Autoconhecimento

Do encontro com minha voz

Mulher encostada em uma parede, olhando para frente
Laflor / Getty Images Signature / Canva
Escrito por Leandra Dib

Você já parou para observar os diálogos que estabelece com você mesmo?

O caminho da auto-observação eu escolhi percorrer diariamente. A tarefa de equalizar as tantas vozes que comigo dialogam internamente e afinar a escuta daquela voz que insiste em me falar, mas que quase não se ouve por tantos ruídos que ali habitam.

Dar voz à minha voz, escolher a maneira de me relacionar comigo mesma fez com que eu fosse habitando meu corpo, ocupando o meu espaço. E deixando nascer minha voz.

Uma voz composta de muitas, mas sem sobreposição e com reconhecimento daquela que é minha.

Desse encontro nasceu o que divido com vocês:

Tantas vozes nos falam e nos apontam a direção… O que talvez não saibam é a distância do coração. Cada dia uma novidade. Tanta gente se dando bem. O que a poucos interessa é aquilo que só você tem. Insistem em nos igualar, em calar as nossas vozes, para que, assim, dependamos de suas ideias ferozes. Há muito a ser feito! Muito além do que se pensa! Mas, enquanto não pararmos, ficaremos em suspenso. Cada vez mais nos afastam daquilo que viemos ser, tentando nos ditar o que devemos fazer. Enquanto não silenciarmos essas outras tantas vozes que nos falam sempre alto – e nos deixam tão velozes – elas não respeitarão nosso ritmo de andar mais devagar. Sempre querem que corramos, insistem em nos apressar… Já chega! Não quero mais isso! Sou eu quem aqui decido. O volume irei abaixar daquilo que me é dito. Minha voz quero encontrar – meus saberes silenciados – para reconectar com o que tenho de sagrado. Aqui dentro do meu ser, algo insiste em falar: “Vai e faz o que tens de fazer. E se deixa descansar”. Cada dia um novo dia. Cada momento um momento. Encaremos a mudança sem sofrimento. A mudança é constante nesta vida tão real. De assim querer fazer o que nos torna leal. Leal a você mesmo, aos seus valores e princípios. E vejo assim nascer quem estava desde o início. Minha alma então sorri. Meu ser assim se expande, por poder me encontrar comigo a todo instante.

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Eu desejo que você se inspire a dar vazão a sua própria voz e, assim, descobrir, retirar aquilo que cobre e revelar quem sempre esteve aí.

Sobre o autor

Leandra Dib

Meu nome é Leandra e contar sobre mim é sempre uma oportunidade de reescrever a minha própria história, de trazer para o papel em forma de palavra aquilo que em meu corpo está registrado como memórias, lembranças, encontros, experiências.

Isso de alguma forma me conecta ao movimento que tanto aprecio. Movimento do corpo, movimento da vida.

Ao concluir a faculdade de fisioterapia o corpo tornou-se meu ‘campo’ de pesquisa. Cursei uma primeira especialização em Fisiologia do Exercício pela FM-USP. Tenho formação nos métodos de Reeducação Postural Global e Estruturação Postural Integrada, Reprogramação Músculo-Articular e Watsu (Water Shiatsu).

A dinâmica do corpo em movimento que evidencia um desejo posto em ação sempre me instigou, o que fez com que eu vivenciasse em meu corpo diferentes técnicas e passei a aliar isso ao que era proposto em terapia aos meus pacientes.

Percebia como eles estavam desconectados de seus corpos, lembrando que ele existia em função do desconforto que apresentavam, ou seja, a dor os fazia lembrar que tinham um corpo.

‘Ter um corpo’, como se fosse algo distante do que eram. Isso me chamava muito a atenção. Esse corpo de lamentações era o companheiro diário. Iniciei meu caminho em busca do ‘ser um corpo’ e não só ‘ter um corpo’.

Encontro nas práticas de yoga e meditação o meio para facilitar estes processos de (re)encontro comigo, e resolvo então buscar por uma formação em Hatha Yoga e Yogaterapia pela Humaniversidade Holística. Neste caminho me especializo em Yoga para Crianças pela Metodologia Yoga com histórias.

Estar presente neste corpo, neste lugar. Habitá-lo com tranquilidade e com prazer.

Foi quando me aproximei da educação e entrei em contato com a antroposofia, com os ensinamentos para a vida que nos deixaram Rudolf Steiner, Emmi Pikler, Maria Montessori, Paulo Freire.

Decido estudar sobre o começo da vida, sobre as infâncias, sobre o brincar como uma condição humana e as biografias despertaram meu interesse.

Uma costura de saberes de diferentes áreas do conhecimento que tanto dialogam entre si e que me possibilitam a especialização em Escutas antropológicas das infâncias - a vez e a voz das crianças.

Hoje atuo como professora de yoga e meditação, cuido de crianças e adultos que sintam o chamado de retorno a morada corporal.

Trabalho também com rodas de mulheres, onde abordamos temas relacionados ao feminino em nós, ressignificando a relação com nosso corpo e nossos ciclos.

Ofereço grupos de estudos e rodas de conversa sob a perspectiva do ‘cuidar de quem cuida’ um trabalho voltado para os educadores, pais e professores.

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