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Relacionamentos afetivos: celebramos toda forma de amor

Escrito por Ana Racy

Hoje falaremos um pouco sobre um assunto que tem tomado conta de rodas de conversa em bares, escolas, famílias, amigos, programas de televisão, artigos de revistas e afins: os relacionamentos afetivos.

E isso quer dizer considerar todas as formas de amor.

Muito importante nos despirmos do preconceito, das críticas e buscarmos compreender as razões e o direito que cada um tem de fazer escolhas para a sua vida. Há um ditado antigo e muito verdadeiro que é usado quando o assunto é preconceito: “Quem tem telhado de vidro não deveria atirar pedras no telhado do vizinho”. Isso quer dizer que não somos sozinhos na vida, temos filhos, irmãos, primos e qualquer um de nós está sujeito a ter em seu círculo de relacionamento pessoas que tenham formas de amor diferentes das nossas. E isso não torna ninguém melhor ou pior, bom ou ruim. Continuamos todos sendo pessoas com formas diferentes de viver a vida.

Antigamente, ao se falar de amor, imaginava-se uma mulher e um homem que se completavam para serem felizes para sempre. Essa era a ideia do amor romântico, de duas metades que se juntavam com a responsabilidade de fazer o outro feliz. Com o passar do tempo, começamos a compreender que uma pessoa não completa a outra, que não somos uma metade, mas um ser completo e inteiro, que podemos nos juntar a um outro ser inteiro e sermos felizes juntos ou separados. Esse tipo de relacionamento costumava acontecer entre pessoas que fizeram uma escolha heterossexual.

Hoje, outras formas de relacionamentos afetivos estão aparecendo, como por exemplo os relacionamentos homoafetivos, aberto, virtual, poliamor, entre outros.

Cabe-nos conhecer cada um deles, porque eles já fazem parte do dia a dia das gerações mais novas.

No Brasil, desde maio de 2011, os mesmos direitos conferidos às uniões estáveis entre um homem e uma mulher são também conferidos aos relacionamentos homo afetivos.

Aprofunde-se no significado e nas pautas de cada “letra” da sigla LGBTQIA+

E qual a diferença entre relacionamento aberto e poliamor?

Em um relacionamento aberto as pessoas estão abertas a sair com alguém por quem se interessem. Considera-se que não há traição porque não há exclusividade. Embora as pessoas possam pensar que esse tipo de relacionamento seja uma “bagunça”, há regras a serem seguidas e também há compromisso.

Poliamor é um tipo de relacionamento onde três ou mais pessoas se relacionam com o conhecimento e consentimento de todos. Tanto o relacionamento aberto quanto o poliamor se opõem à monogamia.

E agora? Como viver com toda essa diversidade de relacionamentos?

Jean-Paul Sartre diz que “viver é isto: ficar se equilibrando, o tempo todo, entre escolhas e consequências”.

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Eu diria que é muito importante aproveitarmos o momento para refletir, porque novos modelos estão sendo formados. É necessário buscar compreender as diferenças e as mudanças que estão ocorrendo sem preconceito e julgamento e lembrar que todos fazemos as nossas escolhas e podemos nos adaptar ou não às escolhas feitas. Uma coisa pode ser muito boa para uma pessoa e não para a outra. Estamos passando por uma transição e, nessa hora, nada melhor que a reflexão. Portanto, bons pensamentos a todos e que o amor seja o sentimento que permeie a vida, os pensamentos e ações de todos.

E como diz Lulu Santos:

“E a gente vive junto
E a gente se dá bem
Não desejamos mal a quase ninguém
E a gente vai à luta
E conhece a dor
Consideramos justa toda forma de amor.”

Sobre o autor

Ana Racy

Psicanalista Clínica com especialização em Programação Neurolinguística, Métodos de Acesso Direto ao Inconsciente, Microexpressões faciais, Leitura Corporal e Detecção de Mentira. Tem mais de 30 anos de experiência acadêmica e coordenação em escolas de línguas e alunos particulares. Professora do curso “Psicologia do Relacionamento Humano” e participou do Seminário “O Amor é Contagioso” com Dr. Patch Adams.

E-mail: anatracy@terra.com.br