Quando estamos a um passo de escolher algo, é importante entendermos o que está nos direcionando. Essa compreensão faz muita diferença em como damos andamento para as nossas vidas. Quando resolvemos encarar um novo emprego porque o que nos move é a identificação, a vontade de trabalhar com o que é proposto, vamos com garra e energia por sabermos que faz todo o sentido estarmos ali.
Ao contrário, se o que nos move é o medo de ficarmos desempregados ou de não encontrar nada melhor, permanecemos fechados, acuados, podemos nos sentir pressionados demais, estressados e bloqueamos o espaço onde algo bom poderia acontecer. O mesmo ocorre quando aceitamos namorar ou casar com alguém só porque o outro nos ama ou por termos medo de ficar sozinhos, e não por ser o nosso desejo genuíno.
A relação pode dar certo? Pode, claro, mas o quanto estamos dispostos e presentes de verdade com a pessoa?
Como reagiremos quando surgirem os obstáculos? Em um relacionamento, seja de trabalho ou privado, é essencial a nossa entrega, o nosso vínculo. E só é possível criar esse vínculo identificando o que nos move a cada passo. Quando temos convicção e não temos medo da vida, tudo flui, tudo se encaminha para a nossa felicidade e as dificuldades são transpostas naturalmente, sem precisar de esforço demais e nem de tanta energia.
Segue abaixo um texto que me ilumina toda vez que me perco nos sentimentos que estão por trás desses movimentos. Espero que te ajude também!
Forjando a armadura, por Rudolf Steiner:
“Nego-me a me submeter ao medo que me tira a alegria de minha liberdade, que não me deixa arriscar nada, que me toma pequeno e mesquinho, que me amarra, que não me deixa ser direto e franco, que me persegue, que ocupa negativamente minha imaginação, que sempre pinta visões sombrias.
No entanto, não quero levantar barricadas por medo. Eu quero viver, e não quero encerrar-me. Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero. Quero pisar firme porque estou seguro e não para encobrir meu medo.
E, quando me calo, quero fazê-lo por amor e não por temer as consequências de minhas palavras. Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar. Não quero filosofar por medo que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável. Não quero impor algo aos outros pelo medo de que possam impor algo a mim; por medo de errar, não quero tomar-me inativo.
Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro no novo.
Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de que senão poderia ser ignorado. Por convicção e amor, quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer.
Do medo, quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor. E quero crer no reino que existe em mim.”