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Taxa de suicídio no Rio Grande do Sul

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Escrito por Eu Sem Fronteiras

Tirar a própria vida é um ato de coragem ou falta de coragem de enfrentar uma doença silenciosa que costuma estar por trás do suicídio: a depressão. De acordo com o Centro de Valorização da Vida  (CVD), 25 brasileiros tiram suas próprias vidas todos os dias. A região do país com maior taxa de suicídio é o Estado do Rio Grande do Sul.

E já faz alguns anos que muitas pesquisas estão relacionando o uso de agrotóxicos por agricultores no Estado com a taxa de suicídio. Foi o que já revelou um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao afirmar que agrotóxicos, como os organofosforados, aumentam as chances de os agricultores enfrentarem depressão.

A produção do tabaco x suicídio

E o índice aumenta em agricultores que cultivam tabaco no interior do Estado. Vários motivos estão ligados a isso, do uso inadequado dos equipamentos ao passar veneno ao aumento das dívidas que preocupam muitos destes agricultores, que não conseguem sobreviver apenas com uma safra durante o ano e, assim, não pagam as contas.

Logo, as dificuldades enfrentadas fazem com que muitos agricultores encontrem no suicídio uma forma de vencer as barreiras difíceis do dia a dia. Deixam assim família e amigos desolados e abandonam o trabalho que por tantos anos foi o seu sustento.

O cultivo de tabaco na Região Sul emprega muitos funcionários e também propicia a renda familiar de muitas famílias. É um ciclo forte e presente há muitos anos no três Estados que compõem a área, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mas o que ainda falta são políticas voltadas para o acompanhamento destas famílias e deste cultivo, o que representa um desafio e tanto.

Teoria x realidade: complexa

Na teoria, tudo pode funcionar bem, mas, na prática, a realidade não é tão fácil. O que os estudos apontam é que não existem políticas públicas que conseguem dialogar com os agricultores depressivos ou com pensamentos suicidas. A realidade é complexa e dolorida.

E quem sofre mais com isso são as famílias de agricultores mais pobres, que muitas vezes acabam entregando a safra toda de colheita para as próprias empresas que comercializam o tabaco.

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Há muita coisa para ser feita; há diálogos que precisam acontecer em todas as esferas e não apenas por parte do governo, que desconhece a realidade destes agricultores. A taxa de suicídio no Rio Grande do Sul não pode acabar subindo e é necessário que mudanças ocorram e que mais pessoas tenham conhecimento sobre essa realidade que atormenta agricultores no interior do Estado.


Texto escrito por Angélica Fabiane Weise da Equipe Eu Sem Fronteiras

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