“Não causarei dor sem permitir que nasça algo novo, diz o Senhor.” (Isaías 66:9).
Nenhum de nós está livre da dor. Esse fardo faz parte do nosso processo evolutivo. O peso da bagagem é proporcional às nossas imperfeições. Desfazer-se dela é purgar o tanto que fizemos em desacordo com as Leis Divinas. A visão hoje, menos preconceituosa quanto à reencarnação, serve de bálsamo para todos nós, já que teremos oportunidades para a devida reparação.
Essa realidade inconteste expande-se no horizonte da esperança, onde teremos, gradativamente, a partir do alívio das provas e expiações, a paz que o Mestre nos prometeu. Esse consolo dá-nos força para prosseguirmos nas jornadas infinitas do aperfeiçoamento do Espírito. Nessa viagem contínua, valemo-nos da vontade, onde o pensamento positivo será a bússola que nos levará ao porto seguro da angelitude.
No livro “O Além e a Sobrevivência do Ser”, de Léon Denis, 8ª. Ed. FEB, pág.7, temos: “(…) Sim, não obstante o desenfreado amor à matéria, característico dos tempos atuais, não obstante a luta ardorosa pela vida, luta que nos arrebata em sua engrenagem e nos absorve inteiramente, a ideia do Além se ergue a todo instante em nosso íntimo”. Esse sentimento inerente ao ser humano apresenta-se como sendo uma “centelha divina” a nos alertar quanto ao amparo constante que temos, face à misericórdia do Pai, que nos oferece seus mensageiros de luz para nos acompanhar.
Encontramos em Mateus 5:16: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Essa assertiva nos remete por analogia ao diamante, que para reluzir precisa ser lapidado. As provas e expiações, para nós Espíritos, são necessárias para que possamos galgar os patamares da evolução.
As dores e os sofrimentos decorrem dos nossos pensamentos e atitudes, recaindo sobre nós o ônus da reparação. Esse processo penoso, mas regenerador, leva-nos à libertação. Para tal, devemos nos valer da fé, ancorada na esperança de que tudo passa e que precisamos cultivar sempre a resignação e a resiliência, que nos fortalecem nos passos da vida. Por oportuno, faço referência à frase da escritora gaúcha Lya Luft: “O tempo não é apenas um devorador de horas, mas um enfermeiro eficiente”.
A dor tem o seu princípio pedagógico. Ela nos ensina nas vicissitudes, deixando a lição quando nos apercebemos de que é preciso mudar nossos rumos. É óbvio que ninguém gosta de sofrer, mas se buscarmos compreender de forma mais acurada o que nos acontece, não raro, encontraremos algo que, de forma sutil, nos serviu de alerta.
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Francisco do Espírito Santo Neto, esclarece no livro “A Busca do Melhor”, pág. 104, pelo Espírito Hammed: “Renova tuas ideias, pensando no bem maior, e terás tuas dores amenizadas cada vez mais. A dor é tão natural quanto o contentamento. De fato, só compreenderás a tribulação quando estabeleceres uma estreita correspondência com tuas experiências prazerosas”.
Temos, ainda, no livro “Aulas da Vida”, pág.27, psicografia de Francisco Candido Xavier, por diversos Espíritos, segundo Emmanuel: “Bem-aventurados os aflitos!” – disse Jesus. “Felizes, sim, de todos os que carregam seus fardos com diligência e serenidade, mas estejamos convictos de que toda aflição excedente complica o itinerário da vida e corre por nossa conta”. (O pensamento é a semente; a atitude o fruto).