Convivendo Religiões

A pluralidade é sinal de inteligência

Pessoas de diferentes etnias conversando.
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Escrito por Luis Lemos

Hoje, 21 de janeiro, comemora-se o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Mas você sabe o que significa intolerância religiosa? Em primeiro lugar, vamos entender o que significa intolerância. Segundo o Dicionário Online, “intolerância” significa: “Tendência para não ouvir ou não aceitar ideias, opiniões ou atitudes diferentes ou opostas às próprias”.

Já “intolerância religiosa”, também segundo o Dicionário Online, significa: “Discriminação contra pessoas e grupos que têm diferentes crenças ou religiões, e é marcada principalmente por atitudes agressivas e ofensivas”. Independentemente de qual que seja a intolerância, seja ela cultural, religiosa ou política, é sempre um crime de ódio contra a pessoa humana.

Estudos da psicologia comportamental apontam que ninguém com consciência sadia e retidão ética é intolerante. Geralmente o intolerante é um pobre-coitado que pensa ser o centro do Universo, enfim, o dono da razão. Somente quem é intolerante acha que o mundo se resume às suas ideias e opiniões. Ao contrário, a pessoa religiosa e tolerante é aquela que respeita a religião do outro, a orientação sexual do outro, o jeito de ser do outro.

Um homem de terno com uma venda nos olhos escrita "intolerance"
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A intolerância religiosa no Brasil não é de hoje e vem de longe. O mais triste de tudo isso é observar que o Brasil, o maior país cristão do mundo, sempre foi intolerante com as minorias. Por exemplo: os praticantes do candomblé, uma das religiões afro-brasileiras mais conhecidas em todo o país, sofrem, há anos, com intolerância religiosa, sendo que alguns líderes dessa religião, nos últimos anos, e em algumas capitais do Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, vêm sofrendo perseguição e até violência física por parte de praticantes de outras religiões.

Segundo o filósofo brasileiro Mario Sérgio Cortella, “violência é tudo o que afeta a integridade física e mental de alguém e, por isso, conduz a algum sofrimento não consentido; assim, a violência simbólica tem a intenção de rebaixar a dignidade de alguém e nessa pessoa provocar desconforto e temor, o que, sem dúvida, inclui sarcasmo e xingamentos”.

A Constituição Brasileira garante a liberdade de culto aos brasileiros, isto é, todos os cidadãos brasileiros têm o direito de praticar a sua respectiva religião. Além disso, define o Brasil como sendo um estado laico, ou seja, não tem uma religião oficial. Todos os tipos de religiões e crenças devem ser respeitados. No Brasil, a intolerância religiosa é um crime, de acordo com a lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Portanto fica aqui uma dica: respeite a religião e a prática religiosa do outro. Diga não à intolerância religiosa!

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Por fim, precisamos lembrar sempre: não existe uma única religião que seja verdadeira e que esteja acima das outras. Assim como há diferentes locais e culturas, há diferentes religiões e crenças. Se tudo é obra do Criador, por que viver brigando pelo que não é essencial? Essencial é compreender que existem muitas religiões e que o respeito à prática religiosa do outro é fundamental para a construção de um mundo melhor, de paz e harmônico. E viva a diversidade religiosa!

Sobre o autor

Luis Lemos

Luís Lemos é filósofo, professor, autor, entre outras obras, de “Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas – Histórias do Universo Amazônico” e “Filhos da Quarentena – A esperança de viver novamente”.

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