Toda forma de amor

Polissexual: o que é e como saber se eu sou?

Bandeira polissexual nas cores rosa, verde e azul.
Lars Poyansky / Shutterstock
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Você já ouviu falar sobre polissexualidade? Atualmente, muitas novas nomenclaturas têm surgido e se popularizado, especialmente no mundo digital. Então entender esses conceitos é essencial para estar por dentro, explorar sua própria sexualidade ou respeitar aqueles que se veem assim.

Preparamos um artigo que explica com todos os detalhes o que é a orientação sexual conhecida como polissexualidade e quais são as diferenças entre ela e outros conceitos, como pansexualidade, bissexualidade e poliamor. Confira!

Significado de polissexual

A polissexualidade é uma orientação sexual que inclui pessoas que se sentem atraídas por pelo menos dois gêneros diferentes, porém não por todos eles (estes são os pansexuais, sobre os quais falaremos no quarto tópico deste artigo).

Muitas pessoas têm dificuldade de entender esse conceito porque ainda só compreendem a existência de dois gêneros – o masculino e o feminino. Mas, atualmente, já são reconhecidos muitos outros, como transgênero, gênero neutro, não binário, agênero, pangênero, genderqueer, entre outros, que podem ser até mesmo combinados.

Em resumo, polissexual é aquele, por exemplo, que se sente atraído por pessoas dos gêneros masculino, feminino e agênero, mas não sente atração (seja física, sexual, emocional, romântica etc.) por pessoas não binárias ou transgênero. Este, é claro, é só um exemplo.

Numa explicação mais teórica, polissexual é aquele que tem uma sexualidade abrangente ou caracterizada por diferentes tipos de sexualidade.

Polissexual ou bissexual?

A polissexualidade começou a se popularizar justamente a partir da desconstrução do conceito do que é bissexual. Quando falamos em bissexualidade, assumimos de antemão que só existem dois gêneros – o masculino e o feminino.

Mas o comportamento atual de muitas pessoas, que não se enquadram nem em um gênero tradicional, nem no outro, mostrou que o termo bissexual já não inclui pessoas para quem a noção de gênero é mais fluida do que apenas masculino e feminino.

Pessoa com gênero fluído. A pessoa tem cabelo curto enrolado e está com uma maquiagem colorida.
Jacob Lund / Shutterstock

Então a polissexualidade não exclui a bissexualidade. Para pessoas que preferem a identificação de gêneros apenas entre masculino e feminino, o conceito de bissexualidade continua sendo válido, porém pessoas que compreendem a validade de mais gêneros preferem usar o termo polissexualidade.

O que indica que uma pessoa é polissexual?

Antes de partir para qualquer explicação, é importante lembrar que “polissexual” é apenas um rótulo, uma tentativa de explicar um comportamento humano. Portanto ele é incapaz de dar conta da complexidade do nosso comportamento e do modo como nos sentimos atraídos por outras pessoas.

Por isso, não leve os rótulos tão a sério nem considere que eles são definitivos, pois estamos sempre explorando e constantemente mudamos nossos conceitos sobre atração ao longo da vida.

Em resumo, o que indica que uma pessoa é polissexual é perceber que se sente atraída por pessoas de diferentes gêneros, sejam eles quais forem, mas que percebem que não se sentem atraídas por todos eles.

É um tipo de orientação sexual bastante fluido, porque nem sempre uma pessoa consegue determinar se sente atraída por qualquer tipo de identidade de gênero ou se há algum que não a atraia, portanto, como explicado no início, é preciso compreender que são apenas rótulos que não são imutáveis ou inflexíveis.

Polissexual não é poliamor

Muitas pessoas confundem polissexualidade com poliamor, mas são coisas muito diferentes. Antes de mais nada, polissexualidade é um tipo de orientação sexual, ou seja, aquilo que determina o tipo de pessoa por quem nos sentimos atraídos, seja que tipo de atração for, de física, passando por sexual, a emocional, entre outras.

Já o poliamor é um modelo de relacionamento e de estilo de vida. Nesse modelo, não há o conceito de monogamia, então não existe exclusividade romântica ou sexual (os parceiros podem se envolver com outras pessoas), e há consenso em relação a isso, além de equidade, isto é, os dois têm os mesmos direitos.

Duas mulheres com os narizes encostados.
Sharon McCutcheon / Unsplash

Ou seja, é perfeitamente possível que uma pessoa seja polissexual e monogâmica (que está no oposto da relação poliamorosa), bem como polissexual e poliamorosa, ou poliamorosa e hétero ou homossexual. Em resumo, todas as combinações são possíveis, porque esses conceitos não se excluem, por serem diferentes: um é orientação sexual, o outro é modelo de relacionamento e/ou estilo de vida.

As diferenças entre pan e poli

A diferença entre uma pessoa polissexual e uma pessoa pansexual é que a pansexual tem certeza de que se sente atraída por pessoas de todos os tipos diferentes de gênero. Na verdade, é mais correto dizer que, para ela, não importa qual é o gênero de uma pessoa, porque ela consegue sentir atração independentemente disso.

Já a pessoa polissexual é aquela que sente atração por pessoas de diferentes gêneros, mas que percebe que não sente atração por pessoas de todos os gêneros, apenas de alguns.

A linha que separa esses dois tipos de orientação sexual pode ser muito tênue para muitas pessoas. Muita gente começa se identificando como pansexual até descobrir que não se sente atraída por um ou mais gêneros específicos, então passa a se identificar como polissexual.

Bem como pode acontecer o contrário: uma pessoa acreditar que é polissexual, não pan, por acreditar que não sente atração por um gênero, mas então descobrir que sente, sim, então passar a se considerar pansexual.

Como explicado anteriormente, essas noções são rótulos, e, como estamos em constante mudança e descoberta de quem somos, não devemos encará-las como definitivas.

Como lidar se eu ou alguém que conheço é polissexual?

Antes de mais nada, se a pessoa polissexual não é você, entenda que você não tem nada a ver com a maneira como ela exerce sua sexualidade e explora sua orientação sexual. Respeite quem ela é e entenda que orientação sexual não é uma escolha, porque não escolhemos por quem nos sentimos atraídos.

Além disso, evite ficar fazendo perguntas e não pressione essa pessoa por respostas a respeito dessa orientação sexual, a não ser que ela queira falar sobre isso. Muitas vezes, estamos em processo de descoberta da nossa sexualidade, e pode ser desconfortável falar. Então respeite o espaço dela.

Se a pessoa polissexual é você, a coisa mais importante que deve ser entendida é: não há nada de errado com você. Isso não é uma doença, um transtorno, algum desvio em sua sexualidade ou algo assim.

Tudo sobre outros tópicos da comunidade LGBTQIAP+

Vivemos um mundo heteronormativo, que costuma defender a existência de apenas dois gêneros e no qual muitas pessoas têm dificuldade de lidar com orientações sexuais que difiram do padrão masculino-feminino. Então pode ser que você sofra preconceito por causa disso. Mas entenda que o problema do preconceito é o preconceituoso, não quem sofre com ele.

No mais, sinta-se livre para explorar a sua sexualidade, desde que você faça isso com segurança, especialmente na hora de manter relações íntimas, em que o uso do preservativo é fundamental.

Você também pode gostar

A principal dica é não se impor limitações e se sentir livre para se envolver com as pessoas por quem você se sente atraído. Agora, se você está em um relacionamento monogâmico, lembre-se apenas de que é essencial respeitar o seu parceiro e os acordos dessa relação.

Enfim, a polissexualidade ainda é considerada uma novidade na vida de muita gente, mas muitos já têm encontrado nessa orientação sexual um rótulo com o qual se sentem à vontade. O importante é que as pessoas se sintam cada vez mais à vontade para explorarem quem são, aquilo de que gostam e o que as atrai.

Sobre o autor

Eu Sem Fronteiras

O Eu Sem Fronteiras conta com uma equipe de jornalistas e profissionais de comunicação empenhados em trazer sempre informações atualizadas. Aqui você não encontrará textos copiados de outros sites. Nossa proposta é a de propagar o bem sempre, respeitando os direitos alheios.

"O que a gente não quer para nós, não desejamos aos outros"

Sejam Bem-vindos!

Torne-se também um colunista. Envie um e-mail para colunistas@eusemfronteiras.com.br