Comportamento

Os perigos da fixação obsessiva em outra pessoa: uma análise dos comportamentos e motivações

Imagem de três garotas. Duas estão conversando e a outra está irritada, ciumenta e com inveja das duas que batem papo e se distraem.
KatarzynaBialasiewicz / Getty Images / Canva Pro
Escrito por Giselli Duarte

Explore os perigos associados à fixação obsessiva por outra pessoa, incluindo comportamentos de stalking, riscos de violência, impactos na saúde mental e disrupção de relacionamentos. Também oferece orientações sobre como as vítimas podem proteger sua segurança e bem-estar, estabelecendo limites claros, protegendo a privacidade e buscando apoio emocional e legal.

A fixação obsessiva por outra pessoa é um fenômeno complexo e muitas vezes perturbador. Envolve uma infinidade de comportamentos que vão desde a simples admiração até a perseguição persistente e ameaçadora.

Este artigo busca examinar os perigos associados à fixação por outra pessoa, especialmente quando essa fixação é acompanhada por comportamentos prejudiciais e destrutivos.

Entendendo a fixação obsessiva

A fixação obsessiva por outra pessoa pode se manifestar de várias maneiras. Pode começar com uma admiração aparentemente inofensiva, mas rapidamente se transformar em uma obsessão insalubre. As razões por trás dessa fixação podem variar de pessoa para pessoa, mas muitas vezes estão enraizadas em questões de autoestima, insegurança, inveja e ciúme excessivo.

Os perigos envolvidos

Comportamento stalker: Uma das manifestações mais alarmantes da fixação obsessiva é o comportamento de stalking. Isso envolve seguir, observar e monitorar constantemente a vida da outra pessoa, invadindo sua privacidade e causando imenso desconforto e medo.

Risco de violência: Em casos extremos, a fixação obsessiva pode levar à violência. Pessoas obcecadas podem ficar tão possessivas e desequilibradas emocionalmente que recorrem a ameaças, agressões físicas e até mesmo homicídio.

Impacto na saúde mental: Tanto a pessoa que é alvo da fixação quanto o próprio obcecado enfrentam sérios impactos na saúde mental. A vítima pode experimentar ansiedade, depressão e trauma emocional, enquanto o obcecado pode desenvolver distúrbios psicológicos graves, como transtorno obsessivo-compulsivo ou transtorno de personalidade borderline e até mesmo a psicopatia.

Disrupção de relacionamentos: A fixação obsessiva por uma pessoa pode prejudicar não apenas a vida do obcecado e da vítima direta, mas também afetar os relacionamentos interpessoais. Amizades, relacionamentos familiares e até mesmo carreiras podem ser prejudicadas pela incapacidade do obcecado de se concentrar em qualquer coisa além da sua obsessão.

Motivações por trás da fixação persistente

Insegurança e baixa autoestima: Muitas vezes, a fixação obsessiva é alimentada por uma profunda insegurança e baixa autoestima. O obcecado pode sentir que precisa da aprovação e atenção da outra pessoa para se sentir válido e completo.

Negação da realidade: Em alguns casos, o obcecado pode negar a realidade de que a relação acabou ou que não há interesse mútuo. Eles podem continuar a acreditar que podem reconquistar a pessoa, mesmo que todas as evidências apontem o contrário.

Fatores familiares e culturais: Quando a fixação ocorre dentro do mesmo círculo familiar, como primos ou parentes próximos, pode haver pressões culturais ou familiares que incentivam a persistência, mesmo quando é claramente prejudicial.

Homem perseguindo mulher
Africa images / Canva

Quando alguém se torna alvo de fixação obsessiva por parte de outra pessoa, é importante que a vítima tome medidas para proteger sua segurança e bem-estar. Aqui estão algumas ações que a vítima pode considerar:

Documentar o comportamento: Manter registros detalhados de todos os incidentes de stalking, ameaças ou qualquer outro comportamento obsessivo é fundamental. Isso pode incluir salvar mensagens de texto, emails, registros de chamadas e qualquer outra forma de comunicação. Esses registros podem ser úteis caso a vítima decida tomar medidas legais.

Estabelecer limites claros: A vítima deve comunicar claramente ao obcecado que o comportamento é inaceitável e todas as tentativas de contato devem ser interrompidas imediatamente. É importante ser firme e consistente ao estabelecer esses limites.

Proteger a privacidade: A vítima deve tomar medidas para proteger sua privacidade e segurança pessoal. Isso pode incluir alterar números de telefone, configurar medidas de segurança adicionais em redes sociais e evitar divulgar informações pessoais a pessoas não confiáveis.

Bloquear nas redes sociais: A vítima deve bloquear o obcecado em todas as redes sociais em que estão conectados. Isso impedirá que o obcecado veja suas postagens, envie mensagens ou interaja de qualquer forma.

Bloquear números de telefone: Se o obcecado estiver tentando entrar em contato por telefone, a vítima deve bloquear o número para evitar chamadas e mensagens indesejadas. Muitos smartphones possuem a opção de bloquear números diretamente nas configurações do telefone.

Bloquear emails: Se o obcecado estiver enviando emails indesejados, a vítima pode bloquear o endereço de email ou configurar filtros para direcionar essas mensagens para uma pasta de spam.

Utilizar recursos de privacidade: Além de bloquear diretamente o obcecado, a vítima deve revisar e ajustar as configurações de privacidade em suas contas online. Isso pode incluir tornar o perfil privado nas redes sociais, limitar quem pode ver suas postagens e restringir quem pode entrar em contato por mensagem direta, principalmente quando obcecado tem o hábito de criar inúmeros perfis com este e outros fins.

Manter-se vigilante: Mesmo após bloquear o obcecado, a vítima deve permanecer vigilante quanto a qualquer tentativa de contato. É importante manter registros de qualquer tentativa de violar o bloqueio e estar preparado para tomar medidas adicionais, se necessário.

Bloquear todas as formas de comunicação com o obcecado é uma etapa importante para proteger a privacidade e a segurança pessoal da vítima. Todavia, é importante lembrar que essa ação pode não ser suficiente para deter o comportamento obsessivo, especialmente em casos mais graves. Portanto, é fundamental que a vítima também busque apoio emocional, legal e profissional para lidar eficazmente com a situação.

Buscar apoio social e profissional: É importante que a vítima não se sinta isolada e busque apoio emocional de amigos, familiares ou grupos de apoio. Além disso, considerar a busca de orientação profissional de um terapeuta pode ajudar a lidar com o trauma emocional causado pela fixação obsessiva.

Tomar medidas legais, se necessário: Se o comportamento persistir ou se intensificar, a vítima pode considerar buscar medidas legais, como obter uma ordem de restrição ou procurar assistência policial. É fundamental relatar todas as ameaças ou atos de violência às autoridades competentes.

Priorizar a segurança pessoal: Em situações de risco iminente, a segurança pessoal deve ser a prioridade máxima. A vítima deve estar preparada para buscar abrigo em um local seguro, como a casa de um amigo ou familiar, e contatar as autoridades se necessário.

Manter-se informado e empoderado: Conhecer os recursos disponíveis, como linhas diretas de apoio a vítimas de violência ou grupos de defesa dos direitos das mulheres, pode ser empoderador. A vítima deve educar-se sobre seus direitos legais e opções de suporte disponíveis na comunidade.

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Enfrentar uma situação de fixação obsessiva pode ser desafiador e assustador para a vítima, mas é essencial buscar apoio, estabelecer limites claros e priorizar a segurança pessoal. Não hesite em procurar ajuda e recursos disponíveis para lidar com essa situação difícil.

A fixação obsessiva por outra pessoa é um comportamento profundamente preocupante que pode ter consequências devastadoras para todas as partes envolvidas. É importante reconhecer os sinais precoces de fixação e buscar ajuda profissional para interromper esse ciclo de comportamento prejudicial. É fundamental também que a sociedade, incluindo amigos e familiares, esteja atenta e pronta para intervir quando necessário, a fim de proteger aqueles que estão em risco e ajudar os obcecados a buscar um caminho para a recuperação e a saúde mental.

Sobre o autor

Giselli Duarte

Nunca fui alguém que se contenta em observar a vida passar. A inquietação sempre pulsou em mim, guiando-me a atravessar caminhos diversos, por vezes improváveis, mas sempre significativos. Não se tratava de buscar respostas rápidas, mas de me deixar ser moldada pelas perguntas.

Meu primeiro contato com o trabalho foi aos 14 anos. Não era apenas sobre ganhar meu próprio dinheiro, mas sobre entender como o mundo se movia, como as relações de troca iam além de cifras. Com o tempo, percebi que meu lugar não seria apenas cumprir horários, mas criar algo próprio. Assim, aos 21, nasceu meu primeiro negócio, registrado formalmente. Desde então, empreender tornou-se tanto profissão quanto paixão.

Mas, por trás dessa trajetória profissional, sempre existiu uma busca interior que muitas vezes precisei calar para priorizar o mundo exterior. Foi somente quando o cansaço me alcançou na forma de burnout que entendi que não podia mais ignorar a necessidade de olhar para dentro. Yoga e meditação não foram apenas escapes, mas verdadeiras reconexões com uma parte de mim que havia sido negligenciada.

Foi nesse espaço de silêncio que descobri o quanto a curiosidade que sempre me guiou podia ser dirigida também para dentro. Formei-me em Hatha Yoga, dentre outras terapias integrativas, e comecei a dividir o que aprendi com outras pessoas, conduzindo práticas e compartilhando reflexões em plataformas como Insight Timer e Aura Health. Ensinar, percebi, é uma das formas mais puras de aprender.

A escrita foi um desdobramento natural desse processo. Sempre acreditei que as palavras possuem a capacidade de transformar não só quem as lê, mas também quem as escreve. Meus livros, No Caminho do Autoconhecimento e Lado B, são registros de uma caminhada que não se encerra, mas que encontra sentido na partilha. Participar de antologias poéticas também me mostrou a força do coletivo, de somar vozes em algo maior.

Cada curso que fiz, cada desafio que enfrentei, trouxe peças para um mosaico em constante formação. Marketing, design, gestão estratégica – cada aprendizado me preparou para algo que, na época, eu ainda não conseguia nomear. Hoje, entendo que tudo se conecta.

Minha missão não é ensinar verdades absolutas, mas oferecer ferramentas para que cada pessoa possa encontrar suas próprias respostas. Seja através da meditação, da escrita ou de uma simples conversa, acredito que o autoconhecimento é um processo contínuo, sem fim, mas cheio de significado.

E você, o que tem feito para ouvir as perguntas que habitam em você? Talvez nelas esteja o próximo passo para um novo horizonte.

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Meditação para quem não sabe meditar

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