A maternidade tardia tem sido cada vez mais a escolha das mulheres. Isso ocorre porque, com o avanço da medicina nos dias atuais, os riscos para a mãe a para o bebê podem ser mais controlados.
Além disso, a inserção cada vez maior das mulheres na vida acadêmica fez com que começassem a estabelecer novos objetivos pessoais e profissionais, como alcançar uma estabilidade financeira e psicológica antes de formar uma família.
As mulheres modernas deixaram de ver a gravidez como uma obrigação e começaram a adiar a decisão de ter filhos ou não, deixando como prioridade a evolução de suas vidas profissionais, as quais, por tanto tempo, foram negadas a elas.
Direto ao ponto
Desafios da maternidade tardia
Entre os maiores desafios da maternidade tardia, o primeiro que pode ser citado é o preconceito da sociedade. Ainda hoje, no século XXI e no ano de 2023, as pessoas continuam julgando as escolhas das mulheres, e isso não seria diferente com a decisão de ser mãe depois dos 35 anos.
O principal ponto levantado é a alegação de que a idade mais avançada não permitirá à mulher viver a maternidade completa. Entretanto, de acordo com a psicóloga Lígia Dantas, a qualidade da maternidade não está diretamente relacionada à idade da mãe, mas sim com a escolha e com a responsabilidade de cada uma.
Além disso, assim como em mulheres mais jovens, aquelas que optam pela maternidade tardia também precisam de uma rede de apoio, pois ser mãe, na idade que for, em uma gravidez planejada ou não, mexe com a dinâmica familiar e, principalmente, com a mulher.
Benefícios da maternidade tardia
O primeiro benefício da maternidade tardia a ser mencionado é a maturidade. Quanto mais velha é a mulher, mais vivências ela tem e, consequentemente, mais maturidade para lidar com a maternidade e todos os desafios que vêm com ela. O senso de responsabilidade melhora, assim como as habilidades de cuidado. Isso tudo auxilia muito na vida da mãe.
Em segundo lugar, é de conhecimento geral que, após os 35 anos, a probabilidade de estabilidade financeira é muito maior, seja da mãe, do pai, dos pais ou das mães. Nessa faixa etária, é muito mais provável as pessoas terem um emprego fixo e seguro, o que contribui para uma criação mais confortável, possibilitando uma certa tranquilidade com a questão monetária da família.
Por último, mas não menos importante, um estudo do International Journal of Epidemiology de 2017 revelou que crianças filhas de mães com a idade entre 35 e 39 anos possuem resultados melhores em testes cognitivos.
Mortalidade materna tardia
A mortalidade materna tardia ainda é um debate muito recente. Ela consiste na morte das mães após 42 dias e até um ano após o parto. Esse tipo de morte diz respeito a 30% das mortes pós-parto no Brasil, ou seja, entre as mortes pós-parto, 30% delas acontecem depois de 42 dias e até um ano depois do nascimento da criança.
Isso acontece principalmente devido a questões obstétricas diretas e indiretas. As diretas são aquelas que ocorrem por complicações obstétricas durante gravidez, no parto ou no puerpério. Elas são relacionadas a intervenções incorretas, omissões de problemas ou tratamentos errados.
Já as indiretas são as resultantes de doenças que já existiam antes da gestação, ou se desenvolveram durante, sendo elas não provocadas por causas obstétricas diretas, mas agravadas pela gravidez.
No Brasil, a morte materna obstétrica direta é responsável por 66% das mortes maternas. Entre as principais causas, estão as síndromes hipertensivas, as complicações do aborto, as hemorragias e infecções no puerpério.
Riscos que as mulheres podem enfrentar na gestação
Qualquer gestação possui riscos, porém, quando falamos de uma gravidez tardia, que ocorre em mulheres acima de 35 anos, esses riscos tendem a se intensificar. Por exemplo, as chances de um aborto espontâneo aumentam, e as anomalias cromossômicas têm mais chances de ocorrer. O parto prematuro também está na lista de riscos.
Além disso, ainda existem as doenças que têm mais chances de afetar a mulher durante a gravidez tardia, são elas: diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, anomalias placentárias, natimortalidade e crescimento intrauterino restrito.
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A partir dessas informações, é possível entender melhor sobre a maternidade tardia e os motivos que levam as mulheres a optarem por esse caminho. Mesmo com os desafios e os julgamentos alheios, a taxa de mulheres que resolveram ser mães a partir dos 35 anos só aumenta no Brasil. Embora existam riscos, a medicina avança a cada dia e proporciona cada vez mais tranquilidade para quem escolhe ter uma gestação tardia.