro de autismo.

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Os sinais costumam se manifestar geralmente antes dos dois anos de idade, e o tratamento paliativo, para dar mais qualidade de vida à pessoa, inclui psicoterapia.

Vale lembrar que o termo “Asperger” não aparece mais na 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, sendo classificado como “transtorno do espectro autista sem comprometimento linguístico ou intelectual”. Mas o uso ainda é corrente porque essa nomenclatura ainda costa da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. Os especialistas nas áreas relacionadas preferem o uso do termo “autismo leve”.

Esses são alguns dos vários transtornos que podem afetar a mente humana, e a Medicina ainda não conseguiu entender exatamente por que eles ocorrem. A nossa mente é realmente um mistério, não é mesmo? Se você desconfia de que sofre com algum desses problemas, marque uma consulta com um psiquiatra e/ou uma sessão com um psicólogo, para ser avaliado, e cuide da sua saúde mental!

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