Autoconhecimento

Sou plena!

Jovem branca num balanço.
anyaberkut / 123rf
Escrito por Leandra Dib

Há um tempo eu ouvi uma pergunta assim: “Leandra, você se considera uma pessoa plena?”.

De imediato e sem pensar na resposta, eu fui logo verbalizando um longo e sonoro: “Nãoooo!”, como quem negava algo que poderia me colocar no patamar das pessoas que estão bem o tempo todo, associação que eu mesma fiz com a palavra, naquele momento.

Por que será que essa pergunta gerou tanta repulsa em mim? Foi o questionamento que me fiz logo em seguida à minha resposta.

Desde então, fui me dedicando a construir uma relação saudável com a palavra “plena”, pois percebi que, pela prontidão da minha resposta, ela estava repleta de significados e imagens que não estavam permitindo que fosse estabelecido um diálogo entre mim e ela.

Continuei, assim, formulando mais algumas perguntas:

  • O que significa se sentir plena?
  • Quantas outras palavras cabem dentro da palavra “plena”?
  • Para mim, quais são as imagens que me remetem a sensação de me sentir plena?

Fui cultivando as respostas.

Jovem branca e loira com a mão no pescoço.
Marco Testi / Unsplash

Hoje, na plenitude dos meus 42 anos recém-completos, ouso dizer que se aquela pergunta me fosse feita agora eu a teria respondido de uma outra forma. Iria pensar antes de responder prontamente e de forma automática e diria: “Sim, eu me considero uma pessoa plena!”.

Minha plenitude, inclusive, se deve ao fato de reconhecer que algumas coisas que já falei e afirmei, hoje, falaria diferente.

Nessa minha busca, descobri que plenitude tem a ver com movimento, esse movimento que me permite transitar de um acontecimento a outro e ressignificar os fatos, repensar o ocorrido e internalizar o aprendizado.

Ser plena é ser por inteiro, é me dedicar a viver o fluxo da vida em suas intensidades, em suas variações.

Você também pode gostar

É me autorizar a viver o que sinto, a agir cada vez mais de acordo com o que penso e falo.

Sinto que, neste processo, quanto mais posso ser eu mesma, mais plena posso dizer que sou.

E se sou, você também é!

Que tal se inspirar nas perguntas que me coloquei e elaborar as suas para que você possa estabelecer uma relação com a palavra e depois se dedicar a ir buscar respostas que façam sentido para você?

Sobre o autor

Leandra Dib

Meu nome é Leandra e contar sobre mim é sempre uma oportunidade de reescrever a minha própria história, de trazer para o papel em forma de palavra aquilo que em meu corpo está registrado como memórias, lembranças, encontros, experiências.

Isso de alguma forma me conecta ao movimento que tanto aprecio. Movimento do corpo, movimento da vida.

Ao concluir a faculdade de fisioterapia o corpo tornou-se meu ‘campo’ de pesquisa. Cursei uma primeira especialização em Fisiologia do Exercício pela FM-USP. Tenho formação nos métodos de Reeducação Postural Global e Estruturação Postural Integrada, Reprogramação Músculo-Articular e Watsu (Water Shiatsu).

A dinâmica do corpo em movimento que evidencia um desejo posto em ação sempre me instigou, o que fez com que eu vivenciasse em meu corpo diferentes técnicas e passei a aliar isso ao que era proposto em terapia aos meus pacientes.

Percebia como eles estavam desconectados de seus corpos, lembrando que ele existia em função do desconforto que apresentavam, ou seja, a dor os fazia lembrar que tinham um corpo.

‘Ter um corpo’, como se fosse algo distante do que eram. Isso me chamava muito a atenção. Esse corpo de lamentações era o companheiro diário. Iniciei meu caminho em busca do ‘ser um corpo’ e não só ‘ter um corpo’.

Encontro nas práticas de yoga e meditação o meio para facilitar estes processos de (re)encontro comigo, e resolvo então buscar por uma formação em Hatha Yoga e Yogaterapia pela Humaniversidade Holística. Neste caminho me especializo em Yoga para Crianças pela Metodologia Yoga com histórias.

Estar presente neste corpo, neste lugar. Habitá-lo com tranquilidade e com prazer.

Foi quando me aproximei da educação e entrei em contato com a antroposofia, com os ensinamentos para a vida que nos deixaram Rudolf Steiner, Emmi Pikler, Maria Montessori, Paulo Freire.

Decido estudar sobre o começo da vida, sobre as infâncias, sobre o brincar como uma condição humana e as biografias despertaram meu interesse.

Uma costura de saberes de diferentes áreas do conhecimento que tanto dialogam entre si e que me possibilitam a especialização em Escutas antropológicas das infâncias - a vez e a voz das crianças.

Hoje atuo como professora de yoga e meditação, cuido de crianças e adultos que sintam o chamado de retorno a morada corporal.

Trabalho também com rodas de mulheres, onde abordamos temas relacionados ao feminino em nós, ressignificando a relação com nosso corpo e nossos ciclos.

Ofereço grupos de estudos e rodas de conversa sob a perspectiva do ‘cuidar de quem cuida’ um trabalho voltado para os educadores, pais e professores.

Contatos:
Email: leandra.vozdocorpo@gmail.com
Site: vozdocorpo.com
Instagram: @leandradib