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Orgulho e egoísmo

Allan Kardec prescreve o remédio contra esse mal terrível: “Para que os homens vivam na Terra como irmãos, não basta que lhes deem lições de moral, importa destruir as causas de antagonismo, atacar a raiz do mal: o orgulho e o egoísmo”.

Ao nos debruçarmos nos tempos passados, verificaremos que as dissensões do ser humano repousam nas chagas do orgulho e do egoísmo. Aqueles que se enclausuram em si mesmos somente enxergam o espelho que está à sua frente. Não se apercebem de que não estamos sozinhos no âmbito físico nem tampouco na esfera espiritual.

Vivemos em sociedade, mas ainda não alcançamos plenamente que precisamos uns dos outros para o aprendizado que nos faz progredir. No Livro dos Espíritos, Q-785, encontramos: “Qual o maior obstáculo ao progresso? R – “O orgulho e o egoísmo. Refiro-me ao progresso moral, pois o intelectual avança sempre(…)”.

Essa ausência do contexto social mantém o indivíduo inerte, sendo ele o principal prejudicado, pois tem uma existência “sem objetivos e sem rumos”.

O vazio interior, apesar de parecer repleto, toma-lhe o precioso tempo, que perdido, fatalmente, passará pelo arrependimento da oportunidade desperdiçada. Os talentos que Deus lhe deu para serem desenvolvidos foram esquecidos…


O próprio Jesus veio para “servir” e, como exemplo maior que temos, não podemos deixar de segui-lo pelos ensinamentos e sabedoria que nos legou. Ao permanecermos na indiferença, negando-nos a conviver com solidariedade, estaremos espelhando o desinteresse para o sofrimento de tantos carentes de ajuda.

Por certo, quem assim procede, desconhece ou negligencia que somos espíritos e pertencemos à família de Deus. Essa imaturidade espiritual trará graves consequências. Sabemos que cada um de nós tem seu tempo, mas busquemos a consciência desses deveres e antecipemos esse tempo.

Não nos esqueçamos de que a celeridade existe na Transição Planetária, já tão anunciada. Não podemos desleixar o cumprimento das nossas obrigações diante de Deus. A frustração e os arrependimentos espreitam a todos que ignoram essa realidade. Os desígnios de Deus não operam segundo a nossa vontade. As Leis Divinas são imutáveis e seguem seu curso, atingindo a tudo e a todos. Despertemos para os novos tempos, que não são de agora! O nosso amanhã estará sempre dependendo do nosso hoje, daquilo que semeamos… Na erraticidade será estampada essa realidade!

No livro Depois da Morte, pág. 275/276, de Léon Denis, encontramos: “A ignorância, o egoísmo, os defeitos de todo tipo reinam ainda na erraticidade e a matéria aí exerce sempre sua influência. O bem e o mal acotovelam-se. É, de alguma forma, o vestíbulo dos Espaços Luminosos, dos mundos melhores. Todos por ali passam, todos permanecem, mas para elevar-se mais alto”.

Quem cultiva esses sentimentos inferiores nega a Lei de Deus, que através de Jesus, nos deixou a lição do amor e da caridade. Essas virtudes não podem coexistir com as mazelas inquietantes do nosso Espírito enfermo. Extirpando-as, abrir-se-ão os caminhos de Luz para alcançarmos a necessária redenção.


Na sábia frase “Quem não vive para servir não serve para viver”, Mahatma Gandhi define muito bem o perfil de quem se nutre do orgulho e do egoísmo.

Ainda de Léon Denis, no Livro O Progresso, pág. 13, temos: “A vida isolada é a vida egoísta, a vida selvagem; a vida em comum é a vida moral, que faz nascer o direito e o dever, a única para a qual o homem foi criado, na qual este pode desenvolver suas faculdades, descobrir as leis de justiça que regem as sociedades e os mundos.

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No seguir da vida, iremos entender o que mais precisamos nas existências sucessivas: o crescimento espiritual, pela ajuda ao próximo como missão que nos é destinada para o caminho da felicidade. Viver em plenitude é compartilhar experiências e desfrutar do aprendizado que nos eleva o Espírito, ainda embrionário, nos caminhos a percorrer.

Assim, como bem disse Allan Kardec: “Fora da caridade não há salvação”, implica no sentimento do amor e na ação da caridade. Então, a inércia e a omissão da prática desses deveres levarão-nos-ão ao desapontamento além-túmulo. (A caridade em qualquer dimensão jamais estará afastada do amor e da prática do bem).

Sobre o autor

Luiz Guimaraes

Sou médico diplomado no ano de 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Já era funcionário do Banco do Brasil e em 1977 assumi o cargo de médico no serviço da Instituição. Em 1988, assumi a chefia daquele serviço e em 1996 aposentei-me. Escrevo para o Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco (ambos em Recife) sobre a Doutrina Espírita e também sobre nossa conjuntura política. Sou membro efetivo da Academia Pernambucana de Música desde 1998.

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