Comportamento Convivendo

Discriminação racial: Como se recuperar emocionalmente

Mulher negra de cabelos cacheados vista de perfil, com semblante triste e as mãos sob o queixo.
Tommaso Altamura / 123RF
Escrito por Moshé Bergel

Este tema está sendo cada vez mais discutido no Brasil e no mundo. Veja como cuidar da sua saúde mental.

O dia 3 de julho é marcado como o Dia Nacional do Combate à Discriminação Racial. A data celebra a Lei 1.390, criada em 1951 para combater o racismo, sendo a primeira lei a estabelecer como contravenção penal as práticas resultantes de preconceito por raça ou cor. O crime é inafiançável, podendo levar até cinco anos de prisão.

Nas últimas semanas, o racismo tem sido um tema muito debatido. Além do caso George Floyd, um homem negro que morreu nos Estados Unidos após ser sufocado por um policial branco, outros casos de violência no Brasil chamaram a atenção e levaram a inúmeros protestos espalhados pelo mundo.

Mulher negra em um protesto de rua, segurando um cartaz com os escritos "I can't breathe" ou "eu não consigo respirar", em inglês.
Life Matters / Pexels

O racismo é um problema estrutural e social que precisa ser combatido por todos para promover uma sociedade mais consciente, equilibrada e que construa relações saudáveis. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2018 e chamada de Atlas da Violência, cerca de 71% das pessoas do país que são assassinadas são negras.

Além de buscar por igualdade de direitos e punição pelos crimes de racismo, é importante refletir sobre a saúde mental e emocional de quem sofre com esse tipo de preconceito. Seja por violência direta ou indireta, física ou verbal, o racismo é uma experiência que pode trazer danos negativos permanentes na vida dos indivíduos.

Parte dessas consequências e o adoecimento mental e emocional dos negros podem ser percebidos neste estudo realizado em 2016 pelo Ministério da Saúde em parceria com a UnB (Universidade de Brasília). Segundo o documento, a cada dez jovens e adolescentes brasileiros que cometem suicídio, seis são negros.

É importante ter atenção ao equilíbrio mental e emocional dessa parte da população, principalmente quando eles sofrem com episódios de discriminação racial. Confira algumas das consequências negativas que podem se suceder e dicas de como superar essa experiência e seguir em frente, lutando pelos próprios objetivos.

Traumas

Homem negro visto no reflexo de um espelho, olhando para baixo, com a mão sobre a testa.
@vic tor / Nappy

As experiências vividas pelos indivíduos constituem suas identidades. É por meio delas que todos nós definimos a maneira como nos comportamos, o que sentimos e como construímos relacionamentos ao longo da nossa vida. As vivências negativas nos marcam e podem transformar os nossos hábitos. No caso do racismo, as situações traumáticas podem ser fator que gera muita dor, angústia e medo para a vida de quem sofreu.

As pessoas podem, então, ter dificuldades para superar esse problema e seguir a vida de forma saudável e equilibrada. Essa experiência de discriminação racial não deve ser apagada da memória de ninguém, mas as vítimas devem encontrar meios de lidar com os sentimentos e lutar por seus direitos sem deixar de evoluir e criar um padrão de comportamento diferente.

Ansiedade

Homem negro sem camisa com as mãos tampando o rosto.
@vic tor / Nappy

Devido ao medo constante de sofrer novamente com episódios de racismo, muitas pessoas acabam desenvolvendo o Transtorno de Ansiedade Generalizada. Ele é caracterizado também pelo estresse excessivo, angústia e dificuldade em dizer como está se sentindo. Esse padrão de comportamento leva ao acúmulo de sentimentos e prejudica a saúde mental e emocional das vítimas.

A Programação Neurolinguística (PNL) é uma ferramenta que busca reprogramar os padrões do cérebro, neutralizando os hábitos e emoções negativos e criando outros mais saudáveis na rotina do indivíduo. Dessa forma, a vítima passa a ver no episódio de discriminação racial uma forma de se tornar ainda mais forte para lutar por um bem comum — e pelos próprios interesses pessoais e profissionais — em vez de focar a dor que a experiência trouxe.

Baixa autoestima

Menina negra vista de perfil, triste, enquanto outras meninas brancas estão reunidas atrás, rindo.
daisydaisy / 123RF

Os episódios de discriminação racial também podem afetar a autoestima das vítimas. A autoestima pode ficar abalada e o indivíduo pode vir a questionar a si mesmo e os seus valores.

Por isso, o autoconhecimento é essencial para se fortalecer. Por meio dele, você vai conseguir superar esse episódio e reforçar as suas qualidades e a identidade que deve fazer você alcançar seus objetivos, independente de raça ou cor. A Hipnoterapia é uma metodologia que tem ganhado cada vez mais destaque por proporcionar esse autoconhecimento e valorização do indivíduo.

Fobia social

Mulher negra sentada em uma rocha em frente a um lago.
Nappy Studios / Nappy

A fobia social pode se desenvolver após uma experiência traumática de racismo. Nesse caso, a vítima passa a ter tanto medo de passar por aquela situação novamente que evita eventos sociais. O medo e a dor são, então, sentimentos predominantes e que tomam a frente na vida dessas pessoas, impedindo-as de criar laços e relacionamentos saudáveis e até de crescer profissionalmente.

Entender esse conflito interno é importante para poder superá-lo. Além de buscar alternativas que ajudem a vítima a entender os próprios sentimentos e a lidar com eles, é essencial encontrar ferramentas que fortaleçam a autoconfiança e segurança diante de outras pessoas, independente do evento.

A Constelação Familiar permite encontrar fortalecimento a partir da própria história. Entender os costumes e as tradições familiares e dos antepassados ajuda o indivíduo a se apropriar da sua identidade e usar as suas qualidades para se valorizar e apresentar-se diante do mundo de uma maneira mais harmoniosa e saudável.

Além disso, a Comunicação Não Violenta também cumpre com esse papel. Essa ferramenta ajuda o indivíduo a ser mais assertivo e usar a sua comunicação — verbal ou não verbal — para expressar de forma coerente e clara as próprias opiniões, sentimentos e necessidades. Com isso, a segurança é fortalecida e a fobia social pode ser superada.

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Se recuperar emocionalmente de episódios de discriminação racial é essencial para que o indivíduo perceba a própria força e continue lutando contra o racismo. Além de servir como inspiração para outras pessoas negras, ele vai passar a ter uma relação mais saudável consigo mesmo e encontrar o equilíbrio, bem-estar e a felicidade.

O Dia Nacional do Combate à Discriminação Racial deve ser celebrado com o fortalecimento da saúde mental das vítimas e punição dos agressores. Encontrar a harmonia da sociedade depende da igualdade e respeito às diferenças entre as pessoas, para que elas possam criar relações interpessoais que forneçam trocas puras e sinérgicas.

Sobre o autor

Moshé Bergel

Moshé Bergel é formado em:

- Hipnoterapeuta certificado pela National Guild of Hypnotists (fundada em Boston desde 1950)
- Seminário Internacional em Hipnoterapia Ericksoniana – Jeffrey Zeig PhD. – Fundador e Diretor do Instituto Milton H. Erickson Foundation – E.U.A.
- Formação de Hipnoterapia do Básico ao Avançado – Método TESS
- Curso Intensivo em Segredos da Hipnose Ericksoniana – George Szenészi – Certified Master Trainer em PNL e Diretor da Metaprocessos – Mudanças Humanas Aceleradas
- Coaching Estrutural Sistêmico pela Metaforum International
- Coaching Estilo Americano pela International Society of Coaching
- Coaching Emocional pela Metaprocessos – Mudanças Humanas Aceleradas
- Terapia da Linha do Tempo pela Metaprocessos – Mudanças Humanas Aceleradas
- Master Practitioner em PNL
- Monitor de Practitioner em PNL
- Pós-graduado em Cultura Judaica pelas Faculdades Renascença
- Graduado em Bachelor of Talmudic Law pela Ner Israel Rabbinical College (Baltimore, MD – EUA)
- Pedagogo pela Michlalah Jerusalem College
- Contador de Histórias pelo instituto Sedes Sapientiae

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