Convivendo

Antes de se tornar o seu amor, tem que se tornar o seu amigo

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Escrito por Vivian Dias

Relacionamentos amorosos não são um tipo de relacionamento isolado. Para chegar lá, é preciso um caminho de aprendizado. Desenvolver o amor em nós mesmos é um dos assuntos mais comentados da atualidade, todo tipo de “receita” você encontra na web e ainda assim, cabe a você encontrar a sua própria, aí dentro de você. Depois de iniciar esse processo, começamos a perceber então, que uma das facetas do amor, é saber se relacionar com cada pessoa em nossas vidas da forma que elas se apresentam em nossos círculos de convivências.

O amor compartilhado com os familiares é um tipo de experiência, que gerará em nós determinados resultados. O amor compartilhado com amigos é como uma segunda família, lá, vamos desenvolver outras habilidades também muito essenciais à nossa evolução pessoal. E o amor, amor? O amor romântico como conhecemos socialmente? O amor cantado, versado, dilacerador de corações, das desilusões e tudo mais? O que significa esse amor que tanto embaralha as nossas emoções?

Esse formato de amor é a somatória de todos os outros. No relacionamento romântico, nos deparamos com outro ser que também tem família, amigos, amores antigos, além de enfrentar as mesmas dificuldades e prazeres que nós, como medos, aflições, carências, realizações, alegrias, etc.

Pessoa entregando rosa para outra
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Muitas vezes somos amantes, mas não somos amigos do nosso parceiro, porque isso acontece? Será que pensamos que o nosso ser amado tem alguma obrigação em tolerar as nossas mazelas custe o que custar? Será que esperamos que ele ou ela venha em nossas vidas com a missão generosa de nos salvar e libertar dos infortúnios que nós mesmos não conseguimos lidar? Esse pensamento sobre o amor já está gasto, finalmente anda caindo por algumas terras. Se somos bons amigos dos nossos amigos, então está na hora de mostrar essa amizade toda pelo nosso amorzinho. Já que não descontamos frustrações em nossos amigos, que tal também não descontar no pretendente? Aliás, não descontar em ninguém…

Amizade primeiro, amor depois? Isso não estraga a relação, não? Não! Há sempre uma diferença entre amigo(a) e namorado(a). O parceiro afetivo sempre traz borboletas para os nossos estômagos vazios, já os amigos não. Pudera, isso não é da alçada deles mesmo. Os parceiros veem em nós outras qualidades, a perspectiva é diferente, claro. Para uma pessoa merecer a nossa entrega amorosa tem que provar para nós que nos merece, e isso é demonstrado através de amizade, companheirismo. Essa é uma das bases sólidas que ajudará a equilibrar o relacionamento a longo prazo: saber que é compreendido, saber que com ele(a), podemos contar, saber que não seremos cobrados, afinal se você doa (ou recebe), é de graça, está cobrando o quê?

Amar não é simplesmente aprender a conviver com os defeitos do outro, vai além disso.

Esse terreno pode ser perigoso. Não falamos aqui que devemos distribuir oportunidades aos nossos amigos, pois ali pode estar o nosso amor. Pode acontecer às vezes, já ouvimos belas histórias de amizades que se tornam romance. Também já vimos romances virarem amizades depois. Nós não estamos nem no primeiro caso, nem no segundo. Estamos no meio, tentando fugir da era em que pulamos etapas com o intuito de vivermos o grande amor, de atingir um nível de intimidade que só acontece com paciência e tempo, nesse rolo todo só esquecemos de um detalhe: o amor é construído e uma das formas de se fazer isso é pela amizade. Mesmo que o nosso coração nos indique que estamos diante da pessoa que buscamos, por mais que sintamos uma conexão diferente, analisar e ponderar nunca é demais. Não conhecemos uma pessoa pelo que ela posta em redes sociais, pelo que ela diz ser, não conhecemos em um mês e nem em um ano, na verdade, nunca conheceremos alguém em sua totalidade! Romance é a amizade com um algo a mais.

Amar não é simplesmente aprender a conviver com os defeitos do outro, vai além disso. Amar é compreender que todos estamos em processo de crescimento, todos passamos por lições e a aprendizagem é individual. O amor é sempre uma extensão de quem somos com nós mesmos quando ninguém está vendo. Se a nossa amizade é verdadeira, o amor também será. Não importa quanto tempo vai levar para acontecer, o que importa é a solidez dessa relação. O amor se desdobra no prazer de perceber os mínimos detalhes do outro, a tremedeira das pernas na entrega destemida, o pagar para ver leva tempo, o resto é assistir a vida se encarregando de fazer acontecer, claro que não há modelos prontos que se apliquem para todos. Há casais que se encontram e em pouco tempo se entendem bem, isso depende de maturidade emocional e percepção de um com o outro. Lembre-se: cada um tem seu tempo!

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O amor nasce da amizade porque quando é verdadeiro, nada precisa ser forçado. Se os dois estão comprometidos na mesma estrada, tudo o mais é resolvido como mágica, um acompanha o outro e a conexão se estabelece. Vamos reaprender a dar tempo para as coisas acontecerem, para amar, é fundamental conhecer o outro. Não podemos amar o desconhecido, ninguém ama só a beleza ou só a feiura. O amor é completo e se complementa nas relações, é aprender a se deleitar na convivência com o outro.

Tenhamos em mente que simplicidade e verdade não se separam. Se vocês são capazes de adaptar-se um ao outro sem grandes exigências, se vocês são livres um com o outro, então o caminho se abrirá cada vez mais. Se ele(a) gosta de você como você é, se decidir que vale a pena ficará, se não, é só amizade.

Sobre o autor

Vivian Dias

Bem, tenho 30 anos, sou Pedagoga, estudante de PNL e futura Coach.

Há alguns anos, venho trabalhando em meu autoconhecimento e me permito servir às pessoas através de estudos e do meu dom da escrita! Entendo que autoconhecimento envolve também espiritualidade e harmoniza todos os tipos de relacionamentos, nossos dons e propósitos de vida. Essas são minhas áreas de interesse e atuação.

Através do Coaching, PNL, Psicologia Comportamental, Psicanálise e Neurociência, temos bases muito sólidas para entendermos nossos sentimentos e comportamentos e, assim, descobrirmos maneiras seguras e eficazes de modificarmos estruturas comportamentais prejudiciais, que não geram resultados satisfatórios, em mudanças significativas em nossas vidas que afetam não só a nós mesmos como aos que estão ao nosso redor podendo, inclusive, gerar impactos sociais em grande escala a médio e longo prazo.

Sob meu ponto de vista, uma vez que nos descobrimos despertando para eventos de toda ordem que circundam a existência humana e que nos elevam e curam em todos os âmbitos que compreende o ser humano (físico, mental, espiritual, emocional e energético), torna-se essencial compartilhar esses conhecimentos e colher os frutos de se viver a essência de cada ser humano que é de amor, cooperação e paz.

É por esses e tantos outros motivos que me identifiquei com o Eu Sem Fronteiras, pelo compromisso assumido em agregar valor, difundindo o que há de melhor em todos nós através do conhecimento seja ele científico ou empírico e não simplesmente por achismo ou fanatismo.

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