Convivendo

Ah, intensidade… Seja bem-vinda à minha vida!

idosos
Escrito por Li Oliveira

Em todos os dias, eu escuto as pessoas dizendo que viver não está fácil há anos, mas nos últimos tempos tenho me questionado muito sobre o assunto.

Será que é vida que está mesmo mais difícil ou as pessoas que fazem mimimi demais de qualquer coisa? Coloco como análise aquela época em que não havia luz elétrica, pouquíssimos carros para deslocamento e algumas coisas dentro de casa eram luxo, como telefone e banheiro, essa é a descrição de vida difícil e nem por isso infeliz da maioria dos idosos. Hoje, para muitos deles, o que define uma vida difícil resume-se a serem abandonados pela própria família quando mais precisam. O sofrimento desses idosos é o processo reverso do que viveram quando crianças, onde os mais velhos, os anciãos, eram tratados com honrarias por suas experiências e ensinamentos. Mas para o acelerado mundo atual, eles estão ultrapassados e dão trabalho, então, basta encostá-los em um cantinho e largar lá, como um móvel velho, porque cuidar de um idoso significa sentir…

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Significa que não dá para ser “raso” nas suas vivências, você precisa ter sentimento sincero ao lidar com uma pessoa idosa, porque ela te “sente”, como se você fosse transparente…

E percebo que, para muitas pessoas, os sentimentos deveriam ser extintos, pois não há tempo para esse tipo de “futilidade”… Dizem que a vida é muito curta para perder tempo ouvindo coisas repetidas de pessoas que não têm nada a acrescentar...

Mas eu não sei ser assim! E não é por falta de tentar, porque eu tentei, e muito, ser essa outra pessoa, racional, séria, etc. Sabe no que deu? Em altas doses de fluoxetina e muita terapia, o que no fundo foi muito bom, pois um dia eu acordei e a pessoa que estava escondida em mim gritou por liberdade…

Desde então, eu posso afirmar que nasci de novo, que aquela criança que um dia existiu conseguiu resgatar os valores que perdeu ao longo do caminho, tentando viver à sombra de algo ou alguém

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Hoje, me desculpem os racionais e insensíveis, mas eu paro para apreciar uma árvore, uma borboleta, para olhar a lua, as estrelas e tudo o que eu achar belo. Eu agradeço a cada manhã por acordar e me encanto com cada nascer ou pôr do sol que presencio.

Também adoro ajudar as pessoas, mesmo que isso custe alguns minutos do meu precioso tempo.

Eu fico feliz e vibro com a alegria dos outros, ainda que eles não sejam nada meus, e não consigo me imaginar sem espalhar um bom dia, boa tarde ou boa noite junto com um sorriso em todos os lugares por onde eu passar, mesmo que não receba nada em troca.

Sim, eu sou o tipo de pessoa que conhece pelo nome e conversa com todos, mas que tem um apego mais que especial pelos mais simples, então, não interessa onde eu esteja, com quem esteja ou como esteja me vestindo… Eu vou conversar com a faxineira, com o lixeiro e com o varredor de rua do mesmo jeito que converso com o presidente de uma multinacional…

Sou aquela pessoa que para o trânsito para um animal atravessar, que sorrio quando vejo um e que converso com os bichinhos, assim como falo com as pessoas.

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Sabe aquela fase de adolescentes que só querem saber de música o dia todo? Então, existem pessoas que essa fase não passa nunca… Eu amo o silêncio na mesma proporção que amo ouvir música e viajo para outra dimensão com elas…

Em plena era tecnológica, eu ainda deliro em um abraço bem dado, risadas descompromissadas, aquele perfume cheiroso e beijos que te levam para as estrelas…

Você pode achar excesso de sensibilidade, mas isso, para mim, se chama NECESSIDADE DE INTENSIDADE!

As pessoas precisam despertar para a necessidade de serem autênticas, sinceras e espontâneas, pois o mundo precisa disso!

Já passou da hora de valorizamos o nosso passado, cuidando do nosso presente com delicadeza e gentileza. Milhares de pessoas estão adoecendo porque tentam ter uma vida mecânica, para ter eficiência máxima, altos salários e uma vida de luxo.

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E olha só, vou te contar um segredo: os idosos VIVERAM e TENTAM nos ensinar gratuitamente emTODOS os dias tudo o que acabei de falar, basta você TER TEMPO para OUVIR!

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É ótimo ter uma realização pessoal e profissional, mas é melhor ainda que sejamos, principalmente, nós mesmos.

Então, seja intensamente e apenas VOCÊ!


Você pode gostar de outro texto da autora: E quando chega a hora…

Sobre o autor

Li Oliveira

Psicoterapeuta com experiência na área de educação, na qual atuo há mais de 15 anos.

Atendo como terapeuta floral, consteladora familiar e psicanalista clínica, visando sempre a integridade do Ser como único e complexo.

Como mãe de dois filhos, divorciada e sobrevivente de relacionamentos tóxicos, procuro, por meio da escrita, ajudar pessoas a encontrarem ou reencontrarem seus caminhos.

Escrever é um acalanto que me proporciona fazer a diferença na vida de muitas pessoas, por isso sempre faço com muito carinho e dedicação.

Adoro viajar, ler e sou completamente apaixona pela missão de ser mãe neste mundo tão louco!

Fique à vontade para mandar mensagens e conversar comigo sobre meus textos, suas angústias e tudo mais que mais brotar!
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