Comparado ao que ficou de bom no passado e ao que pode acontecer de melhor ainda no futuro torna o presente um pouco desinteressante. O problema é que enquanto o passado já está definido de forma imutável, o futuro é um verdadeiro mistério, já que depende de uma série de fatores (muitos deles que independe da nossa vontade) para se realizar. Qualquer definição boa ou ruim que possa ser dada ao presente é de única responsabilidade nossa.
A importância do presente é destacada há milênios. O poeta latino Horácio (65 a.C. – 8 a.C.) aconselhou a uma amiga no Livro I de “Odes” que colhesse o dia de hoje e confiasse o mínimo possível no amanhã, popularizando a expressão “Carpe Diem”, que significa justamente “aproveite o dia”.
Não deixar de viver o hoje esperando o amanhã não quer dizer que deve-se desprezar a tudo e todos somente em prol do prazer imediato. Enquanto o excesso de futuro gera ansiedade, viver o passado em demasia gera depressão. Tudo requer equilíbrio, inclusive viver.
Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. Isso vale tanto para as obrigações quanto para os pequenos prazeres do cotidiano. Visitar um amigo, passear em um parque ou ler um livro que você ganhou de presente no natal passado são ações que você pode adiar e que, efetivamente, não vão afetar seu cotidiano em grandes proporções, porém não sabemos se vamos ter a oportunidade de realizar essas atividades amanhã. Isoladamente, as pequenas coisas não representam importância significativa, porém o adiamento delas faz com que um pouco de nós morra a cada dia em que se perde uma nova oportunidade de fazer o que nos faz feliz.
- Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras.