Convivendo

Problemas com a mãe

Mulher e menino brancos com expressões sérias.
Yevgeniya Borodinova / 123rf
Escrito por Paula Viana

Estava, um dia, pensando e percebi que a maioria das pessoas com as quais tinha me relacionado tinham algum problema com a mãe. Eu tinha amigas que eram mães das mães e ex-namorados que tinham problemas com a mãe ausente, ou seja, muitas pessoas que estavam com problemas que não percebiam.

Quando entrei para a faculdade, conheci uma pessoa que dizia não gostar da mãe dela e, por incrível que pareça, ela foi a primeira pessoa da sala com a qual tive contato. Isso é o que chamamos de lei da atração. Com o passar do tempo, ela jogava o problema que tinha com a mãe para a sogra, da qual ela também “não gostava”.

Tive a oportunidade de conversar, ela começou a desabafar sobre as coisas que a mãe fez. Essa moça dizia que a mãe era narcisista e passou uma hora contando as histórias que a sua mãe tinha feito e pelas quais ela havia sofrido. Olhei para o relógio e lhe disse:

— Eu entendo tudo o que foi doloroso, mas se você não resolver essa questão, ela vai se estender para outras mulheres. Sua possível chefe, suas amigas, outras mulheres serão alvo desse sofrimento. A sua mãe fez o que ela pôde, não cabe a nós julgarmos se foi certo ou não, mas você, caso queira ser mãe, deve perdoar tudo isso, para que a sua filha, no futuro, não sofra com essas questões.

Minha mãe fez de tudo e foi brilhante em ser minha mãe, e o meu desenvolvimento é responsabilidade minha. O sofrimento com esses traumas não pode ser ignorado. Não podemos dizer que é fácil manifestar esse perdão, mas, para termos uma boa saúde, é importante procurar um terapeuta, um constelador familiar ou um psicólogo.

A dor permanece durante anos e vai vir à tona durante nossas relações. Relacionamentos são uma escola, e, quando você tem problemas em conquistar o dinheiro, isso significa um problema de relacionamento, pois o dinheiro é uma energia de troca.

Mulher branca limpando a boca de menina branca.
lelia_milaya / Reshot

Geralmente, quando somos filhos, sofremos para carregar cargas que são dos adultos e, como não entendemos isso, surgem os bloqueios. Em resumo, o primeiro relacionamento que você tem é com a mãe, por isso, em determinado momento, é preciso cortar o cordão umbilical e crescer. A relação com o pai é responsável por levar você ao mundo, por isso, algumas pessoas nunca conseguem um relacionamento saudável.

Eu faço consultoria para pessoas que trabalham com terapias e vejo que muitas outras não sabem que estão com problemas com a mãe. Aliás, ignorar a questão torna mais difícil chegar a uma solução, e, muitas vezes, é doloroso descobrir que existe esse bloqueio — mas a dor aproxima a pessoa da solução.

Conheci uma pessoa que foi abandonada pela mãe em um orfanato, e isso gerou vários problemas linfáticos relacionados à autoestima. Essa pessoa teve que crescer com essa energia, mas aprendeu que podia ser mais feliz e aprendeu várias práticas terapêuticas. Ela venceu, e eu sou muito fã dela. Acredito que a adversidade a levou para um crescimento.

Conheci um rapaz que tinha uma relação estranha com a mãe. O pai dele morreu, e a mãe o colocou no lugar do marido. Ambos tinham uma relação muito próxima, a nível psicológico, e ele não conseguia se relacionar, pois a mãe competia com as namoradas.
Escrevi um livro com essa temática.

Nele, a personagem não tinha autorização para chorar ou sentir e, com isso, se tornou antissocial. O título do livro é “O erro de Alice”, e ele fala sobre os conflitos maternos e os relacionamentos tóxicos.

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Cada pessoa tem muito valor. Perdoe o que passou e vai conseguir seguir em frente com mais qualidade de vida.

Sobre o autor

Paula Viana

Viana é esteticista e tem formação técnica em nutrição, terapias complementares, runas e Barras de Access.

Autora de dois livros, "Duas Irmãs" e "Beleza e Bem-Estar em 50 dicas".

Atende em seu espaço estético em São Paulo.

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