Quando ouvimos essa palavra, é mais do que comum vir à tona pensamentos que nos conectam com o desânimo, o pessimismo, a tristeza ou atitudes que nos remetem ao negativismo de um indivíduo diante da vida. No entanto, além desses sintomas, ela provoca ainda outros transtornos em diferentes graus. Confira:
- Tentativa de suicídio;
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Dificuldades em se concentrar;
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Autoestima baixa;
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Perda ou aumento do apetite; o que pode acarretar obesidade, bulimia ou distúrbios relacionados ao peso;
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Dores que atacam partes do corpo, mas que não indicam nenhuma anormalidade;
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Medo, angústia, insegurança, apatia e, de um modo geral, comportamento desmotivador;
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Insônia ou complicações do sono;
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Diminuição da libido e do desempenho sexual, dentre outros.
Essas são apenas algumas das reações recorrentes. Porém, existem fatores importantes que contribuem com resultados diferentes se tratando de pessoas com realidades e personalidades distintas. Ou seja, tais sintomas não se manifestam, necessariamente, da mesma maneira em todo mundo.
Por esse motivo, quando o assunto é tratamento e prevenção, esse tipo de doença deve ser abordado com muito cuidado e carinho. Embora existam dados e informações relevantes acerca de casos que tomaram rumos mais drásticos, existem ainda hoje pessoas que a encaram como “frescura” ou medo em lidar com as responsabilidades que surgem ao longo de nossa jornada. E não é bem por aí. É necessária, antes de qualquer diagnóstico, a realização de um mapeamento efetivo para que haja indicação adequada para tratar quem sofre deste mal.
Clinicamente, os tratamentos contam com apoio psicológico e em casos mais graves com a prescrição médica de remédios que controlam tais sintomas, o que pode ser considerado um pouco mais agressivo, sendo que muitos medicamentos contêm substâncias fortes capazes de desenvolver dependência química, além de outros efeitos.
Será possível encontrar nisso tudo alguma contribuição ao processo evolutivo?
Muito tem se falado a respeito de um possível lado positivo da depressão. Dois pesquisadores, o psicólogo evolucionista da Universidade McMaster, Paul Andrews, e o psiquiatra da Universidade de Virginia, Anderson Thomson, realizaram alguns estudos anos atrás e chegaram a um questionamento bastante pertinente sobre a doença do século. Para eles, talvez essa patologia seja apenas uma maneira do cérebro se adaptar aos problemas difíceis que vão aparecendo, o que para eles, cientificamente, foi classificado de “ruminação analítica”.
Não há, até o momento, nenhuma comprovação clínica sobre sua função evolutiva. O que se tem em comum entre especialistas do assunto é a concordância de que a doença se manifesta através de alguns gatilhos, que podem ser causados desde falhas genéticas até pelo meio em que fomos criados. Portanto, não há de fato uma causa específica para que toda essa desordem psicológica aconteça, é preciso ir mais além.
Abordagens de vários tipos são levantadas, na espiritual, por exemplo, tudo pode começar na infância, onde a criança fica suscetível a uma série de acontecimentos que por um tempo permanecerão adormecidos. Nessa fase ela pode presenciar agressões, abuso de álcool e drogas, violência, bullying, desrespeito e uma sequência de eventos que serão levados da adolescência para a vida adulta. Com isso, os gatilhos, como já mencionados, podem eclodir a qualquer momento de fragilidade, desencadeando a depressão.
Talvez quem viva com esse transtorno não reconheça nenhum benefício de imediato, mas, ao buscar ajuda, o processo de cura pode servir de lição e exemplo para quem procura se ver livre dela.
Texto escrito por Juliana Alves da Equipe Eu Sem Fronteiras.