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Jamais desista de amar

Mãos fazendo um coração
Stokpic / Pexels / Canva

Jamais desista de amar
Nenhuma perda será maior
do que não ter amado.

Por isso desisto, Amor,
de querer que me ame,
Jamais de amá-lo.

Nenhuma oportunidade será tão perdida quanto desistir de amar, porque quando abandonamos o amor é porque desistimos de nós mesmos. Iluda-se que é do amor por outra pessoa.

Quando estamos amando de verdade e para que o amor se torne perene, precisamos manter a aventura do desvendar a cada dia, e isso exige tanta entrega que são poucos os corajosos a fazer pelo outro o que não fazem nem por si mesmos. Não é qualquer olho que se desacostume da escuridão confortável de suas sombras e escolhe se empenhar para que o olhar se acomode à luz de relacionamentos saudáveis, cuja premissa básica é a capacidade de se iluminarem, sustentáveis e estimulantes ao longo do tempo.

Na mesmice das nossas crenças, vagamos pelos milhares de dias que temos à procura do encanto alheio que já perdemos pela nossa própria existência quase sem sentido, esperando que o outro nos faça o milagre que estamos nos devendo.

silhueta de mãos dadas
Valentim Antonucci / Pexels / Canva

Mas para passar de fase nesse jogo adorável que é a vida é preciso estar aberto e disposto a se entregar com inteireza, sentindo o outro por inteiro. Atalho nenhum terá efeito. Não há rotas de fuga e nossas habituais defesas e variações não ganham mais pontos, porque um novo nível pede um patamar mais avançado de ações.

É tão incrível quanto assustador nos ver em espelho e nos defrontar com nossas dores, nossos medos e anseios escondidos na superficialidade de quem pensamos que somos ou do que alguém nos representa e apresenta. Demorei muito até perceber que atraímos como ímã pessoas tão indisponíveis quanto nós, porque, também emaranhados, tememos a verdadeira parceria, aquela que damos sem medo de nos perdermos. Só que nossa alma clama para que nos aprofundemos no outro e nos surpreendamos com mais descobertas sobre nosso eu e sobre toda a plenitude que nem imaginamos poder desfrutar em amar profundamente.

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Se não pode amar ninguém,
sua dor dói mais que a minha, e, bem,

Eu amo e faço verso,
a sua que rima tem?

Apenas amo e isso é tudo que me dói.

Se é que tenho, esse é todo meu azar.

Já perdi tantas vezes, deixei até de contar,
só não perdi por conta de desistir de amar.

E porque apenas amo,
o que sinto me constrói,
como a substância de Tolstói.

Eu sei que só eu amar não basta,
mas é tudo que posso fazer.

Não sei nada diferente,
então sigo amando você,
mesmo sabendo que nada do que já foi dito,
feito ou imaginado faz com que alguém
que até agora não foi, seja amado.

Ainda que não me ame, eu
não tenho muito a perder,
porque amo com toda força do meu ser
e me desvendo amando pra valer.

Quanto a você, não sei…

Mas se não for para amar nessa vida,
em outra que não vai ser.

Sobre o autor

Angelita Schifelbein

Moro na terra dos presidentes, São Borja — bem do ladinho da Argentina. Filha mais velha de três irmãs, mãe do Caetano, escrevo e trabalho desde 1996 e atualmente me dedico ao meu sonho: a escrita. Além disso, tenho formação em Administração e fiz mestrado em Administração de Negócios. Tenho mais de 20 anos de experiência liderando equipes em organizações prestadoras de serviços e vários treinamentos na área de desenvolvimento humano, liderança e qualidade.

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