Convivendo

O espírito da mentira

Homem com o nariz de pinóquio.
Ion Chiosea / 123RF

Em 1° de abril, comemora-se o Dia da Mentira.

No Brasil, comemoramos essa data como um dia de pegadinhas e mentiras de brincadeira. Até as crianças viveram no passado a famosa musiquinha que diz: “Enganei o bobo na casca do ovo. Quem caiu, caiu, primeiro de abril”.

Então surgem diversas pegadinhas até entre adultos. É uma data muito esperada para as brincadeiras. As crianças, e até mesmo os adultos, já amanhecem fazendo pegadinhas. É uma verdadeira festa e muita gargalhada.

Para muitos, quem mente não tem caráter, e falta-lhe vergonha na cara. Essa falta de caráter, de ética e de postura ilibada é resultante de aspectos como, por exemplo, o contexto social no qual o indivíduo convive. Portanto ele é ensinado, pelos exemplos, que a mentira é normal, logo falta-lhe essa envergadura de ser ético e verdadeiro. A Psicologia sempre debateu o tema do caráter observando o comportamento e os motivos pelos quais o indivíduo age dessa forma. Essa maneira de fingir, de enganar, de mentir está inserida em experiências psíquicas nas quais, por vezes, a falta de caráter ou de transparência com a verdade faz com que o sujeito minta. Porque está enraizado em sua mente que é algo comum e natural, exatamente pelo modo como ele foi criado, pelo contexto social, amigos, familiares, falta de estrutura básica, má alimentação, falta de educação – no sentido de a família “corrigir quando mentir” – e falta de educação escolar, no “não acompanhamento do caráter”.

A culpa, na verdade, em última análise ou instância, seria talvez do próprio sujeito que aceitou, por espírito e por normal, ter esse tipo de conduta ao longo da sua vida. Isso pode ser mudado somente por meio da busca pelo conhecimento de quem somos e de uma série de questões a serem analisados pelo sujeito que deseja parar de mentir – como, por exemplo, querer melhorar sua versão como ser humano. Nesse espírito, eu sugiro a leitura da Bíblia, bem como o estudo da filosofia e do SatSang.

Mulher chorando.
Karolina Grabowska / Pexels

Agora, ao analisar o espírito da mentira, teremos um tom obscuro nessa palavra, pois se trata do não real. Muitas mentiras destroem vidas, casamentos, famílias, amizades entre outros. Claro, existe também o lado “benéfico” da mentira – se é que podemos rotular assim –, em que ela impede que ocorram tragédias, guerras e conflitos.

A Bíblia diz, em João 8, verso 44: “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira”.

Nesse sentido, a mentira de qualquer natureza é abominável ao povo cristão, ou pelo menos deveria ser. O próprio Senhor Jesus foi quem citou essa frase em João 8, verso 44, pois ele estava discutindo com os fariseus e escribas. Logo a mentira é abominável e intolerável. Nesse texto, os fariseus representavam os mestres da lei, os “homens santos, oficiais da igreja”. Logo nenhuma mentira se justifica por si mesma ao olhar de Deus.

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O mundo para os cristãos é jaz do maligno; por isso, eles abominam o Dia da Mentira como o dia dos filhos das trevas. É um sentimento natural aqui no Ocidente. No entanto, isso não ocorre em outras religiões. Aliás, no mundo todo existem centenas de religiões diferentes, logo não estamos aqui universalizando o tema como algo macro e único em todas as religiões, tampouco em todas as nações. Cada nação obviamente se emprega na sua própria cultura e forma de ser como costumes. Portanto o dia 1° de abril é uma data comemorativa somente em alguns países.

Por fim, é interessante essa data comemorativa na cultura brasileira e em outros países, porém não é feriado. Para o amigo leitor se aprofundar sobre o tema, poderá pesquisar, em artigos científicos, a respeito do Dia da Mentira. Boas pesquisas, e até a próxima com seu amigo, Filósofo Nilo Deyson Monteiro Pessanha.

Uma é a história, outra é a glória da estória; porém, até entre verdades e verdades há diferença de esplendor no espírito, ao problematizar seu turno, sua estrutura.

Sobre o autor

Nilo Deyson Monteiro Pessanha

Sou filósofo, escritor, poeta, colunista e palestrante.
Meus trabalhos culturais estão publicados em diversas plataformas. Tenho obras e livros publicados.

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Sou uma incógnita que deve ser lida com atenção e talvez somente outras gerações decifrem meu espírito artístico. Sou muitos em mim e todos se assentam à mesa comigo. Posso não ser uma janela aberta para o mundo, mas certamente sou um pequeno telescópio sobre o oceano do social.

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