Estimados, aqui com este artigo quero encerrar o ciclo proposto de entendimento sobre a Programação Neurolinguística e o farei, trazendo de minhas memórias uma estória real e que é quase um exercício, ou de fato venha a ser, um exercício, uma prática mental a qual já me habituei realizar:
Tudo se remonta aos anos 90. Eu estudava em um colégio próximo a minha casa, e já contava dois anos estudando naquela que foi mais que minha escola, minha casa durante minha adolescência.
Você, que nos anos 90 foi um adolescente, talvez tenha sentido o mesmo que eu: as incertezas, as novidades, os desgostos e a intensidade das relações e realidades que nos rodeiam nesta etapa tão importante de nossas vidas, quando estamos criando valores, aceitando ou não a nós mesmos e em um turbilhão de emoções e acontecimentos, temos que escolher um caminho, com tantas dúvidas e perguntas…isso nos enlouquece!
Bem, aí eu estava numa classe diferente da minha irmã gêmea pela primeira vez. (A mulher mais linda deste mundo..naquele tempo a ‘gatinha da escola’!!!!) E as vezes, no ‘intervalo’ eu curtia a solidão, lendo um livro ou escrevendo…eu sempre gostei de escrever e criar estórias, então mais interessante que jogar handebol, eu me metia com a escrita e aí…tudo era possível se eu tinha em meu poder um papel e um lápis!
Aí eu conheci a Alessandra. A Alessandra era assim: a garota mais popular da escola e aquela que não tinha a ‘tribo’ definida: um dia com a turma do teatro, no outro com o pessoal do basquete…com o clubinho dos ‘matemáticos’… e aí ela criava seu ciclo divertido e interessante de amizades, e com muita habilidade ela os interligava, dava ‘lá’ o seu jeitinho de um conhecer o outro. Então, eu fui aos poucos, perdendo (hoje sei que de maneira muito positiva e eu espero, que ela aonde estiver possa quem sabe ler este meu artigo) a minha prosaica paz, nos quinze minutinhos que eu tinha de intervalo, de escrever…porque eu passei a interagir com alguém diferente de mim, de minha realidade e pensamento.
Ela chegava, se sentava sem pedir licença e começava a contar um papo qualquer, sempre divertida, sempre trazendo uma mensagem ao final…ela era louca, muito louca…sorria, ria alto, gesticulava, atuava com uma atriz, mas me contou que queria ser socióloga e trabalhar com os índios…contou-me nas muitas vezes em que sentou-se ao meu lado, já com obrigatório consentimento, rsrsrs, que vivia com as irmãs gêmeas mais velhas, e sua mãe trabalhava em outro estado, só podendo vir aos finais de semana e sempre que chovia, desejava que sua mãe estivesse perto dela para lhe dizer ‘filhinha, não esqueça o guarda-chuva’…e gostava de ‘reggae’…e da Bahia…se sentia uma baiana nata!
Naquele tempo, nós vivíamos uma realidade um pouco diferente do que vivemos hoje, mas já iniciando todo esse processo que hoje se converteu em ‘bullying’…e me lembro dela sempre próxima àquelas pessoas que, duramente as ‘tribos’ escolhem para praticar atos danosos.
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Bem, depois ela conheceu a minha irmã, que estudava em outra sala, e passou a ser nossa amiga…as vezes eu via as duas juntas pela escola…de mãos dadas, porque ela gostava de andar de mãos dadas com as pessoas…eu realmente me sinto saudosa dela agora!
No dia de seu aniversário, ela permitiu que os amigos lhe dessem aquele banho de ovo…e sem mais, correu para mim e me abraçou…’Poxa Alessandra, por que isso?”…aí ela rindo me disse ‘Parabéns a todos, Claudia: Liberte-se’!!!
Um dia, eu estava triste. Uma tristeza sem fim, para uma garota de treze anos. Então me escondi atrás da quadra e ali ninguém me encontraria, nem mesmo meus escritos já guardados em minha memória. Eu só queria estar ali, quietinha até a hora da aula de Educação Física acabar, mas a Alessandra me achou e sem que eu tivesse a chance de recusar, ela me pegou pelo braço e caminhou comigo pela escola. Falamos de tudo um pouco. Mas não falamos de ninguém. Não nos importava quem por nós passava; se branco ou negro, se magro ou gordo…podíamos perfeitamente acenar a todos, mas sem julgar, assim como não me sentia julgada por ser tantas vezes tida como muito ‘discreta’.
Eu lhe contei sobre meus sonhos, e assim esqueci meu grande problema. Conversamos sobre nossos sonhos e como esperávamos estar aos 20, 30…40…e Alessandra, eu gostaria de dizer que hoje, aos 41, eu me tornei aquilo que desejei, talvez não com o mesmo grau de importância, mas para mim, exatamente o que queria: uma pessoa feliz! Queria dizer à você que segui ao encontro daquilo que queria e isso me custou muito, mas aqui estou, e que, agora como professora, algo que naquela época eu nem sequer tinha ideia de que seria…eu te reconheço em cada aluno e quero que meus alunos sejam como você: felizes como são! Faço de tudo para deixar neles a mesma sensação que você me deixava…cansada as vezes, é bem verdade das suas brincadeirinhas fora de hora, mas muito positivas e enriquecedoras! Eu ainda guardo comigo seu ‘bilhetinho’ e sempre quando quero me lembrar de onde vim, eu o leio!
E sabe uma coisa?
Se existissem mais Alessandras por aí…não existira bullying, não existiria tanto suicídio, não existiria tanta ‘coisa’ ruim….porque pessoas assim, são anjos que nos chegam!
Estimados: adiante, sempre!