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Café sem açúcar: o gosto real da vida

Imagem de um homem usando um terno cinza. Ele segura nas mãos um martelo grande e está quebrando os muros. A foto traz o conceito de superação dos desafios da vida, do amargor da vida.
SergeyNivens / Getty Images / Canva
Escrito por Luis Lemos

A vida, como um café forte e amargo, não vem adoçada. Enfrentar suas dores com coragem, fé e autenticidade é o que nos fortalece. Suavizar demais a realidade nos enfraquece; é no gosto amargo dos desafios que despertamos para a verdadeira essência de viver.

Gosto de café quente, amargo e forte. Não suporto café com açúcar. Que fique aqui registrado, quem for me oferecer um café tem que ser quente, amargo e forte. Café fraco, ralo, adocicado, não me diz nada. É como conversa vazia: não esquenta, não marca, não acorda.

Acredito que a vida seja assim, como um café quente. A vida não vem com açúcar. Ela vem com perdas, com esperas, com dores de cabeça e saudades que não têm prazo de validade. A doçura verdadeira não vem de fábrica, vem da coragem de seguir mesmo quando tudo amarga.

Para os cristãos, Jesus ensinou: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo.” É como se Ele dissesse: aceite o amargor, pois ele faz parte da vida. A cruz, símbolo máximo do cristianismo, não veio com adornos. Foi dura, crua, pesada. Mas é justamente dela que nasce a esperança.

Esperança de que o sofrimento não é o fim, de que a dor não tem a última palavra. Da cruz brota a certeza de que, mesmo nas noites mais sombrias, Deus trabalha silenciosamente por um novo amanhecer. É esse fio invisível que sustenta a fé, consola os corações e dá sentido ao caminhar, mesmo em meio às perdas e incertezas.

Segundo estudos científicos, o consumo excessivo de açúcar está associado a diversas doenças crônicas não transmissíveis, como diabete tipo 2, obesidade, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, figurando entre os principais fatores de risco para a mortalidade precoce.

Por isso, recomenda-se reduzir a ingestão de produtos industrializados com alto teor de açúcar, amplamente produzidos para beneficiar economicamente setores ligados ao agronegócio da cana-de-açúcar.

No entanto, o alerta vai além da alimentação: o excesso de suavização na vida, com palavras vazias, discursos fáceis e atalhos ilusórios, distorce a realidade e enfraquece nossa capacidade de enfrentar os problemas.

Imagem de um homem de terno cinza, martelando uma parede de tijolos. A foto traz o conceito de enfrentar os desafios e o amargor da vida.
SergeyNivens / Getty Images / Canva

Gosto de café sem açúcar porque a vida não vem adoçada. É como encarar a realidade com coragem, sem tentar suavizá-la demais para torná-la mais suportável.

A vida, assim como o café, tem seu amargor natural e é nele que reside sua autenticidade. Adoçar em excesso é como negar a existência da dor, como se os desafios não tivessem peso, mas é justamente esse gosto forte, às vezes difícil de engolir, que nos desperta, fortalece e mantém nossa lucidez.

Passamos por muitos problemas na vida, não é mesmo? Se não formos fortes, sucumbiremos imediatamente. Para enfrentar os desafios da vida, é preciso coragem, resistência e fé. Como um bom café, a vida exige que aqueçamos o coração, aceitemos o amargor e sigamos firmes.

Sobre o autor

Luis Lemos

É professor, filósofo, escritor, autor, entre outras obras de, “O primeiro olhar A filosofia em contos amazônicos" (2011), “O homem religioso A jornada do ser humano em busca de Deus” (2016), “Jesus e Ajuricaba na terra das amazonas Histórias do universo amazônico” (2019), “Filhos da quarentena” (2021) e “Amores que transformam” (2024).

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