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A dor regeneradora

Uma mulher jovem, triste e reflexiva está de frente para o mar. Ela está enrolada em um cobertor, o vento bate no seu cabelo e ela observa o pôr do sol.
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Escrito por Luiz Guimaraes

Refiro-me a dor como sendo um bálsamo da alma, visto que seremos contemplados no porvir, segundo anunciou o Mestre Jesus. Mas… e se ela também for um guia silencioso para nossa evolução? Descubra como a dor pode regenerar e transformar no restante do artigo.

“Não causarei dor sem permitir que nasça algo novo, diz o Senhor.” (Isaías 66:9).

Nenhum de nós está livre da dor. Esse fardo faz parte do nosso processo evolutivo. O peso da bagagem é proporcional às nossas imperfeições. Desfazer-se dela é purgar o tanto que fizemos em desacordo com as Leis Divinas. A visão hoje, menos preconceituosa quanto à reencarnação, serve de bálsamo para todos nós, já que teremos oportunidades para a devida reparação.

Essa realidade inconteste expande-se no horizonte da esperança, onde teremos, gradativamente, a partir do alívio das provas e expiações, a paz que o Mestre nos prometeu. Esse consolo dá-nos força para prosseguirmos nas jornadas infinitas do aperfeiçoamento do Espírito. Nessa viagem contínua, valemo-nos da vontade, onde o pensamento positivo será a bússola que nos levará ao porto seguro da angelitude.

No livro “O Além e a Sobrevivência do Ser”, de Léon Denis, 8ª. Ed. FEB, pág.7, temos: “(…) Sim, não obstante o desenfreado amor à matéria, característico dos tempos atuais, não obstante a luta ardorosa pela vida, luta que nos arrebata em sua engrenagem e nos absorve inteiramente, a ideia do Além se ergue a todo instante em nosso íntimo”. Esse sentimento inerente ao ser humano apresenta-se como sendo uma “centelha divina” a nos alertar quanto ao amparo constante que temos, face à misericórdia do Pai, que nos oferece seus mensageiros de luz para nos acompanhar.

Uma mulher jovem está sentada e coloca uma mão na cabeça. Ela tem uma feição triste no rosto e seus olhos lacrimejam.
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Encontramos em Mateus 5:16: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Essa assertiva nos remete por analogia ao diamante, que para reluzir precisa ser lapidado. As provas e expiações, para nós Espíritos, são necessárias para que possamos galgar os patamares da evolução.

As dores e os sofrimentos decorrem dos nossos pensamentos e atitudes, recaindo sobre nós o ônus da reparação. Esse processo penoso, mas regenerador, leva-nos à libertação. Para tal, devemos nos valer da fé, ancorada na esperança de que tudo passa e que precisamos cultivar sempre a resignação e a resiliência, que nos fortalecem nos passos da vida. Por oportuno, faço referência à frase da escritora gaúcha Lya Luft: “O tempo não é apenas um devorador de horas, mas um enfermeiro eficiente”.

A dor tem o seu princípio pedagógico. Ela nos ensina nas vicissitudes, deixando a lição quando nos apercebemos de que é preciso mudar nossos rumos. É óbvio que ninguém gosta de sofrer, mas se buscarmos compreender de forma mais acurada o que nos acontece, não raro, encontraremos algo que, de forma sutil, nos serviu de alerta.

Francisco do Espírito Santo Neto, esclarece no livro “A Busca do Melhor”, pág. 104, pelo Espírito Hammed: “Renova tuas ideias, pensando no bem maior, e terás tuas dores amenizadas cada vez mais. A dor é tão natural quanto o contentamento. De fato, só compreenderás a tribulação quando estabeleceres uma estreita correspondência com tuas experiências prazerosas”.

Temos, ainda, no livro “Aulas da Vida”, pág.27, psicografia de Francisco Candido Xavier, por diversos Espíritos, segundo Emmanuel: “Bem-aventurados os aflitos!” – disse Jesus. “Felizes, sim, de todos os que carregam seus fardos com diligência e serenidade, mas estejamos convictos de que toda aflição excedente complica o itinerário da vida e corre por nossa conta”. (O pensamento é a semente; a atitude o fruto).

Sobre o autor

Luiz Guimaraes

Sou médico diplomado no ano de 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Já era funcionário do Banco do Brasil e em 1977 assumi o cargo de médico no serviço da Instituição. Em 1988, assumi a chefia daquele serviço e em 1996 aposentei-me. Escrevo para o Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco (ambos em Recife) sobre a Doutrina Espírita e também sobre nossa conjuntura política. Sou membro efetivo da Academia Pernambucana de Música desde 1998.

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