Atividades Físicas Saúde Integral

O mundo está se tornando mais velho. Vamos refletir sobre isso?

Escrito por Marco Lopes

Terminei uma leitura muito prazerosa que gostaria de compartilhar com vocês. Se trata do livro “A revolução das mulheres”, da autora Marcia Neder, que aborda a reinvenção do envelhecimento das mulheres com 50+ e 60+.

A feminização do envelhecimento não é um assunto novo pra quem se interessa pelo tema e não é novidade que o mundo está se tornando mais velho. O Brasil segue essa tendência de forma expressiva e eu vou mostrar alguns número que foram tirados do próprio livro:

No ano 2000, no Brasil, havia cerca de 27 milhões de brasileiros acima de 50 anos, com quase dois milhões a mais de mulheres. Em 2010, a população acima dos 50 anos já havia crescido para 39 milhões, com 3,2 milhões a mais de mulheres. Se a população madura no Brasil, hoje, é estimada em 21% da população, as projeções dos analistas calculam que em 2030 teremos mais pessoas com mais de 65 anos do que entre 0 a 14 anos. E em meados do século 21 a turma 50+ representará 40% da população do País. Além disso, os números do IBGE de 2013, divulgados no final do ano de 2014, mostram mais um aumento: a expectativa de vida média passou para 74,9 anos, sendo 78,6 para mulheres e 71,3 para homens. Ou seja, as mulheres viveram 7,3 anos além dos homens.

As entrevistas que o livro traz nos inspiram a refletir nas mudanças de paradigmas sobre o envelhecimento, no caso das mulheres, e nas suas conquistas desde as décadas passada até hoje. As mulheres vivem e viverão mais, e o grande desafio é conciliar nos dias de hoje os diversos papéis como o de mãe, esposa, dona de casa, muitas vezes filha, amiga, trabalhadora e, ao mesmo tempo, encontrar um momento ou tempo para elas se cuidarem e conseguirem fazer melhores escolhas alimentares, incluindo nessa rotina exercícios que farão toda a diferença no processo de envelhecimento. Mas para que isso aconteça, esses papéis têm que conversarem entre si e um caminho deve ser adotado em direção a esses cuidados.

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A única certeza é que também depende delas assumir o que lhes compete e delegar responsabilidades para que também a sua vida e saúde sejam uma prioridade. Elas se cuidam, ou pelos menos tentam se cuidar, mais que os homens e isso é um fato bem conhecido, elas são o alicerce de suas famílias e, na minha modesta opinião, são agentes de transformação (outro papel) nos seus lares. São elas, muitas vezes, as responsáveis por fazer a família aderir a novos hábitos alimentares e muitas vezes insistir que seus maridos consultem um médico, etc. Basta acompanhar alguns trabalhos em grupo para concluir que o número de mulheres é bem superior ao de homens e elas, sem dúvida nenhuma, estão na frente dos homens no quesito cuidados com o corpo e a saúde.

Por isso fiz questão de compartilhar essa leitura já que elas conquistaram, lutaram e se reinventaram. As mulheres irão viver mais e terão que enfrentar os desafios do envelhecimento, se planejar, acumular recursos tanto financeiros quanto físicos e sociais e sim, vão ajudar seus filhos a pensarem nisso e auxiliar seus familiares a pensar nessas questões também.

Com tudo isso, não tem como não pensar em minha mãe, uma mulher exemplar e inspiradora que está à frente do seu tempo como tantas outras. Ela (minha mãe),por sua vez, sempre olhou para frente tentando melhorar a sua vida ou de quem quer que seja, com um conselho ou arrumando e reformando sua própria casa… sabendo que a vida só tem graça assim: nos mantendo interessados, aprimorando nossas habilidades e ajudando o próximo.

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Esse livro eu recomendo para todos os gêneros, para todas as idades e para qualquer segmento profissional e espero que ajude a trazer a reflexão e a importância do envelhecimento para dentro de nossos lares e, principalmente, para tornar a sociedade mais justa. Como diz Dr. Alexandre Kalache: “Uma sociedade preparada para o idoso é também uma sociedade preparada para o deficiente físico, para a criança, para a gestante e etc”.

Que nada nos limite. Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância. 

Simone de Beauvoir (1908-1986).

Sobre o autor

Marco Lopes

Formado em Educação Física pela Faculdade Osec (atual Unisa) em 1997, formou-se também em Fisioterapia pela Universidade Paulista – UNIP no ano de 2003 e em Especialização em Gerontologia pelo Centro Universitário São Camilo, no ano de 2013.

Trabalhou durante 10 anos na academia do Hotel Transamérica ­SP como Personal trainer. Há 15 anos atua como fisioterapeuta e educador físico, prestando serviço domiciliar para um público com faixa etária a partir dos 50 anos. Atende também na academia do Hotel Hyatt e na Top Form Academia.

Especializações e cursos:

- Curso de Reeducação Postural Global e Estruturação Postural Integrada pela Federação Nacional dos Fisioterapeutas - 2004;
- Curso de Especialização em fisiologia do exercício e treinamento resistido no envelhecimento pelo Serviço de Geriatria da FMUSP -­ 2009;
- Curso internacional em Trigger Point e liberação Miofascial pelo instituto PHYSION- ­2013;
- Curso de Terapia Manual pelo Instituto Valéria Figueiredo - 2014;
- Curso de Avaliação Física e Funcional para idosos pelo Instituto Biodelta - 2014;
- Prescrição de Exercícios Aeróbicos para Composição Corporal, Sistema Cardiovascular, Exercícios Resistidos e de Flexibilidade para o idoso CELAFISCS - 2014;
- Formação em Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching - 2015.

Sites: fisiofitsenior.com
personaltrainermarcolopes.com