Comportamento Saúde Integral

Como será sua Quarentena?

Mulher sentada no chão da sala de estar, alongando-se, ao lado de seu cachorro e de um laptop.
123RF/IKO
Escrito por Juliana Meyer Luzio

Estamos vivendo uma situação muito incomum, minha geração nunca viu nem viveu uma pandemia. A geração da minha mãe também não e, portanto, pouco sabemos o que de fato acontecerá e como passar por esse período. As referências que temos são as notícias da Itália, da China, da Espanha e o fato de como eles estão seguindo e de como o COVID-19 está evoluindo no decorrer do tempo.

No texto anterior, citei alguns dos cuidados que precisamos ter, bem como sugestões de ações que podemos fazer para melhorarmos nossa imunidade tanto física, mental, emocional e espiritual, como:

Mulher sentada na mesa da cozinha, usando seu laptop.
Pexels/Ekaterina Bolovtsova
  • ficar em casa;
  • manter uma higiene cuidadosa das mãos, roupas etc.;
  • ter uma alimentação saudável;
  • dormir bem;
  • fazer atividades físicas e respiratórias;
  • meditarmos;
  • adquirir novos aprendizados;
  • ter reuniões virtuais com amigos;
  • ler aqueles livros que foram comprados há tempos, que estão na estante;
  • ouvir música e dançar livremente pela sala.

Senti, entretanto, que essas ações ainda não são suficientes e, então, escrevo mais este texto para tentar me organizar melhor e, quem sabe, ajudá-lo. Enquanto vou pensando e escrevendo, vou dando contorno aos medos, à desorientação e à falta de perspectivas que sinto rondar não só minha casa mas de todas as pessoas com quem tenho falado via WhatsApp, telefone, Skype…

Talvez a primeira coisa e a mais importante seja encararmos que quarentena não é férias e, portanto, precisamos ter rotina, trabalhar, estudar e nos relacionar com outras pessoas. Precisamos criar uma maneira de continuarmos vivendo nosso dia a dia dentro desse novo cenário em que não podemos passear.

Acorde no mesmo horário, não fique de pijama, não passe o dia todo na frente da TV ou do Google. Se você tem filho, faça o mesmo com eles! Mantenha a rotina do horário escolar, ofereça-lhes atividades que seriam apresentadas pela escola. Muitas escolas, aliás, estão disponibilizando materiais para isso e, caso a do seu filho não esteja, é importante que você pesquise, crie e ofereça atividades educacionais a ele.

Acho importante que crianças e adolescentes entendam o contexto em que estamos vivendo, sem aterrorizá-los e poupando-os de excessivas notícias ruins, principalmente se seu filho for pequeno. Explicar a eles o porquê de não estarem indo à escola nem brincarem com os amigos é bem diferente de deixá-los assistindo jornais e/ou ouvindo os altos números de mortes. Contextualizar com responsabilidade e cuidado é nossa obrigação enquanto pais.

Não é possível ir ao ballet, futebol, inglês, mas é possível fazer atividades físicas em casa, é possível usar aplicativos e a internet para praticar o inglês. Reserve horários de leituras em conjunto, de brincadeira e jogos. Esta é, sem dúvida, uma oportunidade de fortalecer laços. Muitos de nós passamos o dia todo fora e, agora, estamos tendo a oportunidade de ficar juntos; então, criem uma rotina e, a partir dela, reserve horários de convivência e trocas.

Homem, mulher e uma criança pequena sentados no chão da sala de estar, usando o computador.
Pexels/Andrea Piacquadio

Faça sua agenda e divida-a entre o trabalho, a atividade física, o silencio, novos projetos, cursos, cuidar da casa, da alimentação. Faça uma lista de cursos que sempre teve vontade de fazer, mas nunca teve tempo e busque as opções disponíveis na internet. Agora você tem tempo, aproveite! Aprenda algo novo, especialize-se no que já sabe, enfim, use o tempo a seu favor.

Sobre aquele sonho, aquele projeto que não sai do pensamento, coloque-o no papel. Dê vida e matéria a ele. Quem sabe até o fim deste ano sua vida dará uma guinada justamente por conta dessa quarentena. É tempo de planejar, pesquisar, trocar ideias e organizar a realização de coisas que sempre deixamos para lá.

Aprenda um novo idioma ou torne-se mais fluente no que já fala. Leia os livros que comprou e estão ‘parados’ na estante. Marque encontros virtuais com amigas e amigos e troquem as experiências de como estão vivendo, de como está sendo ficar em casa. Estamos todos tendo que passar por isso, estamos todos sentindo e vivendo fora do comum e será ótimo se nos abrirmos para conversar sobre isso.

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Ter projetos, manter nossas relações sociais, sentirmo-nos ativos nos ajudará a manter um equilíbrio emocional e psíquico. Já sabemos que nas próximas semanas haverá um aumento de casos, e provavelmente de mortes, e isso nos afetará, nos deixará ainda mais amedrontados. Por isso precisamos estar atentos às mudanças de humor, de ânimo e saber minimamente lidar com elas. Proteja-se também dos excessos de notícias, escolha um jornal para se manter informada e não assista a outros. Feche-se para grupos e colegas extremamente pessimistas, pois esse não é o momento de praguejar, desacreditar e maldizer a vida; pelo contrário; é tempo de ter esperança, cuidar-se, proteger-se, ter planos e perspectivas de realizações.

Nossa quarentena está começando e não sabemos o quanto vai durar, mas podemos prever algumas possíveis fases: a da sensação de férias em que teremos vontade de ficar maratonando séries e mais nada; a da excitação por depois das férias realizar algo e, então, o trabalho, os estudos, os projetos entrarão no radar, depois chegará a da tristeza, em que você acreditará que já estudou, trabalhou, assistiu a tudo que podia e nada mudou, o COVID-19 continua aí e nós continuamos trancados sem perspectivas. A fase da esperança, em que veremos que alguns casos tiveram cura, que os números pararam de crescer. E pode ser que você viva num único dia todas essas fases, pode ser que cada fase dure uma semana ou dia sim dia não uma outra chegue. Como disse no início desse texto, estamos todos vivendo uma situação nova e é imprescindível estarmos atentos a nós e aos nossos sentimentos.

Homem usando máscara em casa, enquanto faz uma chamada de vídeo pelo seu celular.
Pexels/ Edward Jenner

Reconheça-os, acolha-os e não os achem bobos, exagerados ou sem sentido. Apenas sinta e vá percebendo para onde eles estão levando você. Se ficar difícil, peça ajuda, fale sobre eles. Todo sentimento é muito legítimo e pessoal, nunca se envergonhe ou tenha receio do que está sentindo, mas olhe para esse sentimento e busque entender de onde vem e para onde o leva. Talvez, você se surpreenda sendo mais forte e otimista do que imaginava ser. Quem sabe, não podendo ir para fora, você descubra mais sobre você!

Nossa quarentena está começando e não sabemos o quanto vai durar, por isso, por favor, não pense só em você, não estoque comida, produtos de higiene e qualquer outra coisa. Lembre-se de que existem outras pessoas e que se cada um comprar apenas o necessário sempre haverá o que comprar. A regra é não sair de casa para não nos contaminar e, portanto, não contaminar os que nos cercam, mas eventualmente podemos nos organizar e, numa saída pontual, ir ao mercado, à farmácia, ao pet-shop ou até fazer compras on-line uma vez por semana.

Em tempos de tempestade, mesmo que cada um esteja em seu barco, todos estão no mesmo mar, alguns naufragarão e outros sobreviverão, mas, no final, todos nós saberemos e sentiremos que estávamos juntos e que somos responsáveis pelo modo que atravessamos a tormenta. Cuide-se!

Sobre o autor

Juliana Meyer Luzio

Terapeuta que constrói sua clínica através de um espaço que integra fala, consciência corporal e quietude, tornando possível uma reconexão com o que há de belo, delicado e muito forte em nós - nossa saúde.

Formada em Psicologia, Psicanálise, Terapia de Integração Craniossacral, Transmutation Therapy, entre outros, está sempre em busca de conhecimentos que agreguem, em seu dia-a-dia maneiras, diferentes de olhar a vida.

Atualmente, além de sua clínica, lançou a Îandé, onde tem se dedicado à arte de criar e costurar produtos exclusivos e cheios de carinho.

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