Saúde Mental

Saúde mental e racismo

Mulher segurando um livro e lendo
RF._.studio/Pexels

Desde 1992, todo dia 10 de outubro é o Dia Mundial da Saúde Mental, este dia foi instituído pela Federação Mundial de Saúde Mental, com o intuito é ressaltar a importância deste tema e chamar a atenção pública sobre o assunto.

Pode se observar que houve um aumento significativo da busca por profissionais da área, dado o fato de estarmos vivendo em meio a uma pandemia. O isolamento social, o risco de contaminação, a perda do emprego, a redução de salário e a convivência familiar são alguns dos fatores pelos quais levam muitas pessoas a buscar ajuda.

Quando se fala em saúde mental, temos que levar em consideração que é um serviço de necessidade básica, mas que ainda assim muitas pessoas não têm acesso, ou não compreendem a importância deste investimento nas contas mensais, ou têm dificuldade de aceitar que precisam de ajuda e ignoram o problema.

Falando em saúde mental na população negra, sabe-se que o Brasil é o país com o maior número de pessoas negras fora da África, e é a segunda maior população de pessoas negras em todo o mundo. A população negra sofre desde o ventre estando sempre em desvantagem, quando se coloca na balança indicadores como, renda, educação, moradia, emprego, principalmente saúde mental, entre outros fatores.

Manisfestação na rua com uma mulher segurando um cartaz escrito "Racismo é uma pandemia também"
Mat Reding/Pexels

Em meio à pandemia, os fatores citados acima se intensificam e acabam se unindo a fatores como a desigualdade e exclusão, que resultam na busca por terapia, pela população negra.

No entanto, estes mesmos fatores tornam o percurso cheio de obstáculos para chegar até a terapia, pois nem todos os profissionais de saúde compreendem estes aspectos e isso dificulta o processo terapêutico.

O racismo estrutural precisa ser levado em consideração quando um paciente procura por atendimento pois, muitas vezes, ele chega escondido por trás de outros fatores, citados como “aceitos” pela sociedade, com objetivo consciente de não expressar sua dor.

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Para que haja um processo de evolução, de autoconhecimento e de fortalecimento, o profissional de saúde precisa ter a sensibilidade de enxergar esses fatores, para que haja acolhimento, conforto e que o paciente venha a se desenvolver.

É papel do profissional da área da psicologia direcionar o paciente, compreendendo toda sua singularidade diante dos fatores do racismo estrutural. Diante disso, podemos dizer que há saúde mental de forma igualitária para todos?

Sobre o autor

Beatriz de Andrade Silva

Psicóloga Clínica, orientada pela psicanálise freudiana, Mestranda em Psicologia Social (PUC-SP), especialista em diversidade nas organizações (PUC-SP), pós-graduada em direitos humanos, responsabilidade social e cidadania global (PUC-RS), pós-graduada em psicologia e desenvolvimento infantil, mentora de carreira (FGV) e pesquisadora das relações étnico-raciais. Atuei por oito anos no mercado financeiro, na área de gestão de pessoas, com foco em talent acquisition, treinamento & desenvolvimento. Na área social, sou voluntária em um coletivo que busca colocar a diversidade e inclusão em pauta e ação.
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