Doutrina Espírita Espiritualidade

Um pouco sobre o Amor

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Escrito por Antônio Navarro

O Benfeitor Espiritual Lázaro define o amor como sendo um sentimento alcançado pelo ser humano através da trajetória evolutiva humana.

No seu princípio, diz ele, aparece o instinto, em um segundo estágio, surge as sensações íntimas e, por último, o sentimento, tendo este, como ponto mais delicado, o amor.

O interessante é que o Benfeitor diz que a condição para que o sentimento se sublime no amor é a presença da instrução e purificação íntima.

Analisemos a proposta do Benfeitor.

Todos ainda carregamos a carga dos instintos, com maior ou menor grau de influência em nossos comportamentos. E fácil é perceber que nunca a perderemos, porque é resultado da experiência vivenciada e, por isso, mesmo armazenada em nossa memória ancestral.

As sensações íntimas seriam o resultado das percepções objetivas e subjetivas experimentadas no dia a dia.

O ponto onde adentramos a subjetividade se perde na noite do tempo, em algum lugar do paleolítico superior, período que findou há aproximadamente quarenta mil anos.

Antes disso, éramos guiados somente pelo instinto, experimentando as decorrentes sensações trazidas pela experiência.

De qualquer forma, analisando o tempo decorrido no processo evolutivo, o tempo de subjetividade é muito curto se comparado à existência do instinto.

Dessa forma, embora com bom esclarecimento e já com uma boa experiência subjetiva, ainda não conseguimos compreender bem a diferença da sensação que ambos os estados propiciam.

Ainda confundimos as sensações de saciedade, seja de fome, sede ou prática sexual, com bem-estar subjetivo, bem como a sensação por ter coisas materiais, ou por tê-las conseguido, com o sentimento de amor.

Amamos o que não temos e, por isso, desejamos. Mas, assim que se sacia o desejo, esse amor quase sempre desaparece. Amamos também o que temos, confundindo o amor com posse, uma vez que, para conseguir, foi preciso esforço, ou o que se denomina sorte, portanto, pessoal, o que resulta em egoísmo em não se querer repartir, sejam objetos, posições ou pessoas.

O amor vai além disso.

O amor é um Sol interior que condensa e reúne em seu foco ardente todas as aspirações e revelações sobre humanas, diz o Benfeitor citado, deixando claro que o amor, vindo de dentro, ilumina nosso interior, eliminando “sombras” criadas por nós, em direção ao exterior, iluminando o seu próprio caminho e o alheio.

Dessa forma, o amor é dar-se e não receber, que é o que mais desejamos. E tudo o que fugir disso é resultado da primariedade de nossos sentimentos, portanto, tendendo ao egoísmo, porque o queremos para nós.

Bem interpretou o Amor o grande Paulo de Tarso, o Apóstolo dos Gentios, conforme registro no capítulo treze de sua primeira carta aos Coríntios, ao dizer, entre outras coisas, que o amor tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, porque, ao ser sentimento, tem gradação e seu desenvolvimento torna-se um processo constante de doar-se em benefício do próximo, a começar dos que convivem conosco.

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A interpretação de Paulo de Tarso advém dos ensinos de Nosso Senhor Jesus Cristo, modelo e exemplo máximo de amor e que estabeleceu para nós outros amar como gostaríamos de ser amados. E de Sua proposta resulta que o amor se retroalimenta e, por isso mesmo, se fortalece e se desenvolve a partir do exercício constante induzindo-nos a mais amar e com mais intensidade.

Sobre o autor

Antônio Navarro

Orador espírita e Membro da Diretoria do Centro Espírita Francisco Cândido Xavier em São José do Rio Preto - SP.

Articulista espírita dos seguintes meios de comunicação:

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