O budismo tibetano é uma vertente do budismo caracterizada por uma natureza mística mais marcante. Também é conhecido por vajrayana ou lamaísmo (este nome é derivado do termo “lama”, que significa “mestre”, já que nessa linha há uma ênfase na relação entre os alunos e os lamas).
O termo “budismo tibetano” só é reconhecido no Ocidente. Os orientais não distinguem budismo tibetano e budismo indiano, pois não há distinção entre essas duas correntes.
No budismo tibetano, são empregados exercícios de meditação na forma de rituais aprimorados, que integram leitura dos saddhanas (textos litúrgicos), estímulo de visualizações mentais, acompanhadas de instrumentos musicais. Essa vertente também é conhecida pelo apurado senso artístico, expressado por meio da pintura, escultura e de outras formas de arte.
Mahayana – o exercício da compaixão
O budismo tibetano segue o pensamento do Mahayana (do sânscrito, significa “O Grande Veículo” – usado para carregar todos os seres sencientes para o nirvana, liberando-os da dor e do sofrimento). Também conhecida como Maaiana, é uma abordagem que enfatiza especificamente as quatro qualidades incomensuráveis (amor, compaixão, alegria e equanimidade) e as seis perfeições (exatamente nesta ordem, pois cada uma depende
da anterior: generosidade, ética, paciência, energia, concentração e sabedoria).
Dalai-Lama
O budismo tem como maior representante o dalai-lama – líder supremo da religião budista, soberano espiritual de todos os lamas. Os dalai-lamas são importantes monges da escola Gelug (a mais nova do budismo tibetano, juntamente com as outras três escolas: Nyingma, Kagyu e Sakya). Eles foram líderes políticos do Tibete entre os séculos 17 e 20 (mais precisamente até 1959).
Na língua mongol, dalai-lama significa “oceano de sabedoria”. Na crença budista, os dalai-lamas representam a reencarnação do príncipe Chenrezig, um dos representantes do budismo, o detentor do lótus branco (um dos oito símbolos auspiciosos do budismo tibetano), símbolo da compaixão.
O 14º e atual dalai-lama chama-se Tenzin Gyatzo, nascido no Tibete e exilado na Índia, após a invasão da China a seu país natal. Durante os mais de 20 anos de exílio, Tenzin lutou pela independência do Tibete, buscando soluções pacíficas. Até que em um dado momento ele mesmo acabou por elaborar um plano de paz. Em 1989, recebeu o prêmio Nobel da Paz, em razão de sua campanha não violenta para dar um fim à dominação chinesa do Tibete.
Símbolos auspiciosos do budismo tibetano
Existem oito símbolos auspiciosos no budismo tibetano. Esses símbolos representam os presentes ofertados pelos deuses ao Buda Sakyamuni assim que ele alcançou a iluminação.
Você também pode gostar
- O que é budismo?
- O que você pode aprender com Ganesha?
- Flor de Lótus: A planta sagrada e seus significados
Saiba um pouquinho sobre cada um deles a seguir:
Flor-de-lótus
O lótus é uma flor que nasce no pântano, ainda assim é dotada de uma beleza extraordinária. Simboliza a ideia de que a pureza pode se manter intacta mesmo em meio a turbulências mundanas. Simboliza também a renúncia, pois essa flor “renuncia” ao solo, já que suas raízes estão na lama profunda, e ela cresce através da turva água, resplandecendo linda e perfumada.
Roda do Dharma
Um dos mais conhecidos símbolos do budismo, a roda tem oito raios, representando o Caminho Óctuplo. Faz referência aos ensinamentos de Buda.
Banner (ou bandeira) da vitória
Também chamado de estandarte da vitória, simboliza a vitória de Buda sobre o demônio Mara, Senhor das Ilusões e tudo que ele representa: a luxúria, a paixão, o orgulho e o medo da morte. Simboliza, de forma básica, a libertação da crença de uma ilusão criada por nós e considerada como verdade.
Nó sem fim
É uma forma geométrica constituída de vários nós sem começo ou fim, numa continuidade infinda. Representa a ideia de que sempre que algo é finalizado, algo novo é iniciado, começo e fim se confundem, pois não se sabe onde um termina e onde o outro começa. Também simboliza a sabedoria perene de Buda. Além disso, o nó serve como um lembrete de que o tempo não é linear, mas cíclico.
Dois peixes dourados
Para os hindus, significam boa sorte. Representam a felicidade plena, a fertilidade e a abundância daqueles que vivem no “oceano de samsara” (samsara, do sânscrito, significa “fluxo contínuo”, engloba todos os ciclos de renascimentos assumidos por um indivíduo).
Vaso de tesouros
Remete ao formato do ventre, de onde nasce toda a criação. Simboliza vida longa e prosperidade.
Guarda-sol
Representa a proteção contra o sofrimento, que é um grande enfraquecedor dos seres.
Concha branca
Sua espiral tem o formato no sentido horário. Representa o som do dharma despertando os seres da ignorância. O som, melodioso, atravessa distâncias enormes, e é um chamado à prática do bem para todos os seres.
Há muito ainda que se desvendar sobre o budismo tibetano, pois seu significado é vastíssimo, seus ensinamentos são constantes e têm diversas aplicações para a vida. Agora que você já sabe um pouquinho sobre essa vertente, procure encontrar nas lições um propósito para sua vida, de forma a proporcionar felicidade e evolução. Namastê!