Sagrado Feminino

A mulher sábia e o caminho de resgate da dignidade humana

Mulher negra sorrindo.
DISRUPTIVO / Unsplash
Escrito por Eu Sem Fronteiras

A sabedoria que o feminino guarda em sua alma é uma joia preciosa: a consciência do poder de se manifestar como o vaso sagrado, onde é fecundada e gestada uma nova vida. Esta consciência nos confere, enquanto mulheres, o poder da CRIAÇÃO e a manifestação de dons, percepções sutis, comunicação silenciosa, criatividade e amorosidade.

Esse poder está em nosso SER, em nossa essência eterna, que sempre estará conectada à Fonte de Amor que tudo criou.

A Essência nos conecta ao fogo, à alquimia, à transmutação das formas. Daí sermos capazes combinar tão bem os alimentos, as ervas, os óleos, porque percebemos os detalhes sutis com mestria, somos capazes de nos comunicar e interagir com a natureza, reconhecendo sua linguagem silenciosa.

Esse poder do FEMININO é eterno, não se arranca de uma mulher ao queimar seu corpo em uma fogueira, como aconteceu na época em que fomos perseguidas por sermos as portadoras do conhecimento sagrado, do domínio do sagrado.

Somos guardiãs desses mistérios. Muitas marcas, memórias e traumas precisam ser liberados do nosso inconsciente individual e coletivo, para que possamos restabelecer a confiança em nossos dons femininos e possamos sair de um lugar de revolta e revide para um lugar de sabedoria e fortalecimento, compreendendo que nada nem ninguém nos tirará o poder se estivermos genuinamente conectadas ao Sagrado ofício de Sermos as faces da Deusa encarnadas neste agora.

A competição, o revide e a opressão ao masculino distorcido são reproduções do padrão que nos oprimiu e oprime até hoje. Pela força e pelo poder das armas, o masculino oprime, abusa, tortura e mata. E se replicarmos tal comportamento, acionamos em nós o masculino corrompido pelo amor ao poder e bingo! Seremos dominadas pelo desamor, pela revolta, pela ira.

Ao reconhecermos que somos espíritos e que espíritos não têm gênero, compreendemos que a tarefa é ainda maior do que curarmos o feminino ferido. A tarefa passa pelo equilíbrio da dualidade que reforça a ideia de separação, introjetada ao longo das eras em nossas vidas neste Planeta de terceira dimensão, seja em encarnações como homem ou mulher.

Mulher branca de vestido florido e chapéu no meio de pedras.
Priscilla Du Preez / Unsplash

Mas acredito que neste agora, diante de uma nova consciência que se expande em busca da liberdade, da igualdade e da fraternidade entre todos os seres humanos, precisamos investir na cura e no resgate da confiança na força amorosa do FEMININO SAGRADO. Precisamos e acredito que estamos nos empoderando dessa sensibilidade que é generosa, que acolhe com delicadeza e carinho, sabendo que nossa natureza “sobrenatural” feminina não nos fragiliza, e sim nos fortalece.

Pois foi sempre este o mistério que os seres que voltaram as costas para luz nunca conseguiram compreender: como seres supostamente frágeis em sua estrutura podem manter tão firmes propósitos de conexão com o SAGRADO?

Falo por mim, por todas as memórias que já resgatei, por toda dor pela qual já sofri e chorei. Resgatar o feminino sagrado tem sido trabalhoso, mas não demanda tanto esforço, pois a alma se identifica com a bruxaria boa, com a interação na natureza, com a alegria e o calor da fogueira, das comidas e da dança. Por mais oprimida e amedrontada, o brilho dessa luz sempre resistiu, mesmo que se mantendo nos bastidores.

O maior trabalho tem sido o resgate da confiança no masculino que EU SOU, um masculino que apoia, que tem impulso e coragem para seguir o chamado do CORAÇÃO e se colocar neste mundo ainda tão dominado pelo poder opressor. Esse é o MASCULINO SAGRADO, que ficou soterrado na violência do patriarcado. O amor ao poder nos distanciou do PODER DO AMOR e da UNIÃO SAGRADA em cada um de nós.

Você também pode gostar

Que possamos caminhar nesses processos de reconstrução das nossas pontes interiores rumo à aceitação, ao entendimento e à compaixão para com nossas facetas rígidas e estraçalhadas pela dor, acolhendo, compreendendo os equívocos e liberando as memórias torturantes, para que possamos nos aceitar como humanos imperfeitos, perdoando e reintegrando a sabedoria que nos conecta e sempre nos conectou à FONTE DE AMOR CRIATIVA da qual somos frutos, filhas e filhos, luzes refletidas neste mundo.

Namastê

Marcia Nóra Dias – Terapeuta Floral – Holística

Sobre o autor

Eu Sem Fronteiras

O Eu Sem Fronteiras conta com uma equipe de jornalistas e profissionais de comunicação empenhados em trazer sempre informações atualizadas. Aqui você não encontrará textos copiados de outros sites. Nossa proposta é a de propagar o bem sempre, respeitando os direitos alheios.

"O que a gente não quer para nós, não desejamos aos outros"

Sejam Bem-vindos!

Torne-se também um colunista. Envie um e-mail para colunistas@eusemfronteiras.com.br