Autoconhecimento Filosofia

NILO DEYSON, FILÓSOFO OFICIAL DA IMPARCIALIDADE PARTICIPATIVA

Tudo aquilo que ocupava um lugar secreto, aquilo tido como santo, sagrado, em segredo, eu desprezei quando desafiei a verdade das coisas e toquei na história contada. Uma das melhores coisas que ocorrem na vida é o desligamento de certos sistemas, esquemas.

As minhas finalidades para os anos seguintes, após o rompimento com as tradições, estão fixadas com a máxima precisão. Terminada a parte afirmativa de meu objetivo, vem a meta negativa, quer na palavra, quer na ação.

Agora é a inversão de todos os valores que estiveram em curso e vez, nesse período: a guerra suprema, a evocação de um dia decisivo. Neste período, efetiva-se a busca de caracteres semelhantes ao meu, pesquisa lenta e demorada, de individualidades transbordantes de energia que pudessem ajudar-me no mister de destruição. A partir de então, todas as minhas obras assemelham-se a anzóis: tenho a pretensão de entender, melhor do que qualquer outro, dessas coisas relativas a caniços. Se a isca não foi abocanhada, a culpa não é minha; não havia peixe. Sou quebra-regras e especialista em desafiar a verdade contada.

Minha jornada não acabou no futuro, estarei além dos próximos séculos e afirmo:

“A tudo quanto é generalizado não se deve dar atenção; mas é certo que a maioria das suas crenças são para sua frustração, não são reais, são pura ilusão.”

Mulher segurando uma nuvem em suas mãos e olhando para ela, com os cabelos ao vento.
Cristina Conti / Shutterstock

Nós não precisamos dessas inutilidades que carregamos. Para que serve um guru? E um mestre? Um pastor de ovelhas perdidas? O que é a liberdade, senão estar livre e perdido?

Vejo um mundo por uma ótica muito diferente. Queria eu poder dialogar sem ver o ódio no olhar de quem pensa diferente. Queria viver em um mundo onde a diversidade fizesse parte de um encontro natural entre os seres humanos. Não queria ver a discriminação nem a intolerância. Pessoas se matam pelas ideologias políticas e religiosas, e não aceitam o diferente. Em um planeta tão gigantesco, mais de 7 bilhões de seres humanos na atualidade, em pleno século da informação, grande parte dessa gente permanece na servidão voluntária. São cegos, idólatras de seus egoísmos e acham que adoram a Deus… Pena que esse deus não existe. Não sou ateu, não sou agnóstico, sou cristão, mas não acredito em quase nada na Bíblia depois de descobrir, em documentos oficiais, a partir da teologia reversa, que, a maioria dos textos bíblicos, que vieram de pedaços de pergaminhos e papiros, foram adulterações e invenções dos autores da época. Sem falar dos textos que ficaram fora da Bíblia. No mesmo espírito de potência da minha forma de pensar, estudar a Torá me deu a condição de me opor a muita coisa e descobrir também muito enredo que não faz sentido.

As religiões no mundo são mimos para a mente humana, e respeito isso. No entanto, de forma nenhuma creio nas religiões, depois de tudo que vivi e de todos os livros que li. Não por condicionamento; apenas sou livre e inocente, além do bem e do mal: uma espécie de super-homem na vontade de potência, amor fati. Devemos romper com a farsa da religião, teatro de atores vaidosos espirituais — sem generalizar, pois não me refiro à pessoa sincera que leva a fé a sério, nem aos fariseus que se fazem passar por pessoas santas e separadas. Eu me refiro ao sistema religioso. Devemos cavar masmorras aos vícios e levantar templos à virtude.

O homem superior está ciente da justiça, o homem inferior está ciente da vantagem. Não acredito em quase nada de tudo o que existe no mundo, sou um homem tecnicamente morto. Um homem superior não se ocupa com pequenas coisas, mas pode confiar-lhe grandes preocupações.

Aos poucos, o mundo vai ficando dinâmico demais para quem já está resolvido e não precisa correr atrás de reconhecimento. Tudo perde valor diante do nada que, de verdade, é a realidade. O ser diante do nada: somos todos. Quem pensa ser alguma coisa deve ter a real dimensão de que não passamos de uma poeira que abriu os olhos. Lama, pó… somos a extensão do barro que pisamos.

Ninguém é coisa nenhuma, e não podemos temer perder, pois nenhuma coisa boa tornará seu possuidor feliz, a menos que sua mente esteja habituada à possibilidade de perda. Posso não ser uma janela aberta para o mundo, mas certamente sou um pequeno telescópio sobre o oceano do social. Portanto, libertei mil escravos e teria libertado outros mil, se estes soubessem que eram escravos.

Não quero ser inconveniente, mas você precisa parar de depender de cenários ou da sensação de bem-estar ou da tal felicidade. Ser feliz não é ausência da infelicidade, mas é permanecer no desenvolvimento da ataraxia, sabendo se equilibrar. Por três métodos podemos aprender a sabedoria: 1º: pela reflexão, que é a mais nobre. 2º: por imitação, que é mais fácil. 3º: pela experiência, que é o mais amargo. Nesse sentido, a vida é evolução. Você tem evoluído ou tem ficado preso aos sentimentos, traumas, expectativas e medicamentos? Muitos morrem sem nem sequer terem a noção do que é viver bem esta existência. Não dependo da experiência, quiçá dos aplausos ou da aceitação das outras pessoas em relação ao meu modo de ser. Sou simplesmente feliz neste teatro, onde tudo é vaidade e nada que acontece, em sua grande maioria, importa.

O que o homem superior procura está em si mesmo; o que o homem inferior procura está nos outros. Exatamente, eu tenho tudo de que preciso, logo, não tenho necessidade de uma religião, quiçá de pastor ou de padre para me ensinar coisas que eles acham ser verdades, mas que descobri serem somente ilusão de condicionamento. Não preciso de político algum, fui candidato a vereador algumas vezes e vice-presidente do Partido Republicano Campos dos Goytacazes. Tenho vasta experiência (de 21 anos) trabalhando nos bastidores dos partidos políticos: desde a montagem de nominata até a prestações de conta, passando por montar uma campanha proporcional ou majoritária. Eu me decepcionei muito com a política, ao ver coisas esdrúxulas nas articulações que acontecem, mas isso não era de se espantar.

A beleza das coisas só aparece para quem souber apreciar os detalhes da natureza das coisas. Sou muitos em mim, e todos se sentam à mesa comigo; não sou de ninguém e nada pertence a mim, pois a vida é linda, uma bela porcaria. A minha vida é insignificante, e amo viver para escrever essas bobagens que você lê. Amo minha metade no universo por aí — incógnita para uns —, pertencimento na conexão que temos pela eternidade ilusória a priori. Quem me garante a verdade das coisas que se contaram para mim? Coisas que não vi, eu nem sequer havia nascido, e querem que eu engula as bobagens bíblicas e sociais como algo acabado e lei imutável? Não sou idiota, nasci para não ser otário e não ando em ombros de gigantes. Sou um insuportável gigante que não se espanta com o inédito, quiçá aquilo que causa espécie em você. Sua propaganda não me seduz, nem essa moça de olhos azuis. Estou à frente da minha geração, e, no futuro, a fama durará apenas 5 minutos, e você será como um robô, controlado por um Chipre que lhe dará ordens de comando. A natureza será virtual: haverá, no Brasil, guerra pela água potável, e muitas pessoas, no futuro, venderão seus valores para sobreviver.

Silhueta da cabeça de uma mulher. Sobreposta a ela há um Sol entre nuvens.
Max4e Photo / Shutterstock

A vida é muito simples, você é quem torna ela complicada. Pare de babar seu guru. Para que serve a religião? Você nasceu como um papel em branco e foi condicionado aos meios sociais nos quais está inserido. Você acredita em coisas que fazem sentido para você segundo os costumes e a cultura local, em um espaço extremo de possibilidades limitadas de crenças. No entanto, você não leu com profundidade a teologia reversa, nem leu livros importantes, e logo você tem certeza das suas crenças; mas, talvez você corra o risco de negar essa vida, em virtude de outra que pode também não existir — pois só podem ter certezas absolutas de certas coisas da vida as pessoas que leram muito poucos livros na vida. Com a teologia reversa também você encontra muito material oficial sobre adulterações, assistindo, no YouTube, ao canal Teologia Reversa, com António Miranda.

Eu não estou preocupado com opiniões sobre minha forma de viver, que se danem as opiniões. Apenas, como filósofo, deixo registrado que sou um pensador que não concorda com a ideia de como Deus é apresentado, nem com a estrutura política e social. Sem empatia, sem humanismo, sem respeito recíproco pela diversidade, eu só consigo achar a vida humana uma porcaria. Os animais se respeitam e se matam por instinto, enquanto os homens se matam pelo pensamento divergente, tipo crianças mimadas.

A filosofia da imparcialidade participativa não entra em acordo para aplaudir um cenário bem organizado. Antes, ela condena a ideia de obra acabada e intacta. Minha filosofia duvida da estrutura montada, desafia a história contada e mostra pontos cegos, quando for dialogar com a política, a religião, a estrutura das histórias contadas. Não dou muita atenção à metafísica, nesse primeiro momento. Sabemos utilizar a epistemologia de forma organizada; não temos problemas em dialogar com a lógica, com as vertentes filosóficas; e tudo estará sempre submisso ao comando de quem faz a sindicância utilizando a filosofia da imparcialidade participativa. É participativa por não ter impedimentos para a entrada. Tem imparcialidade por se poder sair, sem alardes e sem estado de demência, em virtude de quaisquer interesses que deseje um seguidor apaixonado. Defender sempre a verdade, sem a ela ficar preso como sendo uma verdade imutável, mesmo porque minha filosofia reconhece o tempo em movimento e as possíveis alterações que ocorrem, de sorte que, ao passo que a ciência avança, as verdades do passado tomam assento no núcleo dos mitos ou verdades temporais de época. Defendo o direito, mas, se encontro o direito em confronto com a justiça, defendo a justiça. O que é justiça? Você leu as obras de Kant? Você leu obras de Hans Kelsen? Pois então, leia e se surpreenda com o que vai encontrar.

Também sugiro que você leia SatSang, em obras de Sartiapren e Osho. Particularmente, eu li sobre todos os filósofos da tradição ocidental e até oriental. Li também a filosofia africana e as religiões diversas do planeta. Li neurociência, psicologia, história, política, literatura e outros; ou seja, li mais livros do que uma pessoa de 90 anos, se levarmos em consideração que a maioria das pessoas no mundo não leram um livro sequer no último ano. O fato é que me tornei muito crítico e seletivo no tocante a dar minha atenção às coisas que de fato importam. Não espero nada da vida, apenas observei os fenômenos nos ciclos e com aceitação, vou levando, e, se eu precisar, faço reajustes em alguns pontos necessários para um estado de leveza e manutenção da ataraxia.

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Cada um se divirta no parque de diversões que criou. Você está condenado à liberdade, por mais que você esteja com vício de linguagem condicionado por sua atividade religiosa ou social, você está sozinho no universo. Sua mente criou toda essa bagagem que você chama de sabedoria. Fora da linguagem, tudo é silêncio, basta verificar com muita atenção quem é você fora do seu nome. Perceberá, talvez, se estiver bem concentrado na meditação, que por trás do seu nome existe o “Eu Supremo da real natureza”, isto é, você sendo o observador dos fenômenos condicionados dentro da mente, a posteriori, tagarela e viciosa. Quando você achar a priori, seu verdadeiro significado de ser, tudo do lado externo perde sentido e devoção. O universo é extremamente infinito. São trilhões de galáxias e estrelas, planetas a perder de vista. Portanto, diante de uma imensidão de possibilidades e coisas a serem descobertas, você acha mesmo que você, ó cadáver adiado, tem toda a verdade retina nas suas crendices? O universo não se importa com você e nem existe destino. Inevitavelmente, você ora de si para si, e os sinais positivos da sua fé surgem de uma energia positiva, que atrai coisas positivas, porquanto você, ó terráqueo vermezinho de Jacó, é um pouquinho menor do que o deus que você criou. Deus está dentro e não fora.
Apocalipse 11.

Nilo Deyson Monteiro Pessanha

Sobre o autor

Nilo Deyson Monteiro Pessanha

Sou filósofo, escritor, poeta, colunista e palestrante.
Meus trabalhos culturais estão publicados em diversas plataformas. Tenho obras e livros publicados.

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Sou uma incógnita que deve ser lida com atenção e talvez somente outras gerações decifrem meu espírito artístico. Sou muitos em mim e todos se assentam à mesa comigo. Posso não ser uma janela aberta para o mundo, mas certamente sou um pequeno telescópio sobre o oceano do social.

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