Comportamento Convivendo

Quem fala mal de alguém para você, fala mal de você para outro

Imagem de uma mulher falando ao pé do ouvido de outra e a outra com os olhos arregalados e a boca aberta, simbolizando o conceito de que quando alguém fala mal dos outros para você, inevitavelmente fala de você para alguém.
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Escrito por Giselli Duarte

Quando alguém fala mal dos outros para você, inevitavelmente fala de você para alguém. Participar disso vira cumplicidade e te coloca no mesmo jogo tóxico. Silenciar, recusar e se afastar é autopreservação. Escolher conversas saudáveis também é escolher paz.

Presta atenção nisso: aquela pessoa que senta do seu lado e começa a despejar tudo de ruim sobre outra pessoa. Conta os podres, fala dos erros, ri das falhas, expõe os segredos.

E você escuta. Às vezes até concorda. Às vezes até adiciona algo. Porque no momento parece só uma conversa, um desabafo, uma troca entre vocês.

Mas pergunte para você mesmo: se essa pessoa fala assim de alguém que não está presente, o que ela fala de você quando você não está?

A resposta é simples: a mesma coisa.

O padrão se repete

Gente que difama não difama só uma vez. Não difama só uma pessoa. É um padrão.

Ela faz isso com todo mundo. Hoje fala mal do fulano para você. Amanhã, fala mal de você para o fulano. E, após uma semana, fala mal dos dois para outra pessoa.

É assim que funciona…

Porque o problema não está nas pessoas sobre quem ela fala. O problema está nela. Na necessidade que ela tem de rebaixar os outros para se sentir superior, relevante, interessante.

E você, quando escuta, vira cúmplice. Porque ela sabe que pode contar com você para ouvir, para concordar, para sentir raiva junto, para validar. E isso te coloca no mesmo jogo.

Círculos familiares

Na família, isso é ainda mais comum. Aquele tio que liga para contar tudo de errado que o outro tio fez. Já vi um tio falando mal de outro tio para os próprios sobrinhos. Envenenando os filhos contra o pai. Plantando dúvidas, inventando histórias, destruindo a imagem de alguém para a própria família dele. Aquele primo que vive falando mal dos outros primos… péssimo, não é?

E todo mundo escuta. Porque é família. Porque sempre foi assim. Porque parece “normal”.

Mas não é normal. É tóxico.

Imagem de três mulheres andando em uma rua e conversando, simbolizando o conceito de que quando alguém fala mal dos outros para você, inevitavelmente fala de você para alguém.
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Quando alguém da sua família fala mal de outro membro para você, entenda: ela também fala de você. Para outra pessoa. Nas suas costas. Com a mesma intimidade, a mesma desenvoltura, o mesmo prazer e maldade.

E o pior é que, na família, isso cria divisões. Alianças falsas. Você se alia a quem está falando mal, porque parece que vocês estão do mesmo lado. Mas não estão. Você só é o ouvinte da vez.

Amanhã, ela estará do lado de outra pessoa. Falando de você.

Círculos sociais

Nos grupos de amigos, isso também rola solto. Aquela amiga que sempre tem uma fofoca nova. Sempre sabe de algo que alguém fez. Sempre tem uma história para contar sobre alguém que não está ali.

E você escuta. Porque parece entretenimento. Porque parece que vocês estão conectadas pela informação, pelo segredo compartilhado.

Mas pensa bem: se ela conta para você o que fulana fez, ela também conta para fulana o que você fez. Ou vai contar. É questão de tempo.

Amizade construída em cima de falar mal dos outros não é amizade. É aliança temporária. E essas alianças duram até você virar o alvo.

Círculos de trabalho

No trabalho, isso vira estratégia. Gente que fala mal dos colegas para te conquistar, para criar intimidade, para te colocar do lado dela.

“Fulano não trabalha direito.”
“Ciclana está sempre atrasada.”
“Beltrano pegou crédito pelo trabalho dos outros.”

E você escuta. Talvez até concorde. Porque você também já se irritou com fulano, cicrana ou beltrano.

Imagem de dois homens em um ambiente corporativo comentando sobre uma funcionária, simbolizando o conceito de que quando alguém fala mal dos outros para você, inevitavelmente fala de você para alguém.
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Mas cuidado. Porque essa pessoa que está falando mal deles para você também está falando mal de você para eles. Ou para o chefe. Ou para outros colegas.

Ela não está do seu lado. Ela está do lado dela. E usa você como plateia, como validação, como cúmplice.

Quando você percebe isso, já está envolvido. Já compartilhou coisas que não deveria. Já concordou com coisas que vão ser usadas contra você depois.

Por que isso acontece

Gente que vive falando mal dos outros faz isso por insegurança. Precisa diminuir os outros para se sentir maior. Precisa expor os erros alheios para esconder os próprios.

E faz isso de forma tão natural, tão convincente, que você nem percebe que está sendo manipulado. Você acha que está tendo uma conversa honesta, quando na verdade está alimentando o ego de alguém que te usa.

Essas pessoas também criam dependência. Você começa a procurar por elas para saber das coisas, para entender o que está acontecendo. E aí você fica refém da versão que ela conta. Que nunca é a verdade completa.

O que fazer quando alguém fala mal de outro para você

Primeiro: não participe. Não concorde. Não adicione nada.

Você pode escutar, mas não precisa validar. E deixa claro, no seu silêncio ou na sua resposta, que você não está confortável com aquilo.

Segundo: questione. Pergunte por que essa pessoa está te contando isso. Pergunta se ela já falou diretamente com quem ela está criticando.

Imagem de duas mulheres sentadas em um sofá cinza tomando uma xícara de café. Elas estão conversando, simbolizando o conceito de que quando alguém fala mal dos outros para você, inevitavelmente fala de você para alguém.
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Terceiro: afaste. Porque se alguém só tem isso para compartilhar com você, mal dos outros, essa pessoa não agrega nada na sua vida. Só drena.

Quarto: nunca confie totalmente em quem fala mal dos outros para você. Porque você não é exceção. Você também vira assunto quando não está por perto.

Proteja suas informações

Se você percebeu que está lidando com alguém assim, proteja suas informações. Não conte nada que você não quer que todo mundo saiba.

Porque tudo o que você disser vai ser usado. Vai ser distorcido. Vai virar conversa para outra pessoa.

E não adianta achar que você é especial, que com você é diferente, que essa pessoa confia em você de verdade. Não confia. Ela só está te usando como escada, como ouvinte, como parte do jogo dela.

Saia desse jogo

Você não precisa participar disso. Você não precisa ser o depósito dos venenos de ninguém. Você não precisa ficar ouvindo mal de pessoas que nem estão ali para se defender.

Quando você para de alimentar esse tipo de conversa, você sai desse jogo patético. E aí fica mais fácil identificar quem realmente está do seu lado e quem só estava te usando como cúmplice…

Imagem de várias pessoas reunidas com as mãos juntas, uma sobre a outra em sinal de respeito e amizade.
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Relacionamentos saudáveis não se constroem em cima de falar mal dos outros. Se constroem em cima de respeito, de verdade, de conversas diretas.

Se alguém tem problema com outra pessoa, que fale com essa pessoa. Não com você. Não nas suas costas. Não criando alianças falsas baseadas em difamação.

E se você percebe que faz isso, que vive falando mal dos outros, pare agora mesmo. Porque isso te corrói por dentro. Te transforma em alguém em quem ninguém confia de verdade. E te isola, mesmo quando parece que te conecta.

No fim, quem fala mal de todo mundo fica sozinho. Porque ninguém confia. Ninguém se abre. Ninguém quer ser o próximo alvo.

Escolha bem com quem você conversa. E, principalmente, escolha bem sobre o que você conversa. Porque isso diz muito mais sobre você do que sobre qualquer outra pessoa.

Sobre o autor

Giselli Duarte

Sempre fui movida pela busca por novos aprendizados.
Minha trajetória percorreu diferentes áreas, desde a carreira corporativa até experiências pouco convencionais, como um curso de DJ. Essa diversidade ampliou minhas perspectivas e me trouxe a compreensão de que cada fase contribui para o trabalho que realizo hoje.

Com espírito empreendedor desde cedo, comecei a trabalhar aos 14 anos como jovem aprendiz e, aos 21, legalizei meu primeiro negócio. Desde então, criei e participei de projetos diversos, sempre unindo consistência e visão estratégica.

Atuei como profissional PJ em projetos para empresas de diferentes setores, incluindo engenharia, startups, agências de comunicação e administração de condomínios, conciliando o empreendedorismo com projetos fixos. Essa experiência trouxe visão prática sobre diferentes modelos de negócios e a capacidade de orientar profissionais em diversos momentos da carreira.

A experiência com o burnout transformou a forma como conduzo minha vida e minha atuação profissional. Encontrei no Yoga e na Meditação o caminho de reconexão, o que me levou à formação em Hatha Yoga e à especialização em terapias naturais.

Compartilho esse conhecimento como colunista nos portais O Segredo e Eu Sem Fronteiras e como instrutora de meditação nas plataformas Insight Timer e Aura Health, onde também atuo como podcaster, oferecendo práticas que ajudam a cultivar presença e equilíbrio.

Como autora, publiquei os livros No Caminho do Autoconhecimento, Lado B e Histórias de Jardim e Café, registrando reflexões e vivências que me conduziram a um olhar mais consciente sobre a vida.

Sou graduada em Marketing, pós-graduada no MBA em Gestão Estratégica de Negócios, com especializações em Design Gráfico e Inteligência Artificial aplicada a Growth Marketing, Inteligência Emocional, Psicanálise e outras.

Concluí também a Formação de Instrutores de Yoga para Crianças, Jovens e Yoga na Educação, ampliando minha visão sobre o bem-estar em todas as fases da vida.

Hoje, à frente da Terapeutas Digitais, auxilio profissionais da área terapêutica a fortalecerem suas marcas e a se posicionarem no digital de forma consciente e coerente com seus valores. Atuo como mentora de negócios, incentivando e conduzindo profissionais no caminho do empreendedorismo ao longo da minha trajetória. Atualmente, também sou mentora da RME – Rede Mulher Empreendedora, ampliando esse propósito.

Acredito que negócios alinhados com quem somos têm mais impacto e significado. É assim que escolho atuar e é esse o caminho que sigo construindo.

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Meditação para quem não sabe meditar

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